Drusas: conceito, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento
O que são drusas?
Drusas são pequenos depósitos minerais ou cristalinos que se formam em tecidos biológicos, como ossos, dentes e órgãos. Elas podem ocorrer em várias partes do corpo, mas são mais comumente associadas aos olhos1, pelo que, quando se fala simplesmente em drusas, quase sempre se está falando em drusas oculares.
Nos olhos1, elas afetam a retina2 ou a cabeça3 do nervo óptico. Nesse sentido elas são alterações da retina2 causadas pela idade, geralmente aparecendo acima dos 60 anos de idade, não sendo, na maioria das vezes, sinais4 de doença.
Quais são as causas das drusas?
O mecanismo de formação de drusas não é inteiramente compreendido, mas sabe-se que elas surgem devido a uma combinação de fatores genéticos e ambientais. As drusas podem ser depósitos deixados pelo sistema imunológico5 ou podem estar associadas a processos naturais no interior do olho6.
Alguns fatores que podem aumentar o risco de desenvolvimento delas são:
- idade avançada;
- histórico familiar de degeneração macular7;
- hábito de fumar;
- obesidade8 ou sobrepeso9;
- pressão alta;
- e colesterol10 alto.
Além disso, as doenças cardiovasculares11, que afetam o coração12 e os vasos sanguíneos13, podem aumentar o risco de ocorrência de drusas e de degeneração macular7.
As drusas ocorrem quando as células14 da mácula15 começam a degenerar com a idade, à medida que a pessoa envelhece, e podem não causar sintomas16 significativos. Algumas doenças oculares hereditárias também podem levar ao acúmulo de drusas na retina2, assim como algumas doenças inflamatórias que afetam a retina2, como a uveíte17 ou a retinite pigmentosa.
Também alguns distúrbios sistêmicos18, como a doença de Alzheimer19 e a doença de Parkinson20, foram associados a um maior risco de desenvolvimento de drusas, embora a ligação entre essas doenças e as drusas ainda não seja totalmente compreendida.
Qual é o substrato fisiopatológico das drusas?
As drusas são formadas entre o tecido epitelial21 e o conjuntivo, na denominada lâmina basal22 dos tecidos. Elas são pequenos depósitos de lipídios de cor amarelada que se acumulam nos tecidos.
No contexto oftalmológico, as drusas são depósitos de material acumulado na camada mais profunda da retina2, chamada de camada de células14 pigmentares. Podem ser um sinal23 natural que pode surgir com o envelhecimento, mas podem também estar relacionadas a problemas de visão24.
Elas são acúmulos de materiais de estresse oxidativo que se encontram entre as camadas da retina2 e podem estar divididas entre dois grupos:
- As drusas moles possuem maior risco de degeneração macular7 relacionada à idade, possuem uma dimensão maior e têm margens menos definidas.
- As drusas duras são significativamente menores que as drusas moles e são bem definidas, bem delimitadas.
As drusas moles, em geral, acontecem em pessoas com mais de 60 anos e levam à degeneração macular7 relacionada à idade. As drusas duras podem ser mais normais com a idade e podem não causar nenhum tipo de problema ocular grave.
Quais são as características clínicas das drusas?
A presença isolada de drusas não indica doença, mas pode significar que o olho6 está em risco de desenvolver degeneração macular7 relacionada à idade. Normalmente, elas não geram nenhum sintoma25 e a maioria das pessoas portadoras nem sabe que têm drusas oculares até que elas sejam descobertas por um oftalmologista26, durante um exame de rotina.
Mas, quando elas geram degeneração macular7, os principais sintomas16 são:
- Perda gradual da visão central27 em um ou nos dois olhos1.
- Visão24 distorcida, em que linhas retas podem ser percebidas como dobradas.
- Mancha escura ou embaçada no centro da visão24.
- Dificuldade de ver objetos com nitidez.
- Visão24 embaçada, especialmente para ver de perto.
- Enxergar as cores com menos brilho e menor intensidade.
- Dificuldade de enxergar em ambientes pouco iluminados.
- Necessidade de luz mais intensa e brilhante para ler.
A degeneração macular7 não costuma levar à cegueira total, pois compromete apenas a região central, preservando a visão periférica28.
Veja também sobre "Ambliopia29", "Fundo de olho30" e "Hipertensão31 intraocular".
Como o médico diagnostica as drusas?
O médico consegue observar diretamente as drusas quando faz o exame de fundo de olho30, com as pupilas dilatadas, durante um exame oftalmológico de rotina. Às vezes pode ser necessário um exame de imagem, como a tomografia de coerência óptica ou a oftalmoscopia.
Como o médico trata as drusas?
Não existem tratamentos específicos para as drusas, embora exista um tratamento feito a laser para diminuí-las. Ainda que ele leve a esse resultado, não ajuda a impedir a degeneração macular7 se ela ocorrer.
Quando alguém é diagnosticado como portador de drusas, é importante saber de que tipo de drusa se trata. Se elas parecem inocentes, o médico pode querer monitorá-las regularmente para garantir que não progridam para outras formas e desenvolvam consequências maiores. Se ocorrer degeneração macular7, o médico procurará o melhor tratamento para essa condição.
Quais são as complicações possíveis com as drusas?
As complicações das drusas podem incluir:
- A degeneração macular7 relacionada à idade, que pode levar à perda progressiva e irreversível da visão central27.
- Em alguns casos, as drusas podem levar ao crescimento anormal de novos vasos sanguíneos13 por baixo da retina2 (neovascularização32). Esses vasos sanguíneos13 anormais são frágeis e podem vazar sangue33 ou fluido, causando danos à retina2 e resultando em perda de visão24 significativa.
- A presença prolongada de drusas pode contribuir para a atrofia34 da mácula15.
- À medida que as drusas se acumulam, podem ocorrer distúrbios no campo visual35, resultando em áreas de visão24 distorcida, embaçada ou com perda parcial.
- Embora menos comuns, as drusas também podem contribuir para o desenvolvimento de outras condições oculares, como glaucoma36 ou descolamento de retina2.
Leia sobre "Glaucoma36", "Catarata37", "Degeneração macular7" e "Retinopatia diabética38".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site da American Academy of Ophthalmology.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.