Nefrectomia - retirada do rim. Quando é feita? Como é o procedimento?
As pessoas nascem com dois rins1, mas realmente precisam apenas de um: um único rim2 saudável pode funcionar bem, como dois rins1. Mas se ambos os rins1 forem removidos, a diálise3 ou um transplante será necessário para manter a vida.
Os riscos de uma nefrectomia do doador para um transplante renal4 são muito pequenos. Todos os doadores vivos passam por cuidadosas avaliações pré-operatórias para garantir que estejam saudáveis o suficiente para a cirurgia. A grande maioria dos doadores de rim2 vive uma vida longa e saudável com um único órgão.
Leia sobre "Transplante renal4", "Nefrite5", "Insuficiência renal6 aguda" e "Insuficiência renal6 crônica".
O que é nefrectomia?
Nefrectomia (do grego: nefro7 = rim2 + ectomia = remoção) é a remoção cirúrgica de um dos rins1. A nefrectomia de um rim2 doente pode ser parcial ou total (radical). Na nefrectomia parcial, apenas a parte doente ou lesada do rim2 é removida. A nefrectomia radical envolve a remoção de todo o rim2, juntamente com uma seção do ureter8, que leva à bexiga9, da glândula10 suprarrenal, que fica no topo do rim2, e do tecido adiposo11 ao redor do órgão. Quando os dois rins1 são removidos ao mesmo tempo, o procedimento é chamado de nefrectomia bilateral.
Quais são os motivos para se fazer uma nefrectomia?
A nefrectomia é feita para tratar o câncer12 renal4, bem como outras doenças e lesões13 renais graves. Também é feita para remover um rim2 saudável de um doador (vivo ou morto) a ser transplantado em um receptor.
Como é feita a nefrectomia?
A nefrectomia pode ser feita por cirurgia laparoscópica, também chamada de cirurgia minimamente invasiva. A cirurgia laparoscópica envolve o uso de um laparoscópio14, um aparelho que contém uma pequena câmera e que é passado através de uma série de pequenas incisões15 na parede abdominal16, usado para visualizar a cavidade abdominal17 e remover o rim2 através de uma pequena incisão18. Esse procedimento é feito sob anestesia19 geral.
Uma vez realizada a cirurgia, será colocado um cateter vesical20 que será removido várias horas após a cirurgia. As vantagens da cirurgia laparoscópica sobre a cirurgia aberta incluem menor tempo de recuperação, estadia hospitalar mais curta, incisões15 menores e menos complicações pós-operatórias. No entanto, nem todo cirurgião tem experiência nesse tipo de procedimento e nem todo hospital tem condição de realizá-lo.
A nefrectomia aberta também é feita sob anestesia19 geral e raramente é necessária. O cirurgião faz uma incisão18 no lado do abdômen em que o rim2 será abordado (área do flanco21). Uma costela pode precisar ser removida para realizar o procedimento. O ureter8 (tubo que transporta a urina22 do rim2 para a bexiga9) e os vasos sanguíneos23 são seccionados do rim2 e o rim2 é removido. A incisão18 é então fechada com pontos.
Saiba mais sobre "Câncer12 renal4", "Laparoscopia24" e "Anestesia19 geral".
E depois da nefrectomia?
O paciente provavelmente permanecerá no hospital por 1 a 7 dias, dependendo do método de cirurgia utilizado. Após a cirurgia, a equipe médica observará cuidadosamente a pressão arterial25 e o equilíbrio de eletrólitos26 e de fluidos, funções do corpo que normalmente são controladas em parte pelos rins1.
Provavelmente o paciente terá de usar um cateter urinário, tubo para drenar a urina22 da bexiga9, por um curto período de tempo durante a sua recuperação. Por algum tempo, o paciente pode ter desconforto e dormência27 perto da área da incisão18, devido à secção dos nervos. Analgésicos28 devem ser administrados após o procedimento cirúrgico e durante o período de recuperação, conforme necessário.
A respiração profunda e a tosse podem ser dolorosas porque a incisão18 é feita muito próxima ao diafragma29. Uma fisioterapia30 respiratória é muito importante para prevenir a pneumonia31. Atividade extenuante e de trabalho pesado devem ser evitados por seis semanas, pelo menos, após o procedimento.
O rim2 remanescente deve ser regularmente testado para verificar quão bem está funcionando. Um exame de urina32 e medida da pressão arterial25 devem ser feitos regularmente a cada ano, pelo menos, e indicadores da função renal4 (creatinina33, taxa de filtração glomerular [TFG]) devem ser também verificados a cada ano (ou mais frequentemente, se resultados anormais forem encontrados). Também devem ser realizados testes regulares de urina22, principalmente visando avaliar as proteínas34, porque a presença de proteína na urina22 pode significar algum dano renal4.
Pessoas com apenas um rim2 devem evitar esportes como boxe, hóquei, futebol, artes marciais, rodeio, etc., que envolvem maiores riscos de contato pesado ou colisão. Também devem ser evitadas atividades extremas e radicais, como paraquedismo, rapel, etc. Qualquer um com um único rim2 que decida participar desses esportes deve ser extremamente cuidadoso e usar um protetor acolchoado, porque o paciente deve entender que perder o rim2 remanescente é uma situação muito séria.
Quais são as complicações possíveis da nefrectomia?
Toda cirurgia tem certos riscos e complicações. Possíveis complicações da cirurgia de nefrectomia incluem: infecção35; sangramento, às vezes requerendo transfusão36 de sangue37; pneumonia31 pós-operatória; raras reações alérgicas à anestesia19 e, eventualmente, morte. Há também um pequeno risco de insuficiência renal6, num paciente com função reduzida do rim2 remanescente.
Veja também sobre "Doação de órgãos" e "Hemodiálise38".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.