Índice glicêmico e carga glicêmica
O que são índice glicêmico e carga glicêmica?
O índice glicêmico (IG) é uma medida que classifica os alimentos de acordo com o efeito que eles têm sobre os níveis de açúcar1 no sangue2. Corresponde à velocidade com que os carboidratos dos alimentos aumentam o açúcar1 no sangue2.
Ele tem seu valor máximo (100) atribuído ao aumento no nível de glicose3 no sangue2 duas horas depois de o indivíduo ter consumido um alimento contendo glicose3 pura. O IG de qualquer alimento específico é comparado com este e depende principalmente do tipo de carboidrato4 que ele contém. Estão disponíveis tabelas de IG que listam muitos tipos de alimentos e seus respectivos IGs. Um alimento é considerado de baixo IG se seu nível for inferior a 55; o IG é considerado alto se for maior de 70; e o GI de gama média fica entre 56 e 69.
O termo “índice glicêmico” foi introduzido, em 1981, por David J. Jenkins e colaboradores.
Já a carga glicêmica é o efeito produzido pela quantidade de carboidrato4 presente no alimento, levando em consideração o seu efeito sobre o açúcar1 no sangue2: quanto mais carboidrato4, maior será a alteração na glicemia5. A carga glicêmica é calculada multiplicando-se o índice glicêmico do alimento em questão pelo teor de carboidratos existentes na porção real de alimento, comparada com um alimento padrão (geralmente glicose3).
Assim, afora a velocidade de metabolização do carboidrato4 ingerido, a carga glicêmica depende da quantidade consumida. Ou seja, o índice glicêmico depende do tipo de carboidrato4 e a carga glicêmica do seu volume.
Os alimentos com índice e carga glicêmica altos (doces, refrigerantes, pão branco, massas, etc.) têm um maior impacto no açúcar1 no sangue2 do que os alimentos com índice e carga glicêmica baixos (frutas, legumes, grãos integrais, etc.)
Leia sobre "Diabetes mellitus6", "Hipoglicemia7", "Comportamento da glicose3" e "Prevenção do Diabetes8".
Como se calcula o índice glicêmico e a carga glicêmica de um determinado alimento?
O IG é medido em uma escala de 0 a 100, em que o valor de 100 é atribuído à glicemia5 devido à glicose3 pura, que é rapidamente absorvida pelo corpo e eleva com a maior rapidez possível os níveis de açúcar1 no sangue2. Para se calcular o índice glicêmico de um outro alimento, é necessário comparar o aumento de açúcar1 no sangue2 que ele ocasiona após a sua ingestão com a resposta de açúcar1 no sangue2 que ocorre após a ingestão de uma quantidade equivalente de glicose3 pura.
O método de cálculo9 envolve o seguinte:
- O indivíduo deve estar em jejum por, pelo menos, oito horas antes do teste.
- O indivíduo deve consumir uma quantidade específica de glicose3 pura (geralmente 50 gramas) e monitorar os níveis de açúcar1 no sangue2 por duas horas (curva glicêmica10).
- O indivíduo deve consumir uma quantidade equivalente do alimento testado (geralmente 50 gramas) e também monitorar os níveis de açúcar1 no sangue2 por duas horas.
- É estabelecida então uma curva de evolução da glicemia5 para cada uma dessas situações.
- Calcula-se o índice glicêmico dividindo a área sob a curva de resposta de açúcar1 no sangue2 após a ingestão do alimento pelo valor correspondente para a glicose3 pura, e multiplicando-se por 100.
Um alimento é considerado com um índice glicêmico alto se fica acima de 70 e baixo e for menor de 55. Os alimentos de índice glicêmico médio ficam situados entre 55 e 70. A título de exemplos, os índices glicêmicos de alguns alimentos são:
- Maçã: 36
- Laranja: 43
- Banana: 51
- Manga: 51
- Abacaxi: 59
- Melão: 70
- Cenoura: 39
- Batata doce: 63
- Abóbora: 74
- Pipoca: 65
- Arroz branco: 73
- Pão branco: 75
- Lentilha: 32
- Mel: 61
- Açúcar1 de mesa: 65
A carga glicêmica de um alimento, por sua vez, é calculada multiplicando o índice glicêmico (IG) do alimento pelo teor de carboidratos na mesma porção padronizada do alimento e dividindo o resultado por 100. A fórmula matemática é, pois, a seguinte: carga glicêmica = índice glicêmico x carboidratos em uma porção / 100. Os carboidratos em uma porção de alimento são obtidos subtraindo-se o teor de fibras do teor total de carboidratos na porção.
Os valores médios da carga glicêmica dos alimentos podem variar amplamente, dependendo do tipo de alimento e da porção consumida. Em geral, considera-se que os valores desejáveis ficam entre 11 e 19. Valores baixos estão aquém de 10 e valores altos acima de 20.
Alguns exemplos dos valores médios da carga glicêmica de alguns alimentos, indo do maior ao menor, são:
- Uva passa: 28
- Arroz branco cozido: 23
- Batata cozida: 20
- Macarrão cozido: 15
- Aveia: 13
- Banana: 12
- Pão branco: 10
- Grão-de-bico cozido: 9
- Feijão preto cozido: 7
- Lentilha cozida: 6
- Maçã: 6
- Laranja: 5
- Ervilha cozida: 4
- Cenoura cozida: 3
As tabelas de índice glicêmico e carga glicêmica geralmente fornecem apenas um valor por alimento, mas variações são possíveis devido ao estado de amadurecimento, métodos de cozimento, métodos de processamento, etc., sem falar que a resposta glicêmica é diferente de uma pessoa para outra, e na mesma pessoa, dependendo dos níveis anteriores de glicose3 no sangue2, resistência à insulina11 e outros fatores individuais.
Além da carga glicêmica, outros fatores, como o teor de gorduras, proteínas12, fibras, vitaminas e minerais, devem ser levados em consideração ao definir se uma dieta é saudável.
Veja também sobre "Glicemia de jejum13", "Hemoglobina glicada14" e "Glicemia5 média estimada".
Benefícios de uma dieta com baixo índice glicêmico e baixa carga glicêmica
Os benefícios de uma dieta de baixo índice glicêmico e baixa carga glicêmica são duplos. Por um lado, pode ajudar na perda de peso, pois os alimentos com alto índice glicêmico ou alta carga glicêmica têm maior probabilidade de serem ricos em calorias15. Por outro lado, pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver diabetes8 tipo 2, pois é capaz de reduzir a quantidade de insulina16 necessária para equilibrar os níveis de açúcar1 no sangue2.
Para quem já tem diabetes tipo 217, uma dieta com baixo índice glicêmico pode ajudar a reduzir a quantidade de medicamentos necessários, bem como o risco de desenvolver outras complicações.
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Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do NIH – National Institutes of Health, da PubMed e da Cleveland Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.