Teste de tolerância à glicose
O que é o teste de tolerância à glicose1?
No teste de tolerância à glicose1 uma dose pré-estabelecida de glicose1 é administrada usualmente por via oral e várias amostras de sangue2 são colhidas a intervalos pré-determinados para verificar a rapidez com que ela é eliminada do sangue2. O teste de tolerância à glicose1 foi descrito pela primeira vez, em 1923, por Jerome W. Conn, baseado na premissa de que um paciente normal alimentado com glicose1 retornaria rapidamente aos níveis normais de glicose1 no sangue2 após um pico inicial, aos 60 minutos.
Mais recentemente, o teste de tolerância à glicose1 vem sendo substituído pela hemoglobina glicosilada3, que tem mostrado uma relação mais consistente com as complicações do diabetes4.
Veja sobre "Diabetes Mellitus5", "Diabetes gestacional6" e "Prevenção do Diabetes Mellitus5".
Por que fazer o teste de tolerância à glicose1?
O teste de tolerância à glicose1 é recomendado pela Sociedade Brasileira de Diabetes7 para o diagnóstico8 de diabetes mellitus5 e da pré-diabetes9. O teste também é usado para testar resistência à insulina10, função da célula11 beta do pâncreas12 que é produtora de insulina13 e, às vezes, hipoglicemia14 reativa e acromegalia15 ou outros distúrbios mais raros do metabolismo16 de carboidratos. O teste de tolerância à glicose1 está também indicado entre a 24ª e 28ª semanas de gestação em todas as gestantes sem diagnóstico8 anterior de diabetes7 ou de diabetes gestacional6.
Como é realizado o teste de tolerância à glicose1?
Mais comumente, o teste de tolerância à glicose1 consiste em administrar uma dose padrão de glicose1, ingerida pela boca17, e verificar os níveis sanguíneos duas horas mais tarde. Outras variações do teste foram concebidas ao longo dos anos para várias finalidades, com diferentes doses padrão de glicose1, diferentes vias de administração, diferentes intervalos e outras substâncias medidas além da glicemia18.
Em preparação, não é necessário restringir a ingestão de carboidratos nos dias que antecedem o teste, mas ele não deve ser feito na vigência de uma doença, porque ela pode interferir nos resultados. O paciente deve manter a atividade física habitual nos dias que precedem o exame, observar jejum de 8 horas no dia anterior ao exame (sendo permitida a ingestão de água), não fumar ou caminhar durante o período do exame.
A dose de glicose1 recomendada para adultos é de 75 gramas, as quais devem ser consumidas num período de 5 minutos, devendo ser ajustada para crianças. A dose total comumente usada para adultos não deve ser administrada a uma pessoa com peso inferior a 42,6 kg.
O teste de tolerância à glicose1 deve ser realizado pela manhã, uma vez que a tolerância à glicose1 pode apresentar uma diminuição significativa na parte da tarde. Em seguida, é retirada uma amostra de sangue2 antes da ingestão da glicose1 (tempo zero). Logo após, dá-se ao paciente para beber uma dose padrão de solução de glucose. O sangue2, então, é extraído em intervalos variáveis de acordo com a finalidade do teste, para a medição da glicemia18 (açúcar19 no sangue2) e, por vezes, dos níveis de insulina13. Conforme a finalidade do teste, o laboratório pode continuar coletando sangue2 de hora em hora, por até seis horas.
Uma variante é frequentemente utilizada na gravidez20 para detectar diabetes gestacional6.
Leia também sobre "Glicemia de jejum21", "Glicemia pós-prandial22" e "Curva glicêmica23".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.