Como ocorre a síndrome pós-colecistectomia
O que é síndrome1 pós-colecistectomia?
A colecistectomia é comumente realizada para tratar doenças da vesícula biliar2, como pedras na vesícula3 ou inflamação4 da vesícula3 (colecistite5). No entanto, alguns pacientes podem experimentar sintomas6 persistentes após a cirurgia. Como o nome sugere, esta síndrome1 pode representar uma continuação dos sintomas6 causados pela patologia7 anterior da vesícula biliar2 ou o desenvolvimento de novos sintomas6 que geralmente se correlacionam com a vesícula biliar2.
Mais frequentemente, os sintomas6 pós-operatórios mais comuns são os mesmos que estavam presentes antes da cirurgia, podendo, contudo, serem novos.
Quais são as causas da síndrome1 pós-colecistectomia?
A síndrome1 pós colecistectomia resulta das alterações ocorridas no fluxo da bile8, em decorrência da remoção do seu local de armazenamento, que é a vesícula biliar2. A dor associada com a síndrome1 pós-colecistectomia ocorre por espasmo9 do esfíncter de Oddi10, presença de cálculos na via biliar principal, aderências pós-cirúrgicas ou presença de um coto do canal cístico ou mesmo da vesícula biliar2, pelo fato de, na ausência de vesícula3, se perder a função do reservatório da bile8 e esta ser drenada continuamente para o intestino.
Leia sobre "Colelitíase11 ou pedras na vesícula biliar2" e "Colangiografia12: como é o exame".
Qual é o substrato fisiopatológico da síndrome1 pós-colecistectomia?
A fisiopatologia13 da síndrome1 pós-colecistectomia parece estar relacionada a alterações no fluxo biliar surgidas pela retirada da função reservatório da vesícula biliar2. Embora o conhecimento atual sobre a fisiopatologia13 da síndrome1 pós-colecistectomia tenha melhorado desde a introdução da colangiopancreatografia retrógrada endoscópica e da manometria endoscópica do esfíncter de Oddi10 em circunstâncias diagnósticas, a fisiopatologia13 ainda não é totalmente compreendida.
Acredita-se também que a síndrome1 pós-colecistectomia seja causada por doença orgânica ou funcional do trato gastrointestinal e pode ser ainda classificada em pacientes com sintomas6 de origem não biliar e biliar para avaliação sistemática.
A remoção da vesícula3 e a consequente falta de armazenamento adequado da bile8 pode afetar a liberação controlada da bile8 no sistema digestivo14. A remoção da vesícula3 pode alterar os padrões normais de motilidade intestinal e pode haver um aumento na pressão do esfíncter de Oddi10. Pode haver também aumento da sensibilidade ao ácido biliar, alterações na microbiota15 intestinal e fatores psicológicos.
Quais são as características clínicas da síndrome1 pós-colecistectomia?
A síndrome1 pós-colecistectomia ocorre em 5 a 40% dos pacientes submetidos à cirurgia de vesícula biliar2 e pode se manifestar precocemente, geralmente no período pós-operatório, mas também pode se manifestar meses ou anos após a cirurgia.
Dois tipos distintos de problemas podem ser encontrados nesses casos. O primeiro é o contínuo aumento do refluxo de bile8 para o trato gastrointestinal superior16, fator que pode contribuir para o aparecimento ou agravamento de esofagite17 ou gastrite18.
A outra consequência está relacionada ao trato gastrointestinal inferior19. Os sintomas6 incluem:
- intolerância a alimentos gordurosos, que pode levar à produção de gases e inchaço20 abdominal;
- náuseas21;
- vômitos22;
- azia23;
- refluxo ácido, devido à remoção da vesícula biliar2;
- indigestão;
- diarreia24, devido à liberação contínua de bile8 no intestino delgado25, o que pode afetar a digestão26;
- icterícia27;
- e episódios intermitentes28 de dores abdominais, embora a causa nem sempre seja clara.
A ausência da vesícula biliar2 pode influenciar a absorção de nutrientes, resultando em sintomas6 como fezes gordurosas e perda de peso.
Como o médico diagnostica a síndrome1 pós-colecistectomia?
A investigação diagnóstica inicial da síndrome1 pós-colecistectomia inclui hemograma completo, para eliminar etiologias infecciosas; painel metabólico completo (amilase, lipase, tempo de protrombina29, etc.), para avaliar possíveis doenças hepatobiliares30 ou pancreáticas; e análise de gases sanguíneos se o paciente estiver com aparência agudamente tóxica. Além disso, outros estudos laboratoriais podem ser indicados para descartar outras etiologias dos sintomas6.
Estudos radiográficos de tórax31 podem ser feitos para rastrear condições pulmonares e mediastinais. Filmes abdominais também devem ser obtidos na maioria dos casos. A ultrassonografia32 abdominal é um método rápido e não invasivo para avaliar o sistema hepatobiliar33, pâncreas34 e áreas adjacentes. A tomografia computadorizada35 pode auxiliar na identificação de pancreatite36 ou complicações da pancreatite36.
Imagens de cintilografia37 podem demonstrar vazamento biliar ou ajudar a identificar a disfunção do esfíncter de Oddi10, embora a diferenciação entre estenose38 e discinesia seja difícil. A ultrassonografia32 endoscópica é valiosa para determinar quais pacientes necessitariam de colangiopancreatografia retrógrada endoscópica. A esofagogastroduodenoscopia permite a visualização direta da ampola de Vater39 e avalia a mucosa40 desde o esôfago41 até o duodeno42 em busca de sinais43 de doença.
Como o médico trata a síndrome1 pós-colecistectomia?
O tratamento da síndrome1 pós-colecistectomia deve ser orientado pelo diagnóstico44 específico e pode incluir abordagens farmacológicas ou procedimentais, conforme sua causa. O objetivo da farmacoterapia é prevenir complicações e reduzir a morbidade45. A administração de agentes de volume, antiespasmódicos ou sedativos pode ser benéfica em pacientes com síndrome1 do intestino irritável. A colestiramina pode ser útil para pacientes46 com diarreia24. Antiácidos47, bloqueadores de histamina48-2 ou inibidores da bomba de prótons podem proporcionar alívio dos sintomas6 de pacientes com sintomas6 de gastrite18. Pacientes com sintomas6 dispépticos podem se beneficiar de ligantes de ácidos biliares, como a colestiramina.
A terapia processual deve basear-se no diagnóstico44 específico, assim como a terapia farmacológica. A cirurgia é uma opção quando existe uma etiologia49 bem estabelecida e identificável que responde à intervenção cirúrgica. A colangiopancreatografia retrógrada é o procedimento mais comumente realizado, pois pode ser tanto diagnóstico44 quanto terapêutico.
Nos casos de síndrome1 pós-colecistectomia resultante de litíase50 de ducto cístico remanescente, a extração de cálculos por terapia endoscópica pode ser suficiente. No entanto, a excisão cirúrgica do ducto cístico remanescente pode ser necessária em alguns casos para prevenir o desenvolvimento de reincidências futuras.
Veja também sobre "Colecistectomia aberta e por videolaparoscopia" e "Colecistite5: o que é".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site da U.S. National Library of Medicine.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.