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Cistos epidérmicos - conceito, causas, características, diagnóstico, tratamento e evolução

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O que são cistos epidérmicos?

Os cistos epidérmicos (ou epidermoides) são pequenos caroços que se desenvolvem sob a pele1. Eles não causam outros sinais2 ou sintomas3 e nunca são cancerígenos. São frequentemente encontrados na cabeça4, pescoço5, costas6 ou órgãos genitais e variam em tamanho, desde poucos milímetros a vários centímetros de diâmetro.

Quais são as causas dos cistos epidérmicos?

Os cistos epidérmicos podem se desenvolver por vários motivos, mas acredita-se que a causa principal seja o acúmulo de queratina presa abaixo da pele1. Isso acontece devido a um rompimento da pele1 ou dos folículos capilares7. Quando numerosos, um distúrbio genético subjacente pode ser a causa.

O que é queratina?

A queratina é uma proteína constituída por 15 aminoácidos, sendo um deles a cisteína. Ela é produzida naturalmente nas células8 da pele1 e normalmente é empregada na elaboração, conservação e crescimento dos cabelos e das unhas9. Nos animais, participa predominantemente na formação dos órgãos duros como escamas, penas, garras, cascos, chifres e carapaças. Ela representa 90% da formação dos folículos pilosos, sendo essencial para que estes tenham vida, elasticidade10 e resistência.

Veja mais sobre "Dermatite11 de contato", "Brotoejas", "Caspas" e "Acne12: o tormento dos adolescentes".

Quais são as características clínicas dos cistos epidérmicos?

Os cistos epidérmicos são pequeninas bolsas cheias de restos de queratina branca, que formam pequenas protuberâncias na superfície do corpo. A pele1 sobrejacente pode permanecer na cor própria ou se tornar esbranquiçada ou amarelada. Os cistos epidérmicos são tipicamente indolores, embora possam algumas vezes ficar inflamados e irritados.

Como o médico diagnostica os cistos epidérmicos?

Para diagnosticar os cistos epidérmicos o médico deve examinar a lesão13 e a pele1 ao redor, além de fazer um levantamento do histórico médico do paciente. O médico pode diagnosticar os cistos epidérmicos apenas por esses meios, mas, às vezes, quando a situação não é totalmente típica, é necessário uma ultrassonografia14 para confirmar o diagnóstico15.

Como o médico trata os cistos epidérmicos?

Os cistos epidérmicos não desaparecem completamente por conta própria. O que pode acontecer com eles é diminuírem a um tamanho imperceptível e voltar a crescer novamente. No entanto, não precisam ser removidos, já que não são perigosos. A retirada deles só se justifica quando se tornam incômodos ou restar alguma dúvida quanto à natureza benigna da lesão13. Nesses casos, é necessária a intervenção de um dermatologista.

Se o cisto ficar vermelho, inchado ou dolorido, mudar de tamanho ou de característica, ou se infectar, o tratamento pode ser aconselhável. Nesses casos, as opções incluem antibióticos ou cirurgia. Às vezes, o cisto também pode ser drenado ou injetado com uma solução esteroide.

Como evoluem os cistos epidérmicos?

Em quase todos os casos, os cistos epidérmicos não causam problemas e podem permanecer sem tratamento. Espremer o conteúdo do cisto sozinho pode causar inflamação16 e/ou infecção17 em outros locais e causar marcas (cicatrizes18) ao redor do cisto, o que pode resultar em cicatrizes18 maiores. Mesmo depois de drenado, é muito possível que o cisto volte a crescer. Se houver alguma alteração significativa na aparência de um cisto, é recomendável consultar o médico para que ele possa monitorar a evolução dessas mudanças.

Quais são as complicações possíveis dos cistos epidérmicos?

O cisto epidérmico pode ficar sensível e inchado, mesmo quando não infectado. O rompimento do cisto leva a uma infecção17 e requer tratamento imediato. Os cistos podem infeccionar e ficar doloridos, dando origem a abscessos19. Em casos muito raros, os cistos epidérmicos podem causar câncer20 de pele1.

Leia também sobre "Foliculite", "Dermatite seborreica21" e "Dermatite11 atópica".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic, da Harvard Medical School e da U.S. National Library of Medicine.

ABCMED, 2020. Cistos epidérmicos - conceito, causas, características, diagnóstico, tratamento e evolução. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/pele-saudavel/1384370/cistos-epidermicos-conceito-causas-caracteristicas-diagnostico-tratamento-e-evolucao.htm>. Acesso em: 19 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
2 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
3 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
4 Cabeça:
5 Pescoço:
6 Costas:
7 Capilares: Minúsculos vasos que conectam as arteríolas e vênulas.
8 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
9 Unhas: São anexos cutâneos formados por células corneificadas (queratina) que formam lâminas de consistência endurecida. Esta consistência dura, confere proteção à extremidade dos dedos das mãos e dos pés. As unhas têm também função estética. Apresentam crescimento contínuo e recebem estímulos hormonais e nutricionais diversos.
10 Elasticidade: 1. Propriedade de um corpo sofrer deformação, quando submetido à tração, e retornar parcial ou totalmente à forma original. 2. Flexibilidade, agilidade física. 3. Ausência de senso moral.
11 Dermatite: Inflamação das camadas superficiais da pele, que pode apresentar-se de formas variadas (dermatite seborreica, dermatite de contato...) e é produzida pela agressão direta de microorganismos, substância tóxica ou por uma resposta imunológica inadequada (alergias, doenças auto-imunes).
12 Acne: Doença de predisposição genética cujas manifestações dependem da presença dos hormônios sexuais. As lesões começam a surgir na puberdade, atingindo a maioria dos jovens de ambos os sexos. Os cravos e espinhas ocorrem devido ao aumento da secreção sebácea associada ao estreitamento e obstrução da abertura do folículo pilosebáceo, dando origem aos comedões abertos (cravos pretos) e fechados (cravos brancos). Estas condições favorecem a proliferação de microorganismos que provocam a inflamação característica das espinhas, sendo o Propionibacterium acnes o agente infeccioso mais comumente envolvido.
13 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
14 Ultrassonografia: Ultrassonografia ou ecografia é um exame complementar que usa o eco produzido pelo som para observar em tempo real as reflexões produzidas pelas estruturas internas do organismo (órgãos internos). Os aparelhos de ultrassonografia utilizam uma frequência variada, indo de 2 até 14 MHz, emitindo através de uma fonte de cristal que fica em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, os quais são interpretados através de computação gráfica.
15 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
16 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
17 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
18 Cicatrizes: Formação de um novo tecido durante o processo de cicatrização de um ferimento.
19 Abscessos: Acumulação de pus em uma cavidade formada acidentalmente nos tecidos orgânicos, ou mesmo em órgão cavitário, em consequência de inflamação seguida de infecção.
20 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
21 Dermatite seborreica: Caracterizada por descamação da pele e do couro cabeludo. A forma que acomete couro cabeludo é a mais comum e conhecida popularmente por caspa. É uma doença inflamatória, não contagiosa, possui caráter crônico e recorrente. O fungo Pityrosporum ovale pode ser considerado um possível causador da dermatite seborreica. As manifestações clínicas mais comuns são descamação, vermelhidão e aspereza local. As escamas podem ser secas ou gordurosas, finas ou espessas, geralmente acinzentadas ou amareladas, quase sempre aderentes, podendo ser acompanhadas ou não de coceira.

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