Qual a diferença entre infertilidade e esterilidade? Quais são as causas?
O que é infertilidade1/esterilidade2?
Fala-se de infertilidade1 quando um casal não consegue a gravidez3 desejada ao fim de um ano (ou dois, na Europa) de vida sexual ativa e contínua, sem estar usando qualquer método contraceptivo. A infertilidade1 resulta de uma disfunção dos órgãos reprodutores, dos gametas4 ou do concepto. A esterilidade2, por seu turno, é a impossibilidade que tem o homem ou a mulher de produzir gametas4 (células5 sexuais: óvulos para a mulher; espermatozoide6 para os homens) ou zigotos (ou ovos - células5 que resultam da fusão entre óvulos e espermatozoides7) viáveis.
A diferença entre infertilidade1 e esterilidade2 nem sempre é feita com precisão e nem sempre se baseia em critérios idênticos. Daquilo que se depreende do conceito acima, podemos dizer que um casal é infértil se tem apenas uma diminuição das chances da gravidez3, que podem ser contornadas por medidas médicas, e que é estéril quando a capacidade de gerar filhos é nula.
A infertilidade1 e a esterilidade2 podem ser femininas, masculinas, femininas e masculinas ou não ter causa aparente. Sempre é melhor falar de casal infértil ou estéril porque uma causa de grande intensidade em um parceiro pode ser ajudada por outra mais branda no outro, e vice-versa.
Quais são as causas da infertilidade1/esterilidade2?
Algumas síndromes que causam infertilidade1/esterilidade2 têm caráter congênito8 ou hereditário, como as faltas de órgãos (útero9, trompa ou vagina10) ou alterações das gônadas11. Contudo, na maioria das vezes, os fatores de infertilidade1/esterilidade2 (sejam masculinos ou femininos), são adquiridos e decorrem de infecções12; alterações hormonais; sequelas13 de cirurgias ou traumas ou do uso abusivo de medicamentos ou drogas.
As principais causas de infertilidade1/esterilidade2 feminina são:
- Distúrbios hormonais que impedem o crescimento e a liberação do óvulo14.
- Doenças do ovário15.
- Obstrução das trompas.
- Infecções12 pélvicas16.
- Endometriose17.
- Alterações do muco cervical.
- Anomalias do útero9.
- Doenças que afetam a vagina10.
- Doenças sistêmicas (diabetes mellitus18, alterações das suprarrenais, alterações da tireoide19, obesidade20, estresse, bulimia21, anorexia22, doenças hepáticas23 que afetam o metabolismo24 dos estrogênios, etc).
- Intoxicações, como as pelo álcool ou drogas.
A infertilidade1/esterilidade2 masculina depende de que o homem seja capaz de depositar uma quantidade adequada de espermatozoides7 sadios na vagina10 da mulher. Nos homens, pois, a infertilidade1/esterilidade2 pode ser causada pela:
- Insuficiência25 quantitativa de espermatozoides7.
- Ausência, anomalias morfológicas ou distúrbios da motilidade dos espermatozoides7.
As causas mais comuns da diminuição dos espermatozoides7 estão relacionadas a alterações da produção deles (doenças da hipófise26, da tireoide19 ou da suprarrenal, traumas e problemas congênitos27 dos testículos28, problemas causados pelo uso de medicamentos, varicocele29, etc.). Vários outros fatores (às vezes simples) podem também alterar o processo de produção de espermatozoides7 como, por exemplo, um aumento da temperatura (por uma febre30 prolongada, criptorquidia31 - não descida do testículo32 desde a cavidade abdominal33 para a bolsa escrotal - ou por uma varicocele29, por exemplo). Em homens submetidos à extirpação da próstata34 (ou, eventualmente, a outra intervenção cirúrgica pélvica35) e nos diabéticos o sêmen36 pode seguir uma direção inversa à habitual e deslocar-se para a bexiga37 em vez de se deslocar para o pênis38, tornando-os, assim, inférteis.
Em geral existem causas concorrentes e, por isso, encontrar uma causa não significa que não haja também outras.
Quais são os sinais39 e sintomas40 da infertilidade1/esterilidade2?
A infertilidade1 é conceituada pela ausência da gravidez3 após pelo menos um ano (ou dois, na Europa) de tentativa de engravidar espontaneamente (relações sexuais regulares no período fértil - do 12° ao 15° dias do ciclo menstrual - sem o uso de qualquer método contraceptivo). Após um ano de tentativa deve ser procurado um ginecologista, para tentar resolver a situação. Em mulheres acima de 35 anos esse prazo deve cair para seis meses.
A esterilidade2 se caracteriza pela constatação da incapacidade definitiva para gerar filhos.
Como o médico diagnostica a infertilidade1/esterilidade2?
O diagnóstico41 de infertilidade1/esterilidade2 deve ser feito através da “pesquisa básica de fertilidade” e sempre envolver o casal, desde o início. Constitui um erro começar a investigação apenas por um dos membros.
Estatisticamente, a infertilidade1 decorre em 30% dos casos, da mulher; em 30% dos casos, do homem; em 30% dos casos, de ambos; em 10% dos casos não é possível determinar-se a causa.
Alguns exames ajudam a diagnosticar as causas da infertilidade1/esterilidade2:
- Ultrassonografia42 transvaginal: permite também fazer certos procedimentos da fertilização43 in vitro.
- Histerossalpingografia: exame radiológico contrastado que avalia uma possível obstrução das tubas uterinas.
- Histeroscopia44: exame que permite uma visualização direta da cavidade uterina e complementa a histerossalpingografia e a histerossonografia45.
- Espermograma: visa conhecer um dos fatores masculinos, avaliando os graus de concentração, motilidade, vitalidade e morfologia dos espermatozoides7.
Outros exames a serem usados em casos específicos são: avaliação do muco cervical, biópsia46 endometrial, culturas cervicais, pesquisa de anticorpos47 anti-espermatozoides7, exames imunológicos e laparoscopia48.
Como se trata a infertilidade1/esterilidade2?
Além do tratamento das causas, a medicina dispõe de vários métodos para contornar a infertilidade1: fertilização43 in vitro, inseminação intrauterina, indução da ovulação49.
- O método da fertilização43 in vitro, ou do chamado ”bebê de proveta", é reservado para a mulher que já tenha tentado outras formas de tratamento. Segundo ele, vários óvulos são removidos do ovário15 e artificialmente fecundados em laboratório com os espermatozoides7 do parceiro ou de um doador anônimo e depois transferidos para o útero9. As mulheres com impossibilidade de produzir óvulos podem também se beneficiar desse método e receberem óvulos de uma doadora, fecundados artificialmente, em laboratório, pelos espermatozoides7 do seu parceiro e abrigar os embriões em seu próprio útero9.
- A inseminação intrauterina consiste na introdução de espermatozoides7 purificados na cavidade uterina (acima do colo uterino50) até 36 horas após a indução da ovulação49.
- A indução da ovulação49 é utilizada quando tenha sido diagnosticada a falta ou distúrbios na ovulação49, nos casos de ovários51 policísticos, em uma fase da inseminação intrauterina ou da fertilização43 in vitro.
Como prevenir a infertilidade1/esterilidade2?
- Evitar excesso de exercícios e desordens alimentares, porque esses fatos parecem diminuir a produção tanto de óvulos quanto de espermatozoides7.
- Corrigir doenças metabólicas como o diabetes mellitus18, desordens do colesterol52, etc.
- Multivitaminas e sais minerais podem ajudar os homens com baixa contagem de espermatozoides7.
- Se houver desordens alimentares (bulimia21 e anorexia22) o tratamento delas deve preceder o tratamento da infertilidade1.
- Evitar as doenças sexualmente transmissíveis, algumas das quais podem causar infertilidade1/esterilidade2.
Quais são as chances de êxito no tratamento da infertilidade1?
Desde que as técnicas descritas sejam usadas adequadamente, as chances de êxito no tratamento da infertilidade1 são quase tão boas como as naturais, ou mesmo melhores.
A possibilidade da concepção53 de gêmeos (dois ou mais) é maior com a utilização desses recursos do que naturalmente.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.
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