Cálculo renal: definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e evolução
O que é cálculo1 renal2?
Cálculos renais, cálculos urinários, urolitíase, nefrolitíase, ou “pedra nos rins” são concreções3 de cristais minerais que se formam no interior da árvore urinária e que podem migrar através dela ou obstrui-la, causando dor. Eles começam bem pequenos e vão crescendo progressivamente, podendo atingir tamanhos descomunais, em referência às dimensões dos rins4. Incidem mais nos homens que nas mulheres. Na maior parte dos casos, os cálculos são formados por uma combinação de cálcio, oxalato e fosfato. Os cálculos de ácido úrico são menos comuns. Há também outros elementos capazes de formá-los e alguns cálculos são formados por uma associação de vários elementos. Aqueles devido a infecções5 - chamados estruvitas - são ainda menos comuns, mas podem atingir grandes tamanhos.
Quais são as causas dos cálculos renais?
Nem sempre é possível saber a causa da formação dos cálculos renais. Embora se saiba que certos alimentos favoreçam a sua formação em pessoas susceptíveis, parece que nenhum alimento específico causa cálculos renais em pessoas não susceptíveis. Há a implicação de um fator familiar na formação de cálculos. Pessoas em que membros da família tenham o problema têm maior possibilidade de também desenvolver “pedras nos rins”. Outros fatores relacionados à formação de cálculos são as infecções5, transtornos bioquímicos ou do fluxo urinário e algumas perturbações metabólicas sistêmicas. Algumas medicações à base de cálcio (diuréticos6 e antiácidos7, por exemplo), também parecem aumentar a chance da formação de “pedras nos rins”. A inflamação8 crônica do intestino é outro fator que pode favorecer a formação de cálculos renais.
Os cálculos formados por oxalato de cálcio costumam ter sua incidência9 diminuída quando se evita alimentos ricos em oxalato, como espinafre, beterraba, germe10 de trigo, amendoim, chocolate, chá preto indiano, batata doce, uva, aipo, pimentão, morango e fígado11.
Quais são os sintomas12 gerados pelos cálculos renais?
O sintoma13 mais chamativo devido à presença de “pedras nos rins” é a temível cólica renal2. Em geral, ela provoca uma dor intensa, localizada em um dos flancos14 e que pode se irradiar para a parte anterior baixa do abdome15, no trajeto ao longo dos ureteres16, em direção aos testículos17, nos homens, e aos grandes lábios, nas mulheres. Quase sempre é uma dor intensa, repentina e inesperada que surpreende o paciente em meio às suas atividades normais ou mesmo dormindo. Ela não responde com pioras ou melhoras a manobras físicas, como mudanças de posição, compressões, etc. É frequente haver náuseas18, vômitos19, urgência20 ou desconforto para urinar, palidez, taquicardia21 e sudorese22. Se houver infecção23 urinária, pode ocorrer febre24 (geralmente baixa). Quando a obstrução dos ureteres16 se dá na parte distal25, a dor pode manifestar-se na fossa ilíaca26 do mesmo lado e na parte inferior do abdome15.
Como o médico diagnostica a presença de cálculos renais?
Quando há cólicas27 as dores são muito sugestivas. Mas elas podem ser menos típicas e há mesmo cálculos que permanecem sem gerar sintomas12 por longos períodos, ou mesmo definitivamente, o que não é infrequente.
Exames de imagens como radiografias ou ultrassonografias podem indicar a presença de cálculos. Exames um pouco mais sofisticados, como a urografia28 excretora, podem ajudar na localização dos mesmos. Se for necessário, exames de tomografia computadorizada29 e ressonância nuclear magnética podem completar o diagnóstico30.
Como o médico trata os cálculos renais?
Tratada a cólica renal2, o passo seguinte deve ser remover o cálculo1. Se ele é detectado antes da cólica, deve ser removido preventivamente. Um recurso simples, para auxiliar na prevenção da formação de cálculos e na eliminação deles é o aumento da ingestão de água. Isso, contudo, não deve ser feito durante as cólicas27 porque aumentaria a produção de urina31, que encontraria obstruídas as vias urinárias. Anos atrás, os cálculos renais que não eram eliminados espontaneamente só podiam ser retirados por meio de cirurgia; atualmente, busca-se quebrá-los em partículas menores, capazes de serem carregadas pela urina31. Para fazer isso, usam-se diferentes formas de energia (eletricidade, ultrassom, raio laser e impactos mecânicos). A litotripsia extracorpórea, por exemplo, usa ondas de choque32 que atravessam o corpo do paciente e procuram atingir o cálculo1, para fragmentá-lo. As pedras nos rins4 também podem ser retiradas através de endoscópios, finos tubos que possuem iluminação na extremidade e que são introduzidos na árvore urinária a partir da uretra33. Outra técnica de tratamento é por meio da nefrolitotomia percutânea. Por ela, um tubo rígido é colocado no rim34 através da pele35 e por ele são retiradas as "pedras". Outro método, ainda, que pode ser utilizado é a laparoscopia36, um procedimento cirúrgico minimamente invasivo realizado sob efeito de anestesia37.
Como evoluem os cálculos renais?
O processo de formação de cálculos renais é permanente. Quem já sofreu uma cólica renal2 quase provavelmente sofrerá outra (s). A melhor maneira de prevenir os cálculos renais é aumentar a ingestão de água. Os cálculos renais duradouros, mesmo se assintomáticos, podem gerar dilatação e deformidade da árvore urinária e dos rins4 e infecção23 urinária.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Mayo Clinic, National Kidney Foundation e National Health Service (NHS) do Reino Unido.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.