Caquexia - causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e complicações possíveis
O que é caquexia1?
A caquexia1 é uma condição médica que causa extrema perda de peso e de massa muscular. Ela não é uma doença em si, mas um sintoma2 de muitas condições médicas crônicas, como câncer3, insuficiência renal4 crônica, HIV5 e esclerose múltipla6, entre outras. Existem outras condições que levam a pessoa a perder peso, mas as pessoas com caquexia1 perdem peso mesmo se ainda estiverem se alimentando bem.
Normalmente, uma pessoa que não se alimenta suficientemente (desnutrição7), por exemplo, perderá apenas gordura8, mas uma pessoa com caquexia1 perderá gordura8 e massa muscular.
Quais são as causas da caquexia1?
A caquexia1 é devida à concorrência de muitos fatores diferentes. Pessoas com caquexia1 têm níveis anormais de certas substâncias em seu corpo, as quais causam a perda de peso e de massa muscular. Estas substâncias interagem umas com as outras e levam à caquexia1 através de várias vias, incluindo aumento do metabolismo9 e do gasto de energia, causando inflamações10, aumentando a degradação muscular e impedindo o crescimento muscular.
A caquexia1 está ligada aos estágios finais de certas condições crônicas como câncer3, especialmente câncer3 de pulmão11, pâncreas12 e estômago13, doença pulmonar obstrutiva crônica, insuficiência renal4 crônica e insuficiência cardíaca congestiva14. Outras condições que podem levar à caquexia1 incluem doença de Crohn15, fibrose cística16, HIV5 e artrite reumatoide17.
Saiba mais sobre "Insuficiência cardíaca congestiva14", "Insuficiência renal4 crônica", "Doença de Crohn15" e "DPOC".
Qual é o mecanismo fisiológico18 da caquexia1?
As citocinas19 desempenham um papel importante na modulação imunológica e foram implicadas na etiologia20 da anorexia21, perda de peso, disfunção cognitiva22, anemia23 e fragilidade. As citocinas19 são proteínas24 produzidas por células25 inflamatórias. A inflamação26 sistêmica, presente em muitos doentes terminais, causa excesso de elaboração de citocinas19 que têm importante papel fisiopatológico na produção da caquexia1.
As citocinas19 também ativam o sistema proteolítico mediado, estimulam a liberação de cortisol e catecolaminas, produzem lipólise e β-oxidação, que também ajudam na produção da caquexia1. A atividade da lipase do fígado27 diminui, enquanto a atividade dos receptores hepáticos de LDL28 aumenta. Esses processos resultam em balanço energético negativo e perda de peso.
Quais são as principais características clínicas da caquexia1?
Os sintomas29 de caquexia1 incluem:
- Perda involuntária30 de peso, que ocorre mesmo diante de uma nutrição31 adequada ou com um número alto de calorias32.
- Perda muscular, que é o sintoma2 característico da caquexia1.
- Perda de apetite ou anorexia21, fazendo com que a pessoa com caquexia1 também perca o desejo de comer qualquer alimento.
- Capacidade funcional reduzida, com mal-estar, fadiga33 e baixos níveis de energia e, em casos extremos, impossibilidade de realizar atividades diárias, como vestir-se e escovar os dentes, por exemplo.
- Inchaço34 ou edema35, devido aos baixos níveis de proteína no sangue36.
Como o médico diagnostica a caquexia1?
Como a caquexia1 é por vezes difícil de reconhecer, os médicos usam uma variedade de critérios para o diagnóstico37. Mais comumente, a pessoa deve atender aos seguintes critérios para um diagnóstico37 de caquexia1:
- Perder, não deliberadamente, mais de cinco por cento do seu peso corporal ao longo de seis a 12 meses.
- Ter um índice de massa corporal38 (IMC39) inferior a 20 em uma pessoa com menos de 65 anos de idade ou IMC39 inferior a 22 em uma pessoa com mais de 65 anos.
- Menos de 10 por cento de gordura8 corporal.
A caquexia1 deve ser diferenciada de outras síndromes que levam à perda de peso. A perda de peso também ocorre como resultado direto da privação calórica. Pessoas nessas condições geralmente perdem mais gordura8 do que tecido40 muscular. A sarcopenia é uma síndrome41 de perda de peso que resulta principalmente da atrofia42 muscular devido a uma variedade de causas. Outra causa, muitas vezes negligenciada, da perda de peso é a desidratação43, na qual a perda de fluido é responsável pela redução do peso medido.
Como o médico trata a caquexia1?
Não existe um único medicamento ou plano de tratamento que tenha se mostrado sempre eficaz no tratamento da caquexia1. O plano de tratamento deve incorporar vários tipos de terapia. Simplesmente aumentar o número de calorias32 ou mudar a dieta não mostrará resultados. Algumas etapas úteis incluem criar um ambiente agradável para a alimentação, fazer exercícios leves que ajudem a adicionar massa muscular, comer pequenas refeições frequentes, consumir bebidas contendo suplementos nutricionais e usar estimulantes do apetite.
Embora o comer mais não irá parar a progressão dos sintomas29 ou melhorar a perda de massa muscular, o aumento do apetite pode ajudar uma pessoa a participar de refeições familiares e sociais, o que traz benefícios para a saúde44 mental.
Devido ao papel proeminente das citocinas19 na caquexia1, têm sido feitos esforços contínuos para usar o antagonismo de citocinas19 como uma opção terapêutica45 na caquexia1.
Quais são as complicações possíveis da caquexia1?
A perda de gordura8 e músculo na caquexia1 é um acontecimento grave e pode potencialmente acelerar a morte. A caquexia1 é um fator significativo em cerca de um quinto das mortes por câncer3, por exemplo. As complicações da caquexia1 incluem diminuição da qualidade de vida e perda da capacidade de viver de forma independente, resposta prejudicada aos tratamentos, imunidade46 reduzida, sintomas29 cada vez mais incisivos da condição crônica subjacente e uma expectativa de vida47 reduzida da doença subjacente.
Veja também sobre "Desnutrição7", "Desidratação43" e "Cálculo48 do IMC39".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.