Hemoglobinopatias - como elas são? O que devemos fazer?
O que é hemoglobinopatia1?
O termo hemoglobinopatia1 refere-se a um conjunto disperso de doenças genéticas ocasionadas por defeitos na proteína denominada hemoglobina2, presente nas hemácias3. As hemoglobinopatias4 são doenças em que mutações genéticas levam a alterações na produção da hemoglobina2. Estas alterações podem ser divididas em (1) estruturais ou (2) de produção. Nas alterações estruturais, a hemoglobina2 produzida não funciona da forma adequada. As alterações de produção resultam em diminuição na taxa de produção da hemoglobina2, com graus variáveis de anemia5.
Quais são as causas das hemoglobinopatias4?
As hemoglobinopatias4 são alterações hereditárias de estrutura ou de falta da hemoglobina2. Nas hemoglobinopatias4 estruturais ocorre a alteração em uma ou mais cadeias da hemoglobina2, determinando a troca de um aminoácido por outro. Nas hemoglobinopatias4 por deficiência de síntese, ocorre uma diminuição parcial ou total da síntese de um ou mais tipos de cadeias polipeptídicas da globina, determinando as talassemias.
Em alguns casos de substituição de um aminoácido na cadeia de globina não há alteração significante na sua função, e em outros casos há comprometimento fisiológico6 da integridade da hemoglobina2.
Leia sobre "Anemia falciforme7", "Anemia ferropriva8", "Talassemia9" e "Anemias".
Qual é o substrato fisiológico6 da hemoglobinopatia1?
A hemoglobina2 é o componente mais abundante das hemácias3, responsável pela tonalidade avermelhada delas e responsável pelo transporte de oxigênio dos pulmões10 para os tecidos, pelos glóbulos vermelhos. A redução ou mal funcionamento da hemoglobina2 implica em perda da capacidade de transporte de oxigênio aos tecidos. Nas anemias, por exemplo, a quantidade de hemoglobina2 em um indivíduo cai abaixo dos valores considerados normais.
Quais são as características clínicas das hemoglobinopatias4?
As hemoglobinopatias4 constituem a condição de anomalia genética de maior prevalência11 na raça humana. Cerca de 3 a 4% da população mundial é portadora de pelo menos um gene anormal da molécula da hemoglobina2. Ocorre que nem sempre essas anomalias apresentam sintomas12.
A hemoglobinopatia1 mais comum é a anemia falciforme7. Nela, uma mutação13 no gene que codifica a hemoglobina2 leva a uma alteração estrutural da hemoglobina2, de modo que o oxigênio entregue aos tecidos é naturalmente menor. Na anemia falciforme7, as hemácias3 assumem a forma de foice (daí o nome da doença) e têm dificuldades de trafegar pelos capilares14 (pequeninos vasos finos presentes em várias partes do corpo), favorecendo a ocorrência de bloqueios na circulação15. Além disso, estas hemácias3 são destruídas precocemente, o que contribui tanto para a anemia5 quanto para o estabelecimento de um estado inflamatório crônico16 em virtude da necessidade de lidar com os produtos liberados pela morte precoce destas células17.
Outra hemoglobinopatia1 frequente é a talassemia9, em que há uma redução na produção de hemoglobina2. A gravidade desta redução varia conforme o tipo de mutação genética18, assim como o número de cópias presentes destas mutações. No caso da talassemia9, quando apenas uma das cópias do gene responsável possui a mutação13, a cópia normal é suficiente para evitar uma anemia5 mais grave e os pacientes são portadores da condição sem nenhuma gravidade, conhecida como traço talassêmico. No entanto, quando as mutações estão presentes em ambas as cópias, a queda na produção da hemoglobina2 é mais intensa, podendo inclusive levar à morte caso o paciente não receba transfusões periódicas por toda a vida.
Como o médico diagnostica a hemoglobinopatia1?
Uma vez suspeitado clinicamente, o diagnóstico19 das hemoglobinopatias4 pode ser confirmado por uma eletroforese da hemoglobina2 e por uma cromatografia líquida de alta resolução. O diagnóstico19 exato das formas das hemoglobinopatias4 é essencial para um tratamento adequado, já que cada uma requer um tratamento diferente.
Como o médico trata a hemoglobinopatia1?
No caso da talassemia9, o tratamento consiste em transfusões regulares de sangue20 e uso de medicamentos para eliminar o ferro que se acumula a partir destas transfusões. No caso da anemia falciforme7, o tratamento baseia-se no monitoramento das complicações decorrentes das oclusões vasculares21 e uso de medicamentos que as reduzem e, em casos com características muito específicas, transfusões de sangue20.
Saiba mais sobre "Transfusão22 de sangue20", "Hemograma", "Esplenomegalia23", "Anemia5 de Fanconi" e "Doação de sangue20".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites do Hemocentro Unicamp, da Faculdade de Ciências Médicas Unicamp e da Encyclopaedia Britannica.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.