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Micropênis

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O que é o micropênis?

Micropênis é um termo médico para um pênis1 anormalmente pequeno, mas normalmente estruturado. Trata-se de uma condição rara, geralmente descoberta em bebês2 por meio do exame físico do recém-nascido. Nestes casos, os testículos3 têm um tamanho considerado normal e o pênis1 também funciona normalmente, sendo que apenas o seu tamanho é diferente.

O micropênis patológico deve ser diferenciado do pênis1 fisiologicamente pequeno. Nos Estados Unidos, a incidência4 de micropênis é de 1,5 para cada 10.000 crianças do sexo masculino.

Quais são as causas do micropênis?

O micropênis é causado por anormalidades hormonais e/ou genéticas. A condição é causada, na maioria dos casos, por deficiência de testosterona fetal, que pode ser o resultado de uma variedade de condições, a mais comum das quais é o hipogonadismo que, em sua forma hipogonadotrópica, é uma condição que ocorre quando o hipotálamo5, a parte do cérebro6 que controla o sistema nervoso autônomo7 e a hipófise8, não secreta os hormônios que estimulam os testículos3 a produzir a testosterona necessária para a maturação do sistema reprodutivo normal e a função reprodutiva.

O micropênis pode apresentar-se sozinho ou em síndromes genéticas que podem causar outras malformações9. A condição também pode ser idiopática10, de causa desconhecida.

Leia também "Malformações9 fetais", "Tamanho do pênis1" e "Doenças do pênis1".

Qual é o substrato fisiopatológico do micropênis?

Durante o desenvolvimento embrionário, a síntese de testosterona começa por volta de 8-12 semanas, resultando na diferenciação peniana estimulada por di-hidrotestosterona. Daí haver um aumento acentuado no comprimento peniano durante o segundo e o terceiro trimestres da gestação. Portanto, pode-se deduzir que um verdadeiro micropênis é causado por uma anormalidade hormonal que ocorre após a 12ª semana de gestação.

Um aumento no volume testicular e no comprimento peniano é observado fisiologicamente nos primeiros 6 meses de vida pós-natal. Durante este período, os níveis do hormônio11 folículo12 estimulante (FSH) e do hormônio11 luteinizante (LH) aumentam, aumentando os níveis circulantes de testosterona. Deficiências desses hormônios provocam o não crescimento peniano.

Quais são as características clínicas do micropênis?

O micropênis pode ocorrer como uma anormalidade independente ou como um achado clínico a mais de muitas síndromes genéticas. Ter um micropênis pode causar diversos problemas, incluindo dificuldades para urinar e manter relações sexuais. A fertilidade pode igualmente ser afetada. Além disso, a circunstância pode gerar um impacto psicológico significativo, com baixa autoestima ou depressão.

Como o médico diagnostica o micropênis?

O diagnóstico13 de micropênis é feito medindo-se o comprimento do pênis1 alongado. A definição de micropênis corresponde a um comprimento peniano acentuadamente menor que a média para a idade. O médico pode diagnosticar um micropênis verdadeiro alongando totalmente o pênis1 e medindo-o com régua ou outro instrumento de medida, comparando o valor obtido com uma tabela de valores médios normais.

Segue-se uma avaliação diagnóstica para determinar as causas da condição e que tipo de tratamento deve ser usado para estimular o crescimento do pênis1. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico13, maiores serão as chances de tratamento do micropênis.

Como o médico trata o micropênis?

Não há cura para o micropênis, mas a terapia hormonal pode ser feita em crianças para estimular o crescimento do pênis1. O tratamento do micropênis depende da sua causa. É importante que o tratamento comece na primeira infância.

Inicialmente, o tratamento deve ser feito com um curso curto de testosterona, que pode ser administrado em injeção14 ou aplicado na área como um gel ou pomada. Estudos a respeito mostram um bom resultado com esse tipo de tratamento em crianças. Outros tratamentos hormonais podem ser tentados se o tratamento com testosterona não aumentar o comprimento do pênis1.

A cirurgia para micropênis só é considerada quando os tratamentos com medicações não funcionaram. O micropênis pode, então, ser tratado com uma cirurgia chamada faloplastia, que envolve frequentemente usar a pele15 do antebraço16 do paciente. Esta pele15 é envolvida em torno do pênis1 nativo e uma prótese17 peniana inflável é introduzida para fornecer ereção18. Este procedimento produz um pênis1 que pode ser usado normalmente nas relações sexuais. O procedimento é, contudo, de risco elevado e pode conduzir a complicações.

Como evolui o micropênis?

Com o tratamento precoce, o prognóstico19 para meninos com micropênis devido à deficiência hormonal é bom. Eles costumam responder bem à terapia com testosterona, ganham comprimento peniano adequado, embora abaixo do tamanho médio, e são capazes de manter o funcionamento peniano normal na idade adulta.

A perspectiva não é tão positiva para os meninos com micropênis causado por outros distúrbios, como a insensibilidade aos androgênios, que não podem ser ajudados com o tratamento hormonal.

Outros assuntos relacionados: "Sobre o uso de testosterona", "Infertilidade20 masculina", "Infertilidade20 e esterilidade21" e "Alguns conceitos ligados à reprodução22 humana".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site da SBU – Sociedade Brasileira de Urologia.

ABCMED, 2021. Micropênis. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-do-homem/1396490/micropenis.htm>. Acesso em: 20 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Pênis: Órgão reprodutor externo masculino. É composto por uma massa de tecido erétil encerrada em três compartimentos cilíndricos fibrosos. Dois destes compartimentos, os corpos cavernosos, ficam lado a lado ao longo da parte superior do órgão. O terceiro compartimento (na parte inferior), o corpo esponjoso, abriga a uretra.
2 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
3 Testículos: Os testículos são as gônadas sexuais masculinas que produzem as células de fecundação ou espermatozóides. Nos mamíferos ocorrem aos pares e são protegidos fora do corpo por uma bolsa chamada escroto. Têm função de glândula produzindo hormônios masculinos.
4 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
5 Hipotálamo: Parte ventral do diencéfalo extendendo-se da região do quiasma óptico à borda caudal dos corpos mamilares, formando as paredes lateral e inferior do terceiro ventrículo.
6 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
7 Sistema nervoso autônomo: Parte do sistema nervoso que controla funções como respiração, circulação do sangue, controle de temperatura e da digestão.
8 Hipófise:
9 Malformações: 1. Defeito na forma ou na formação; anomalia, aberração, deformação. 2. Em patologia, é vício de conformação de uma parte do corpo, de origem congênita ou hereditária, geralmente curável por cirurgia. Ela é diferente da deformação (que é adquirida) e da monstruosidade (que é incurável).
10 Idiopática: 1. Relativo a idiopatia; que se forma ou se manifesta espontaneamente ou a partir de causas obscuras ou desconhecidas; não associado a outra doença. 2. Peculiar a um indivíduo.
11 Hormônio: Substância química produzida por uma parte do corpo e liberada no sangue para desencadear ou regular funções particulares do organismo. Por exemplo, a insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que diz a outras células quando usar a glicose para energia. Hormônios sintéticos, usados como medicamentos, podem ser semelhantes ou diferentes daqueles produzidos pelo organismo.
12 Folículo: 1. Bolsa, cavidade em forma de saco. 2. Fruto simples, seco e unicarpelar, cuja deiscência se dá pela sutura que pode conter uma ou mais sementes (Ex.: fruto da magnólia).
13 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
14 Injeção: Infiltração de medicação ou nutrientes líquidos no corpo através de uma agulha e seringa.
15 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
16 Antebraço:
17 Prótese: Elemento artificial implantado para substituir a função de um órgão alterado. Existem próteses de quadril, de rótula, próteses dentárias, etc.
18 Ereção: 1. Ato ou efeito de erigir ou erguer. 2. Inauguração, criação. 3. Levantamento ou endurecimento do pênis.
19 Prognóstico: 1. Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, em relação à duração, à evolução e ao termo de uma doença. Em medicina, predição do curso ou do resultado provável de uma doença; prognose. 2. Predição, presságio, profecia relativos a qualquer assunto. 3. Relativo a prognose. 4. Que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo. 5. Que pode indicar acontecimentos futuros (diz-se de sinal, sintoma, indício, etc.). 6. No uso pejorativo, pernóstico, doutoral, professoral; prognóstico.
20 Infertilidade: Capacidade diminuída ou ausente de gerar uma prole. O termo não implica a completa inabilidade para ter filhos e não deve ser confundido com esterilidade. Os clínicos introduziram elementos físicos e temporais na definição. Infertilidade é, portanto, freqüentemente diagnosticada quando, após um ano de relações sexuais não protegidas, não ocorre a concepção.
21 Esterilidade: Incapacidade para conceber (ficar grávida) por meios naturais. Suas causas podem ser masculinas, femininas ou do casal.
22 Reprodução: 1. Função pela qual se perpetua a espécie dos seres vivos. 2. Ato ou efeito de reproduzir (-se). 3. Imitação de quadro, fotografia, gravura, etc.
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