Gostou do artigo? Compartilhe!

Malformações vasculares cerebrais

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que são malformações1 vasculares2 cerebrais?

As malformações1 vasculares2 cerebrais são anomalias dos vasos sanguíneos3 do cérebro4 que podem se manifestar de várias formas, sendo as mais comuns:

  1. malformações1 arteriovenosas, em que os vasos sanguíneos3 do cérebro4 se formam de maneira anormal, resultando em uma conexão direta entre as artérias5 e as veias6, sem passar pelos capilares7;
  2. malformações1 cavernosas, que são aglomerados de vasos sanguíneos3 anormais que se assemelham a pequenas cavernas cheias de sangue8;
  3. e fístulas9 arteriovenosas durais, em que há uma conexão anormal entre as artérias5 e as veias6 na membrana que cobre o cérebro4 e a medula espinhal10, chamada de dura-máter11.

Quais são as causas das malformações1 vasculares2 cerebrais?

Existem várias causas possíveis para as malformações1 cerebrais. Algumas delas são presentes desde o nascimento e decorrem de que os vasos sanguíneos3 do cérebro4 não se formam corretamente durante a gestação. Alguns desses tipos de malformações1 vasculares2 cerebrais têm uma predisposição genética. Também traumatismos cranianos graves podem danificar os vasos sanguíneos3 do cérebro4, levando à formação de malformações1 vasculares2.

A exposição do feto12 à radiação, seja por tratamento de câncer13 da mãe ou outras condições médicas, pode aumentar o risco de desenvolver malformações1 vasculares2 cerebrais. Algumas malformações1 vasculares2 cerebrais podem surgir devido a anormalidades espontâneas no desenvolvimento dos vasos sanguíneos3 durante a gestação, em razão de fatores desconhecidos. Muitas vezes, a causa exata de uma malformação14 vascular15 cerebral pode não ser identificada.

Qual é o substrato fisiopatológico das malformações1 vasculares2 cerebrais?

As malformações1 vasculares2 cerebrais são condições congênitas16 que envolvem anormalidades no desenvolvimento dos vasos sanguíneos3 no cérebro4. A fisiopatologia17 específica dessas malformações1 pode variar de acordo com o tipo, mas, em geral, envolve anomalias no desenvolvimento dos vasos sanguíneos3 no cérebro4 durante a gestação.

Nas malformações1 arteriovenosas, em que o sangue8 flui diretamente das artérias5 para as veias6, sem a presença de um leito capilar18 intermediário, pode haver pressão e estresse nas paredes dos vasos sanguíneos3, levando à dilatação e enfraquecimento das veias6 e artérias5 adjacentes. Além disso, o fluxo turbulento do sangue8 injetado diretamente nas veias6 pode desencadear uma resposta inflamatória local, levando a danos nos tecidos circundantes.

A fisiopatologia17 exata dos cavernomas não é totalmente compreendida, mas acredita-se que se desenvolvam devido a anormalidades no desenvolvimento dos vasos sanguíneos3 durante a formação embrionária.

Saiba mais sobre "Doenças cerebrovasculares", "Angioma19 cavernoso", "Hérnias20 cerebrais" e "Abscesso21 cerebral".

Quais são as características clínicas das malformações1 vasculares2 cerebrais?

Os sintomas22 das malformações1 vasculares2 cerebrais podem variar de acordo com o tipo e a localização da anomalia. Alguns pacientes podem ser assintomáticos, enquanto outros podem apresentar sintomas22 graves, como convulsões, dores de cabeça23 intensas, fraqueza em um lado do corpo, dificuldades de fala, entre outros sintomas22 neurológicos.

Malformações1 arteriovenosas podem causar um aumento na pressão sanguínea nos vasos envolvidos. Nas malformações1 cavernosas podem ocorrer sangramentos nesses vasos, levando a sintomas22 como convulsões, dores de cabeça23 e, em casos mais graves, acidentes vasculares2 cerebrais com danos neurológicos significativos e mesmo morte. Nas fístulas9 arteriovenosas durais, em que há um fluxo sanguíneo anormal, pode haver sintomas22 semelhantes aos de outras malformações1 vasculares2 cerebrais.

Como o médico diagnostica as malformações1 vasculares2 cerebrais?

O diagnóstico24 envolve exames de imagens, como angiografia25 cerebral, ressonância magnética26 ou tomografia computadorizada27, para avaliar a estrutura dos vasos sanguíneos3 cerebrais.

Como o médico trata as malformações1 vasculares2 cerebrais?

O tratamento das malformações1 vasculares2 cerebrais também varia, dependendo do tipo e da gravidade da malformação14, podendo incluir uma simples observação e monitoramento, medicamentos para controlar os sintomas22, microcirurgia, embolização28 (bloqueio) dos vasos anormais, radiocirurgia ou cirurgia para remover a malformação14.

No contexto das malformações1 vasculares2, a microcirurgia é frequentemente usada para anastomose29 vascular15, reconstrução de vasos sanguíneos3 danificados ou malformados e remoção das lesões30. Como em casos de transplantes, em que é necessário conectar vasos do doador aos do receptor, a microcirurgia pode ser utilizada para reparar vasos sanguíneos3 nas malformações1 vasculares2 cerebrais.

A embolização28 é outra técnica que pode ser utilizada no tratamento de malformações1 vasculares2. Embora não seja uma forma direta de atuação, como a da microcirurgia, a embolização28 é um procedimento minimamente invasivo frequentemente realizado antes da cirurgia. Ela envolve a inserção de materiais embólicos nos vasos sanguíneos3 para bloquear o fluxo sanguíneo para a malformação14, facilitando a cirurgia subsequente.

Durante o procedimento de embolização28, um cateter é inserido em uma artéria31 periférica, geralmente na virilha, e guiado através de radiografia até os vasos sanguíneos3 próximos à malformação14. Pequenas partículas, espirais de metal ou substâncias adesivas são então injetadas através do cateter para bloquear ou reduzir o fluxo sanguíneo para a malformação14. A embolização28 pode ser combinada com cirurgia, radioterapia32 ou tratamento com laser, dependendo do tipo e localização da malformação14, bem como das necessidades individuais do paciente. É um procedimento com baixo risco de complicações, especialmente quando realizado por equipes médicas experientes em centros especializados.

A escolha do tratamento adequado para cada caso dependerá das características específicas da malformação14 vascular15 e das necessidades individuais de cada paciente.

Leia sobre "Acidente Vascular Cerebral33", "Aneurisma34 cerebral" e "Atrofia35 cerebral".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do Hospital Israelita Albert Einstein, da Mayo Clinic e da U.S. National Library of Medicine.

ABCMED, 2024. Malformações vasculares cerebrais. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1469407/malformacoes-vasculares-cerebrais.htm>. Acesso em: 29 mai. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Malformações: 1. Defeito na forma ou na formação; anomalia, aberração, deformação. 2. Em patologia, é vício de conformação de uma parte do corpo, de origem congênita ou hereditária, geralmente curável por cirurgia. Ela é diferente da deformação (que é adquirida) e da monstruosidade (que é incurável).
2 Vasculares: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
3 Vasos Sanguíneos: Qualquer vaso tubular que transporta o sangue (artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias).
4 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
5 Artérias: Os vasos que transportam sangue para fora do coração.
6 Veias: Vasos sangüíneos que levam o sangue ao coração.
7 Capilares: Minúsculos vasos que conectam as arteríolas e vênulas.
8 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
9 Fístulas: Comunicação anormal entre dois órgãos ou duas seções de um mesmo órgão entre si ou com a superfície. Possui um conduto de paredes próprias.
10 Medula Espinhal:
11 Dura-Máter: A mais externa das três MENINGES, uma membrana fibrosa de tecido conjuntivo que cobre o encéfalo e cordão espinhal.
12 Feto: Filhote por nascer de um mamífero vivíparo no período pós-embrionário, depois que as principais estruturas foram delineadas. Em humanos, do filhote por nascer vai do final da oitava semana após a CONCEPÇÃO até o NASCIMENTO, diferente do EMBRIÃO DE MAMÍFERO prematuro.
13 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
14 Malformação: 1. Defeito na forma ou na formação; anomalia, aberração, deformação. 2. Em patologia, é vício de conformação de uma parte do corpo, de origem congênita ou hereditária, geralmente curável por cirurgia. Ela é diferente da deformação (que é adquirida) e da monstruosidade (que é incurável).
15 Vascular: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
16 Congênitas: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
17 Fisiopatologia: Estudo do conjunto de alterações fisiológicas que acontecem no organismo e estão associadas a uma doença.
18 Capilar: 1. Na medicina, diz-se de ou tubo endotelial muito fino que liga a circulação arterial à venosa. Qualquer vaso. 2. Na física, diz-se de ou tubo, em geral de vidro, cujo diâmetro interno é diminuto. 3. Relativo a cabelo, fino como fio de cabelo.
19 Angioma: Tumor benigno derivado dos vasos sangüíneos (hemangioma) ou dos vasos linfáticos (linfangioma). Apesar de benigno pode ser destrutivo localmente, causando, dependendo do tamanho, deformidades e problemas importantes.
20 Hérnias: É uma massa circunscrita formada por um órgão (ou parte de um órgão) que sai por um orifício, natural ou acidental, da cavidade que o contém. Por extensão de sentido, excrescência, saliência.
21 Abscesso: Acumulação de pus em uma cavidade formada acidentalmente nos tecidos orgânicos, ou mesmo em órgão cavitário, em consequência de inflamação seguida de infecção.
22 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
23 Cabeça:
24 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
25 Angiografia: Método diagnóstico que, através do uso de uma substância de contraste, permite observar a morfologia dos vasos sangüíneos. O contraste é injetado dentro do vaso sangüíneo e o trajeto deste é acompanhado através de radiografias seriadas da área a ser estudada.
26 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
27 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
28 Embolização: Técnica que consiste em injetar, em uma artéria, material capaz de obstrui-la completamente.
29 Anastomose: 1. Na anatomia geral, é a comunicação natural direta ou indireta entre dois vasos sanguíneos, entre dois canais da mesma natureza, entre dois nervos ou entre duas fibras musculares. 2. Na anatomia botânica, é a união total ou parcial de duas estruturas como vasos, ramos, raízes. 3. Formação cirúrgica de uma passagem entre duas estruturas tubulares ou ocas ou também é a junção ou ligação patológica entre dois espaços ou órgãos normalmente separados.
30 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
31 Artéria: Vaso sangüíneo de grande calibre que leva sangue oxigenado do coração a todas as partes do corpo.
32 Radioterapia: Método que utiliza diversos tipos de radiação ionizante para tratamento de doenças oncológicas.
33 Acidente vascular cerebral: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
34 Aneurisma: Alargamento anormal da luz de um vaso sangüíneo. Pode ser produzida por uma alteração congênita na parede do mesmo ou por efeito de diferentes doenças (hipertensão, aterosclerose, traumatismo arterial, doença de Marfán, etc.).
35 Atrofia: 1. Em biologia, é a falta de desenvolvimento de corpo, órgão, tecido ou membro. 2. Em patologia, é a diminuição de peso e volume de órgão, tecido ou membro por nutrição insuficiente das células ou imobilização. 3. No sentido figurado, é uma debilitação ou perda de alguma faculdade mental ou de um dos sentidos, por exemplo, da memória em idosos.
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.