Doenças cerebrovasculares
O que são doenças cerebrovasculares?
As doenças cerebrovasculares são patologias que afetam os vasos sanguíneos1 do cérebro2 e podem danificar o funcionamento e a estrutura dele. Elas acontecem quando as condições de circulação3 do fluxo sanguíneo são dificultadas ou impedidas de forma momentânea ou permanente em uma área do cérebro2, a princípio danificando o funcionamento e, a longo prazo, a própria estrutura desse órgão.
Quais são as causas das doenças cerebrovasculares?
A interrupção do fluxo de sangue4 para regiões do cérebro2 deve-se a uma de duas coisas: (1) interrupções da circulação3 sanguínea em virtude de (a) êmbolos ou (b) trombos5 intravasculares6 ou (2) rompimento de um vaso sanguíneo (a) no interior do cérebro2 ou (b) no espaço subaracnoide. A hipertensão arterial7 é a causa mais importante que pode causar danos ao revestimento dos vasos sanguíneos1. Com a hipertensão8 permanente, os vasos sanguíneos1 se tornam mais estreitos, rígidos, deformados e desiguais, o que os faz mais vulneráveis a danos. Também o colesterol9 alto favorece a formação de placas10 de arteriosclerose11 que podem crescer até interromper parcial ou totalmente a circulação3 local. Principalmente pessoas idosas, diabéticas, fumantes ou com sobrepeso12 que tenham arteriosclerose11 ou doenças do coração13 têm um risco aumentado de doença cerebrovascular14.
Veja mais “Doenças das artérias15”, “Síndrome16 Moyamoya”, “Estatinas: prós e contras” e “Atorvastatina: prós e contras”.
Qual é o substrato fisiológico17 das doenças cerebrovasculares?
Os dois tipos principais de substratos das doenças cerebrovasculares são a isquemia18 e a hemorragia19 cerebral. Há vários motivos para que uma dessas duas coisas aconteça, mas todas resultam em deficiência do suprimento de oxigênio para o cérebro2. A isquemia18, que corresponde a 80% dos casos, decorre de um bloqueio à passagem de sangue4 e de oxigênio para áreas do cérebro2; a hemorragia19, que constitui os outros 20% dos casos, corresponde ao extravasamento de sangue4 na massa cerebral ou na região subaracnoidea.
Há, então, quatro modalidades possíveis de doenças cerebrovasculares:
- A trombose20 cerebral, que é um acidente cerebrovascular isquêmico21, que se dá através do estreitamento de algumas das artérias15 cerebrais devido ao aparecimento de um trombo22 (um coágulo23 que se forma na parede) que bloqueia o fluxo de sangue4.
- A embolia24 cerebral, que também é um acidente isquêmico21 devido à interrupção da circulação3 por um êmbolo25, ou seja, um coágulo23 que se desprende de algum outro local (geralmente o coração13), cai na circulação3 e chega a uma artéria26 cerebral, obstruindo a circulação3.
- Hemorragia19 cerebral ou intracerebral, geralmente ocasionada por um aneurisma27 em alguma artéria26 do cérebro2, ou seja, de uma dilatação anormal em uma zona enfraquecida de um vaso sanguíneo dentro do cérebro2. No momento em que o aneurisma27 se rompe, aparece a hemorragia19 cerebral. Se ele nunca se romper, pode permanecer indefinidamente assintomático.
- As hemorragias28 subaracnóideas na maioria das vezes se produzem devido à hipertensão arterial7 não controlada. Neste caso, o derrame29 se localiza no espaço existente entre o cérebro2 e o crânio30, chamado espaço subaracnóideo, sem chegar nunca a se introduzir no próprio cérebro2.
A ocorrência de qualquer dessas possibilidades constitui o que se usa chamar de Acidente Vascular Cerebral31.
Quais são as características clínicas das doenças cerebrovasculares?
A principal doença cerebrovascular14 é o Acidente Vascular Cerebral31 (AVC). O Brasil registra cerca de 68 mil mortes por ano devido a essa patologia32, sendo a primeira causa de incapacidade e de morte. A partir da década de 70, com o avanço da tecnologia médica na área de imagens, com o surgimento da ressonância magnética33 e da tomografia computadorizada34, as doenças cerebrovasculares ganharam novos e mais eficazes meios de diagnóstico35 e tratamento.
Muitas vezes um AVC isquêmico21 se prenuncia de forma leve, por meio do chamado Ataque Isquêmico21 Transitório (AIT), que é a oclusão parcial de um vaso do cérebro2, de efeito temporário. É comum que o AIT anteceda o AVC isquêmico21, mas como os sintomas36 são rápidos e transitórios e podem cessar em sua totalidade, nem sempre são alarmantes o bastante para que o paciente procure uma emergência37. Paralisia38 e dormência39 no braço ou perna, dificuldade para falar e andar estão entre os sintomas36 de quem já sofreu um AIT ou um AVC.
Existem diferentes tipos de AVC e as manifestações clínicas, os recursos terapêuticos e o prognóstico40 são mais ou menos específicos para cada um. Os sintomas36 clínicos dependerão da gravidade da lesão41 ocasionada ao cérebro2 e da localização dela. Em geral, esses sintomas36 acontecem repentinamente e são, entre outros, perda da consciência, adormecimento ou paralisia38 de um lado do rosto e do corpo, dor de cabeça42 muito intensa, convulsões, dificuldade de falar e de caminhar, problemas de visão43 etc. Os planos terapêuticos dependem da natureza do dano cerebral e da sua gravidade e pode variar desde medicações para dissolver os coágulos, até cirurgia para aliviar a pressão intracraniana e/ou clampear o vaso rompido. Quanto mais rapidamente um acidente vascular cerebral31 for tratado, maior a probabilidade de o dano cerebral ser menos grave e melhores as chances de recuperação. Normalmente, a melhora continua por seis meses ou mesmo mais de um ano após o acidente vascular cerebral31. No caso de idosos, o prognóstico40 é pior que nos mais jovens.
Quais são as complicações possíveis com as doenças cerebrovasculares?
Alguns AVCs podem levar à morte de imediato. Os pacientes que sobrevivem podem sofrer depressão, convulsões, quedas e demência44, constituindo, também, uma taxa de mortalidade45 tão alta quanto o câncer46 ou infarto47, e sendo a principal causa de incapacidade em adultos com idade acima de 50 anos. Algumas sequelas48 como distúrbio da fala, paralisias motoras e alterações sobre o equilíbrio podem permanecer para sempre.
Links relacionados: “Tabagismo”, “sedentarismo49”, “Obesidade50”, “Esteatose51 metabólica” e “Síndrome metabólica52”.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares (SBDC) e Mayo Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.