Síndrome da ardência bucal
O que é a síndrome1 da ardência bucal?
A síndrome1 da ardência bucal, também conhecida como boca2 ardente ou glossodinia, é uma condição crônica caracterizada por uma sensação de queimação, dor ou formigamento na boca2, especialmente na língua3, lábios e mucosa4 bucal, sem que se possa encontrar qualquer lesão5 aparente nem definir uma causa específica, localizada ou sistêmica. Essa sensação pode persistir por semanas, meses ou até mesmo anos.
Quais são as causas da síndrome1 da ardência bucal?
Em geral, não se consegue determinar uma causa específica para a ardência bucal, mas existem várias teorias sobre seus possíveis desencadeadores, tais como:
- danos nos nervos que controlam a sensação da boca2;
- alterações nas papilas gustativas6 da língua3, que podem levar à sensação de sabor alterado ou metálico;
- alterações hormonais que podem desempenhar um papel na síndrome1 de ardência bucal;
- e infecções7 bucais, como candidíase8 oral ou infecções7 bacterianas.
Também a pressão exercida pela língua3 sobre os dentes, uma reação alérgica ou o uso de substâncias irritantes, como álcool, fumo e temperos, podem causar essa sensação.
A ardência bucal pode ocorrer secundariamente a condições bucais anormais conhecidas, porém, isso não configura a síndrome1 de ardência bucal. Entre essas condições, contam-se:
- lesões9;
- infecções7 ou traumas bucais;
- hipossalivação e xerostomia10, devidas a efeitos colaterais11 de remédios ou drogas ou à manifestação de doenças sistêmicas;
- reações secundárias a tratamentos oncológicos.
Doença do refluxo gastroesofágico12, hipoacidez gástrica crônica, ansiedade e depressão também podem estar relacionadas à queixa da ardência bucal.
Na ausência dessas condições, sugere-se investigação por meio da solicitação de exames laboratoriais, como:
- hemograma;
- ferritina;
- glicemia13;
- TSH;
- vitamina14 B12;
- ácido fólico;
- e zinco.
A suplementação15, caso haja alguma deficiência, pode levar à melhora dos sintomas16 da ardência bucal.
Veja também sobre "Halitose17 ou mau hálito", "Glossite18", "Hipertrofia19 gengival", "Língua3 saburrosa".
Quais são as características clínicas da síndrome1 da ardência bucal?
Na maioria das vezes, os sintomas16 da síndrome1 da ardência bucal atinge as mulheres. Eles podem variar de pessoa para pessoa, mas comumente incluem:
- uma sensação de queimação na língua3, lábios, gengivas, céu da boca2 ou em toda a boca2;
- sabor metálico ou amargo persistente;
- boca2 seca ou aumento da sede;
- formigamento ou dormência20 na boca2;
- e dor que pode variar de leve a grave.
Além da ardência, os pacientes com síndrome1 da ardência bucal podem queixar-se de parestesia21, disgeusia22 (distorção persistente do paladar23) e disestesia24 (desordem neurológica caracterizada por uma sensitividade alterada dos sentidos, especialmente do tato).
Os sintomas16 da síndrome1 da ardência bucal podem se manifestar periodicamente e afetar diferentes áreas da boca2 a cada vez. Algumas pessoas sentem uma dor pronunciada que pode durar vários dias ou semanas de cada vez. Outros podem experimentar episódios periódicos de leve desconforto ou irritação que duram apenas alguns dias, acompanhados por uma ausência de sintomas16 por vários dias entre os episódios.
Como o médico diagnostica a síndrome1 da ardência bucal?
Não há um único exame que possa confirmar se um indivíduo tem ou não síndrome1 da ardência bucal. O diagnóstico25 tem de ser feito com base na avaliação dos sintomas16 e na exclusão de outras possíveis causas, como infecções7, alergias ou condições médicas subjacentes.
Inicialmente, uma revisão da história médica do indivíduo pode ser conduzida, seguida por um exame da boca2. Após esse exame preliminar, testes adicionais podem ser realizados para avaliar a saúde26 geral da pessoa e para verificar quaisquer condições subjacentes.
O uso de certos medicamentos prescritos pode ser interrompido para avaliar se seu uso está contribuindo para os sintomas16. Os exames de sangue27 podem ser solicitados para avaliar os níveis de glicose28 do indivíduo e as funções imunológica e tireoidiana.
Em alguns casos, exames de imagem podem ser realizados para avaliar se uma condição subjacente pode estar presente. Culturas de material oral podem ser realizadas para descartar a presença de qualquer infecção29 viral, fúngica30 ou bacteriana. A ardência bucal pode ser vista também como sintoma31 do diabetes32.
Como o médico trata a síndrome1 da ardência bucal?
Como a causa da síndrome1 da ardência bucal é desconhecida, o tratamento tem de ser voltado para aliviar os sintomas16 e envolve uma abordagem multidisciplinar, incluindo medicamentos analgésicos33, antidepressivos tricíclicos ou agentes tópicos para alívio da dor e medicamentos para controlar a produção de saliva. Como algumas vezes a síndrome1 da ardência bucal pode ser sinal34 de distúrbio emocional, tranquilizantes em doses baixas podem ser úteis. Tratamentos tópicos, como enxaguatórios bucais, géis ou cremes contendo ingredientes como anestésicos ou corticosteroides também podem ser utilizados para aliviar a sensação de ardência.
Técnicas de gerenciamento do estresse e terapia cognitivo35-comportamental podem ajudar a lidar com a síndrome1 de ardência bucal relacionada ao estresse ou à ansiedade. Alguns autocuidados também podem ajudar:
- substituir a dentadura mal ajustada;
- tomar suplementos para deficiências de vitaminas;
- beber mais líquidos;
- evitar o fumo e o álcool;
- e evitar alimentos picantes.
A simples mudança da marca do dentifrício, do líquido para higiene bucal ou da goma de mascar pode prover algum alívio dos sintomas16.
Quais são as complicações possíveis com a síndrome1 da ardência bucal?
As complicações associadas à síndrome1 da ardência bucal incluem alterações de humor, insônia e/ou perda de apetite. Aqueles que têm alergia36 alimentar conhecida, os que são diagnosticados com infecção29 do trato respiratório superior ou que estejam tomando certos medicamentos podem ter um risco aumentado de desenvolver glossodinia.
Procedimentos odontológicos recentes e quantidades anormalmente altas de estresse, como a experiência de um evento traumático, também aumentam a suscetibilidade do indivíduo a essa condição.
Leia sobre "Cárie dental", "Higiene dental infantil" e "Gengivite37".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.