Cálculos renais em crianças: o que muda em relação aos adultos?
O que são cálculos renais?
Cálculo1 renal2, litíase3 urinária, litíase3 renal2, nefrolitíase, urolitíase ou, popularmente, “pedras nos rins4”, são concreções5 (formação de cristais) de sais minerais ou outras substâncias que se formam nos rins4 ou na bexiga6 e que podem migrar pelas vias urinárias, localizando-se nos ureteres7, na bexiga6 ou na uretra8, causando dor intensa e complicações graves.
Eles apresentam tamanhos variados, indo desde pequenos grãos até dimensões significativas, chegando, excepcionalmente, ao tamanho do próprio rim9. Em geral, ocorrem devido a distúrbios metabólicos e têm alta taxa de recorrência10.
Leia sobre "Índice de filtração glomerular11", "Depuração da creatinina12", "Rim9 policístico" e "Displasia13 renal2".
Diferenças entre cálculo1 renal2 em adultos e em crianças
Aspectos | Adultos | Crianças |
Causas e fatores de risco | Dieta inadequada, obesidade14, diabetes15, hipertensão16, histórico familiar, hiperuricemia, hiperparatireoidismo. | Causas metabólicas congênitas17 (cistinúria, hiperoxalúria), anomalias anatômicas, desidratação18, infecções19 urinárias. |
Composição dos cálculos | Oxalato de cálcio (70-80%), ácido úrico, estruvita. | Oxalato de cálcio (comum), cálculos de cistina e metabólicos raros (genéticos). |
Sintomas20 | Dor lombar intensa, hematúria21, náuseas22, vômitos23, sintomas20 urinários específicos. | Sintomas20 vagos: dor abdominal difusa, irritabilidade, hematúria21 sem dor. |
Diagnóstico24 | Histórico clínico, tomografia computadorizada25 sem contraste, análises urinárias e sanguíneas. | Ultrassonografia26 inicial (preferida), avaliação metabólica detalhada, tomografia em casos selecionados. |
Tratamento | Conservador para cálculos pequenos, procedimentos invasivos comuns para cálculos maiores. Ajustes dietéticos e medicamentos preventivos. | Tratamento conservador semelhante; procedimentos invasivos usados com cautela devido ao risco anestésico e ao tamanho do trato urinário27; foco na correção de anomalias urinárias e doenças metabólicas. |
Prevenção e seguimento | Mudanças no estilo de vida; monitoramento menos intensivo (exceto casos recorrentes). | Manejo rigoroso das doenças metabólicas ou anomalias anatômicas; seguimento regular devido ao risco de recorrência10 e impacto no crescimento renal2. |
O principal substrato fisiopatológico do cálculo1 renal2 em crianças é a hipercalciúria28, presente em cerca de 50-60% dos casos. Ela é caracterizada pelo aumento da excreção urinária de cálcio, favorecendo especialmente a formação de cálculos de oxalato de cálcio. Outros fatores como hiperoxalúria, hipocitratúria e infecções19 urinárias também contribuem, mas a hipercalciúria28 é a mais prevalente.
Características clínicas do cálculo1 renal2 em crianças
As manifestações clínicas em crianças variam conforme idade, tamanho, localização e composição do cálculo1, além da presença de infecções19 ou obstruções associadas. Crianças maiores podem relatar dor tipo cólica renal2, geralmente unilateral, localizada na região lombar29 ou abdominal, irradiando para a pelve30. Crianças menores apresentam sintomas20 inespecíficos, como irritabilidade ou desconforto abdominal.
É frequente a presença de hematúria21 devido à irritação do trato urinário27 pelos cálculos. Outros sintomas20 incluem dificuldade ou dor ao urinar, urgência31 urinária ou aumento da frequência urinária. Eventualmente, pode ocorrer interrupção do fluxo urinário.
Cálculos urinários aumentam o risco de infecções19, manifestadas por febre32, calafrios33 e alterações na urina34 (turva ou odor forte). Náuseas22 e vômitos23 são comuns em casos de obstrução ou dor intensa. Em casos graves pode ocorrer hidronefrose35, com distensão abdominal ou massa palpável.
Especialmente em bebês36 e crianças pequenas, os cálculos podem ser detectados incidentalmente em exames de imagem, sem sintomas20 evidentes. Sintomas20 inespecíficos como choro inconsolável, recusa alimentar ou letargia37 podem ocorrer em lactentes38.
Veja também sobre "Sangue39 na urina34", "Uremia40" e "Cistos renais".
Diagnóstico24 do cálculo1 renal2 em crianças
O diagnóstico24 baseia-se na avaliação clínica, histórico familiar e exames complementares. A ultrassonografia26 renal2 é o método inicial preferido em crianças, identificando cálculos, seu tamanho e localização sem exposição à radiação. Radiografias abdominais são utilizadas para cálculos radiopacos, embora sejam menos sensíveis. A tomografia computadorizada25 oferece imagens detalhadas, mas devido à radiação é restrita a casos complexos.
Exames urinários detectam hematúria21, cristais, infecções19 e alterações químicas indicativas de cálculos. Exames sanguíneos avaliam função renal2, níveis de cálcio, ácido úrico, eletrólitos41 e desequilíbrios metabólicos.
Tratamento do cálculo1 renal2 em crianças
O tratamento depende do tamanho, localização, composição do cálculo1 e sintomas20 associados. Para cálculos <5 mm, recomenda-se hidratação abundante para facilitar a eliminação espontânea. Analgésicos42 são usados com cautela para alívio da dor e relaxamento ureteral.
A litotripsia extracorpórea por ondas de choque43, utilizada para cálculos maiores, requer anestesia44 em crianças. A ureteroscopia45 com laser é indicada para cálculos ureterais ou resistentes à litotripsia. Nefrolitotomia, que acessa diretamente o rim9 por pequena incisão46, é reservada para cálculos grandes ou complexos.
Infecções19 urinárias associadas requerem antibioticoterapia. Obstruções graves ou risco renal2 iminente podem necessitar do uso temporário de cateter ou stent.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Sociedade Brasileira de Pediatria, da Associação Médica Brasileira e do Centro Brasileiro de Urologia.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.