Hipopituitarismo: o que é isso?
O que é a hipófise1?
A hipófise1, pineal ou pituitária é uma pequena glândula2 em forma de feijão situada na base do cérebro3, atrás do nariz4 e entre as orelhas5, alojada numa reentrância da base do cérebro3, chamada célula6 túrcica. Apesar de seu tamanho, esta glândula2 secreta hormônios que influenciam quase todas as partes do corpo, porque é ela quem regula todas as outras glândulas endócrinas7 do organismo.
O que é hipopituitarismo?
O hipopituitarismo é uma condição rara em que a glândula2 pituitária (também chamada pineal ou hipófise1) não consegue produzir um ou mais dos seus hormônios ou não os produz em quantidade suficiente.
Quais são as causas do hipopituitarismo?
O hipopituitarismo pode resultar de doenças hereditárias, mas mais geralmente é adquirido. Frequentemente é desencadeado por um tumor8 da glândula2 pituitária que comprime o tecido9 glandular e interfere com a produção de hormônios. Um tumor8 da hipófise1 também pode comprimir o nervo óptico e causar distúrbios visuais.
O hipopituitarismo também pode ser causado por outras doenças e condições que danifiquem a hipófise1, tais como ferimentos na cabeça10, tumores do cérebro3 ou da própria glândula2, cirurgia cerebral, tratamento de irradiação, inflamação11 autoimune12, acidente vascular13 encefálico que afete a glândula2, infecções14 do cérebro3, tuberculose15, doenças infiltrativas, tais como sarcoidose16, histiocitose, hemocromatose17, etc, grande perda de sangue18 durante o parto (síndrome19 de Sheehan), mutações genéticas e doenças do hipotálamo20.
Em alguns casos, a causa do hipopituitarismo permanece desconhecida.
Qual é a fisiopatologia21 do hipopituitarismo?
A hipófise1 produz os hormônios estimulantes das demais glândulas endócrinas7. Esses hormônios, em número de oito, são retroativamente controlados pelos hormônios produzidos pelas glândulas22 periféricas num regime de feedback. Por exemplo: um dos hormônios produzidos pela hipófise1 (TSH) estimula a tireoide23 a produzir, entre outros, a tiroxina. Esta, por sua vez, inibe a produção daquele hormônio24 da hipófise1.
No caso de uma insuficiência25 da hipófise1, essa glândula2 produzirá pouco TSH e, por consequência, a tireoide23 também produzirá pouca tiroxina. No caso de uma insuficiência25 primária da tireoide23, a tiroxina estará baixa e o TSH, por isso, estará elevado. Quando ocorre o hipopituitarismo, um, alguns ou todos os hormônios hipofisários podem ser afetados. Se todos os hormônios são afetados, fala-se em pan-hipopituitarismo.
Quais são as principais características clínicas do hipopituitarismo?
O hipopituitarismo geralmente é progressivo, embora os sinais26 e sintomas27 possam ocorrer repentinamente. Por vezes eles são sutis e podem ser ignorados por meses ou mesmo anos. Eles podem variar dependendo de qual ou quais hormônios hipofisários estão deficientes e quão grave é a deficiência.
Os sintomas27 podem incluir fadiga28, perda de peso, diminuição do desejo sexual, maior sensibilidade ao frio ou dificuldade de ficar aquecido, diminuição do apetite, edema29 (inchaço30) facial, anemia31, infertilidade32, perda de pelos pubianos, incapacidade de produzir leite em mulheres, diminuição de pelos em homens e baixa estatura em crianças.
Como o médico diagnostica o hipopituitarismo?
Além da história clínica e dos sinais26 e sintomas27, o médico provavelmente recomendará vários exames, inclusive exame de sangue18, para verificar os níveis de hormônios em seu organismo. O exame de estimulação ou teste dinâmico verifica a secreção de hormônios depois da pessoa ter tomado certos medicamentos que podem estimular a produção de hormônios.
Imagens do cérebro3, como as produzidas pela ressonância magnética33 podem detectar um tumor8 da hipófise1 ou outras anormalidades estruturais. Testes de visão34 podem determinar se o tumor8 prejudica a visão34 ou os campos visuais.
Como o médico trata o hipopituitarismo?
O tratamento com os hormônios apropriados é muitas vezes a primeira linha da terapêutica35, mas o tratamento bem sucedido da condição subjacente ao hipopituitarismo pode levar a uma recuperação completa ou parcial da produção dos hormônios hipofisários. Os hormônios de reposição são drogas consideradas "substitutas", ao invés de “terapêuticas”, porque as dosagens são definidas para coincidir com os valores que o organismo normalmente fabricaria se não tivesse um problema na hipófise1. O tratamento pode durar toda a vida.
Já o tratamento para tumores hipofisários pode envolver cirurgia, mas em alguns casos pode também ser recomendável o tratamento por irradiação. Os medicamentos de reposição hormonal incluem corticosteroides, levotiroxina36, hormônios sexuais e hormônios do crescimento. Em casos de infertilidade32, as gonadotrofinas (LH e FSH) podem ser administradas por injeção37 para estimular a ovulação38 em mulheres e a produção de esperma39 nos homens.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.