Aparelhos auditivos: tecnologia que devolve a clareza dos sons e a qualidade de vida
O que são aparelhos auditivos?
Aparelhos auditivos são dispositivos eletrônicos de uso médico projetados para auxiliar pessoas com perda auditiva, compensando o déficit de audição e permitindo que o usuário perceba sons que, de outra forma, seriam inaudíveis ou difíceis de compreender. Eles melhoram significativamente a comunicação e a interação com o ambiente, favorecendo a qualidade de vida.
Esses pequenos dispositivos funcionam amplificando os sons e são compostos por três componentes principais:
- um microfone, que capta os sons do ambiente;
- um amplificador, que aumenta a intensidade desses sons;
- e um receptor (ou alto-falante), que transmite o som amplificado ao ouvido.
Modelos modernos incluem processadores digitais capazes de ajustar automaticamente o som conforme as necessidades auditivas do usuário, filtrando ruídos indesejados e destacando sons importantes, como a fala. Com o avanço da tecnologia, os aparelhos auditivos tornaram-se mais discretos, eficientes e personalizáveis, podendo até se conectar a smartphones e outros dispositivos eletrônicos.
Saiba mais sobre "Deficiência auditiva", "Implante1 coclear" e "Aparelho auditivo ancorado no osso".
Por que usar aparelhos auditivos?
Esses dispositivos são indicados para pessoas com diferentes tipos e graus de perda auditiva, que podem resultar de envelhecimento (presbiacusia2), exposição prolongada a ruídos altos, infecções3, traumas ou causas genéticas.
O uso é recomendado por otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos, após avaliação auditiva detalhada, como audiometria4 e logoaudiometria. Quando não tratada, a perda auditiva pode impactar de forma profunda a qualidade de vida: dificuldades em ouvir conversas ou sons de alerta podem levar ao isolamento social, depressão, estresse e até declínio cognitivo5.
Estudos já mostraram que a perda auditiva não tratada está associada a um risco aumentado de demência6. Assim, os aparelhos auditivos não apenas restauram parcialmente a audição, mas também contribuem para preservar a saúde7 cognitiva8 e emocional.
Para crianças com perda auditiva, o uso é essencial para o desenvolvimento da fala, linguagem e aprendizado escolar. Já em adultos e idosos, favorece a autonomia, a segurança e a integração social, permitindo que o indivíduo volte a perceber sons ambientais importantes, como buzinas, alarmes ou campainhas.
Além disso, a estimulação auditiva contínua previne o desuso das vias auditivas centrais, que ocorre quando o cérebro9 deixa de processar sons, e reduz o esforço cognitivo5 necessário para compreender a fala, melhorando concentração e memória.
Como personalizar os aparelhos auditivos?
A regulagem e adaptação dos aparelhos auditivos é um processo técnico e individualizado, realizado por um fonoaudiólogo especializado.
Após os exames auditivos, o profissional configura o aparelho conforme o perfil auditivo do usuário, ajustando a amplificação para diferentes frequências sonoras. Esse processo é chamado de programação ou adaptação.
Nos primeiros dias de uso, pode haver necessidade de múltiplos ajustes até atingir o melhor desempenho, com base no relato do paciente sobre sua experiência em diferentes ambientes, como silenciosos, barulhentos ou com múltiplas fontes de som.
Modelos digitais modernos podem adaptar-se automaticamente ao ambiente, reconhecendo ruídos, vozes e sons de fundo, e muitos permitem controle via aplicativos de celular, para ajuste de volume e seleção de programas específicos, como “assistir TV” ou “atender telefone”.
A manutenção periódica é essencial, incluindo limpeza regular e substituição de tubos, filtros e pilhas ou baterias recarregáveis, garantindo o funcionamento ideal e a durabilidade do dispositivo.
Leia também: "Surdez congênita10", "Musicoterapia", "Surdez em idosos e o risco de demência6" e "Reflexão - a vergonha e a deficiência auditiva".
Quais são os tipos de aparelhos auditivos existentes?
Os aparelhos auditivos variam em tamanho, potência e design, sendo escolhidos conforme o grau de perda auditiva, idade, estética desejada e destreza manual do usuário.
Os principais tipos são:
- Intra-auriculares (IA): posicionados dentro do canal auditivo, discretos e personalizados conforme o formato do ouvido. Indicados para perdas leves a moderadas.
- Retroauriculares (BTE – Behind The Ear): ficam atrás da orelha11 e são conectados ao canal auditivo por um tubo fino. São os mais versáteis e duráveis, indicados para perdas leves a profundas, sendo ideais para crianças e idosos.
- Receptor no canal (RIC – Receiver In Canal): semelhante ao retroauricular12, mas com o receptor dentro do canal auditivo, proporcionando som mais natural e menor distorção. Indicado para perdas leves a severas.
- Completamente no canal (CIC – Completely In Canal): os menores e mais discretos, ficam totalmente dentro do canal auditivo. Indicados para perdas leves a moderadas, embora tenham menor potência e autonomia de bateria.
- Aparelhos com tecnologia avançada: incluem conectividade Bluetooth, inteligência artificial para ajuste automático e recarga de bateria, eliminando a necessidade de trocas frequentes.
A escolha ideal deve ser feita em conjunto com o fonoaudiólogo e o otorrinolaringologista, considerando tanto as necessidades auditivas quanto as preferências individuais.
Conclusão
Os aparelhos auditivos representam uma solução transformadora para pessoas com perda auditiva, oferecendo melhor comunicação, segurança e qualidade de vida. Com uma variedade crescente de modelos e recursos tecnológicos, é possível personalizar completamente a experiência auditiva.
Embora o custo e o período de adaptação possam representar desafios, os benefícios (como a melhoria da comunicação, o engajamento social e a prevenção de declínio cognitivo5) superam amplamente as limitações.
O acompanhamento regular com o fonoaudiólogo e o otorrinolaringologista é fundamental para o sucesso do tratamento, garantindo ajustes contínuos e resultados auditivos cada vez mais precisos. À medida que a tecnologia avança, os aparelhos auditivos tornam-se menores, mais inteligentes e mais eficazes, aproximando o paciente de uma audição cada vez mais natural e confortável.
Veja sobre "Tratamento da surdez neurossensorial" e "Remédios que podem levar à perda auditiva".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site da U.S. National Library of Medicine.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.