Gigantismo - o que devemos saber?
O que é gigantismo?
Gigantismo é uma condição endocrinológica rara, que pode ser detectada ainda na infância e que causa crescimento anormal nos indivíduos. Esse crescimento se dá de maneira mais notável em termos de altura, mas pode afetar também a circunferência corporal.
Quais são as causas do gigantismo?
Embora existam outras causas muito mais raras, a causa mais comum do gigantismo geralmente é um tumor1 da glândula2 pituitária (hipófise3). Ocorre quando essa glândula2 de uma criança produz em excesso o hormônio4 do crescimento (GH, sigla em inglês para growth hormone, comumente usada no Brasil). A glândula2 pituitária é uma pequena glândula2 do tamanho de uma ervilha, localizada na base do cérebro5, e entre suas várias funções está a de controlar o crescimento. Quando um tumor1 cresce na glândula2, ela pode produzir GH em maior quantidade que o necessário, causando um crescimento anormal.
Qual é o substrato fisiológico6 do gigantismo?
O gigantismo ocorre em 8 a 11 pessoas por milhão / por ano. É um distúrbio endócrino7 encontrado durante a infância e a adolescência, antes do fechamento das placas8 de crescimento dos ossos, localizadas nas epífises9 ósseas. É por esse local que os ossos crescem, determinando a altura do indivíduo. A quantidade excessiva de hormônio4 do crescimento acelera também o crescimento dos músculos10 e do tecido conjuntivo11, levando a uma série de alterações adicionais nos tecidos moles. Indivíduos não tratados ou não controlados podem atingir estaturas bem maiores que o normal, chegando, por exemplo, a mais de 2,40m de altura. A maior altura registrada até hoje é de um homem com 2,71 metros!
Leia sobre "Crescimento infantil12", "Estirão de crescimento" e "Hipopituitarismo".
Quais são as características clínicas do gigantismo?
O principal sinal13 do gigantismo em crianças, e o mais fácil de ser observado, é que a criança vai se tornando muito maior do que outras crianças da mesma idade. Além disso, algumas partes do seu corpo vão se tornando desproporcionais a outras partes. Mãos14 e pés são muito grandes, assim como os dedos dos pés, além de grossos; a mandíbula15 e a testa se tornam proeminentes e as demais características faciais se tornam grosseiras. As crianças com gigantismo também podem ter nariz16 achatado e cabeça17, lábios ou línguas grandes.
Os sinais18 e sintomas19 exibidos dependem do tamanho do tumor1 da glândula2 pituitária. Além disso, conforme o tumor1 cresce, ele pode pressionar os nervos do cérebro5, gerando outros problemas, como dores de cabeça17, alterações da visão20 ou náuseas21. Outros sintomas19, ainda, podem incluir suor excessivo, dores de cabeça17 severas ou recorrentes, fraqueza, insônia e outros distúrbios do sono, puberdade retardada e surdez.
Como o médico diagnostica o gigantismo?
O diagnóstico22 precoce do tumor1 da hipófise3 é importante porque o tratamento imediato pode interromper ou retardar as mudanças no crescimento anormal. No entanto, a condição pode ser difícil de ser detectada, pois os sintomas19 do gigantismo podem ser confundidos com surtos de crescimento infantil12 normal. No entanto, se o médico suspeitar de gigantismo, ele pode recomendar um exame de sangue23 para medir os níveis hormonais e o fator de crescimento produzido pelo fígado24.
O médico também pode recomendar um teste oral de tolerância à glicose25, porque os níveis do hormônio4 do crescimento caem após o indivíduo receber glicose25. Se os exames de sangue23 sugerirem ou indicarem gigantismo, a criança precisará de uma ressonância magnética26 da glândula2 pituitária.
Como o médico trata o gigantismo?
Os tratamentos para o gigantismo visam interromper ou desacelerar a produção do hormônio4 de crescimento da criança. Uma cirurgia por via endonasal pode ser necessária e se tornar o tratamento preferencial, se o tumor1 for a causa subjacente.
Em alguns casos, a cirurgia pode não ser uma opção como, por exemplo, se houver um alto risco de lesão27 de um vaso sanguíneo ou nervo crítico. Nesses casos, o médico pode recomendar medicamentos para prevenir a liberação do hormônio4 do crescimento. Este tratamento visa reduzir o tumor1 ou interromper a produção do excesso de hormônio4 do crescimento.
Uma outra opção é a “gama knife (faca)”, uma radiação altamente focada, visando não prejudicar o tecido28 circundante, mas capaz de fornecer uma dose poderosa de radiação capaz de destruir o tumor1. O tratamento com a gamma knife costuma ser realizado em regime ambulatorial, sob anestesia29 geral, leva meses ou anos para ser totalmente eficaz e retornar os níveis do hormônio4 do crescimento ao normal. Como essa radiação tem sido associada a efeitos colaterais30 graves, como obesidade31, dificuldades de aprendizagem e problemas emocionais, ela é usada apenas quando outras opções de tratamento não funcionam.
Como evolui o gigantismo?
Cerca de 80% dos casos de gigantismo causados pelo tipo mais comum de tumor1 hipofisário são curados com cirurgia. Se o tumor1 recidivar ou se a cirurgia não puder ser tentada com segurança, medicamentos podem ser usados para reduzir os sintomas19 da criança e permitir que ela viva uma vida longa e gratificante.
Como prevenir o gigantismo?
O gigantismo pode ser prevenido se o tumor1 hipofisário causador for detectado e tratado precocemente.
Veja também sobre "Craniotomia32", "Cirurgia endoscópica transesfenoidal" e "Puberdade precoce".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da UCLA Health, do Mount Sinai e da U.S. National Library of Medicine.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.