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Corpo estranho no olho

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O que é corpo estranho no olho1?

Um corpo estranho no olho1 é qualquer coisa que esteja alojada em qualquer parte do olho1 e que não devia estar lá. Geralmente corpos estranhos são fragmentos2 de metal ou de vidro, uma lasca de madeira, material orgânico (como um inseto, por exemplo) ou substância química.

Dependendo do tamanho e tipo de material que entra no olho1, ele pode causar apenas uma pequena irritação que a pessoa pode resolver em casa ou pode causar sérias consequências médicas que exigem a intervenção de um oftalmologista3 e que podem deixar sequelas4 ou causar perda permanente da visão5.

O que pode causar corpo estranho no olho1?

Um corpo estranho no olho1, na maioria dos casos, ocorre em um ambiente que expõe a pessoa a pequenos pedaços de detritos voadores. Cacos de metal ou vidro, por exemplo, são tipos de materiais que podem ficar alojados no olho1. Máquinas de alta velocidade, como furadeiras e serras, além de marteladas e explosões são causas potenciais de corpo estranho no olho1. Enquanto os detritos voadores apenas se depositam no olho1, aqueles oriundos de máquinas de alta velocidade são também arremessados contra os olhos6 e podem feri-los.

Quais são as características clínicas do corpo estranho no olho1?

A entrada de um corpo estranho no olho1 pode acontecer a qualquer pessoa, mas as que mais correm o risco de recebê-lo são as que frequentam ambientes altamente poluídos, os lenhadores, serradores, montadores, torneiros mecânicos, caldeireiros, etc.

Os lugares no olho1 mais comuns para se encontrar um corpo estranho são sob a pálpebra ou na superfície do olho1. Os sinais7 e sintomas8 ocasionados por corpos estranhos que tenham atingido o olho1 dependem da natureza e forma como isso se deu mas, de modo geral, podem causar sangramento no olho1.

O sangramento nas partes claras do olho1 é devido à coleção de sangue9 dentro ou sob a conjuntiva10 (membrana que forra o olho1). O sangue9 sobre a íris11 (parte colorida do olho1) é conhecido como hifema e isso, com frequência, é um sinal12 de uma lesão13 mais grave no olho1.

Além do sangramento, podem ocorrer visão5 embaçada, ardência e/ou irritação dos olhos6, sensação de algo estranho no olho1, fotofobia14 (sensibilidade à luz), olho1 avermelhado, sensação de arranhão ao piscar, olho1 arranhado em sua superfície, dor aguda nos olhos6, perda da visão5 e olho1 lacrimejante.

Leia sobre "Fundo de olho15 ou fundoscopia", "Lacrimejamento em bebês16" e "Lagoftalmo".

Como o médico diagnostica o corpo estranho no olho1?

O diagnóstico17, a ser feito por um oftalmologista3, implica não só em constatar a presença, mas reconhecer e localizar o agente estranho e também avaliar a lesão13 causada por ele e os problemas que ele possa eventualmente ter causado à visão5.

A primeira parte do exame oftalmológico é avaliar a acuidade da visão5 (quão bem o paciente vê). A próxima parte do exame é o exame da lâmpada de fenda, que ajuda o médico a ver a córnea18, a íris11, a lente e o fluido que preenche o olho1. Nesta parte do exame, o médico verifica também se as pupilas estão simétricas e se reagem adequadamente à luz. Aqui o médico já consegue ver se há ou não alguma lesão13 maior do globo ocular19 e se há ou não corpos estranhos visíveis no olho1.

O olho1 pode ser anestesiado com analgésicos20 e um corante fluorescente pode ser aplicado a ele. Uma luz azul pode ser usada para ajudar a procurar arranhões na córnea18 ou evidências de vazamento de fluido aquoso, que é o fluido claro que preenche a frente do globo ocular19. Enquanto isso, um tonômetro (aparelho que mede a pressão no olho1) pode ser usado para verificar a pressão intraocular21. A pálpebra pode ser evertida (virada do avesso) com um cotonete para obter uma melhor visão5 da parte inferior da pálpebra.

Dependendo da gravidade da lesão13 no olho1, a parte final do exame envolve dilatar a pupila com colírios para examinar o fundo do olho1.

Como tratar o corpo estranho no olho1?

Se for apenas um cisco no olho1 ou um cílio solto dentro do olho1, pode ser que a própria pessoa consiga removê-lo. Nesses casos, a pessoa deve evitar coçar os olhos6, limpar bem suas mãos22 e, em frente a um espelho, localizar o cisco e tentar retirá-lo com um cotonete, e depois lavar bem os olhos6 com soro23 fisiológico24. No entanto, de preferência, a própria pessoa não deve tentar retirar o corpo estranho, a não ser que seja algo reconhecido como muito simples. Do contrário, ela pode piorar ainda mais a situação.

O médico verificará inicialmente o estado da visão5 e uma vez que encontre o corpo estranho, ele o remove suavemente após anestesiar o olho1 com colírio25 anestésico. Se estiver localizado mais profundamente, ele providenciará para que a pessoa consulte um oftalmologista3 para removê-lo. O olho1 deve ser lavado com solução salina estéril para eliminar qualquer poeira e sujeira mais esparsas. Radiografias podem ser feitas para verificar se o objeto penetrou no globo ocular19 ou na órbita. Terminado o procedimento, o olho1 afetado pode ser tamponado com um tapa-olho1 para permitir que ele descanse e quaisquer arranhões sejam curados.

Como evolui a situação de ter caído um corpo estranho no olho1?

Com os cuidados corretos, a maioria das lesões26 de um corpo estranho no olho1 cura sem maiores problemas.

Como prevenir que um corpo estranho penetre no olho1?

Os óculos comuns já são uma primeira barreira protetiva, mas muitas atividades ou profissões exigem o uso de óculos especiais de proteção para prevenir muitos casos de corpo estranho no olho1, principalmente aqueles arremessados por máquinas de alta velocidade.

Quais são as complicações possíveis com a penetração de um corpo estranho no olho1?

Como dito, a maioria das lesões26 de um corpo estranho no olho1 causam apenas problemas menores e geralmente curam sem maiores problemas, com os cuidados adequados. Possíveis complicações incluem infecções27 e cicatrizes28; arranhões, abrasões, erosões ou úlceras29 da córnea18; cicatrizes28 na córnea18; abscessos30; perfuração do olho1 e cegueira.

Veja também sobre "Trauma no olho1", "Incômodo com a claridade: pode ser fotofobia14" e "Conjuntivite31".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da U.S. National Library of Medicine e da Mayo Clinic.

ABCMED, 2022. Corpo estranho no olho. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-dos-olhos/1422440/corpo-estranho-no-olho.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Olho: s. m. (fr. oeil; ing. eye). Órgão da visão, constituído pelo globo ocular (V. este termo) e pelos diversos meios que este encerra. Está situado na órbita e ligado ao cérebro pelo nervo óptico. V. ocular, oftalm-. Sinônimos: Olhos
2 Fragmentos: 1. Pedaço de coisa que se quebrou, cortou, rasgou etc. É parte de um todo; fração. 2. No sentido figurado, é o resto de uma obra literária ou artística cuja maior parte se perdeu ou foi destruída. Ou um trecho extraído de uma obra.
3 Oftalmologista: Médico especializado em diagnosticar e tratar as doenças que acometem os olhos. Podem prescrever óculos de grau e lentes de contato.
4 Sequelas: 1. Na medicina, é a anomalia consequente a uma moléstia, da qual deriva direta ou indiretamente. 2. Ato ou efeito de seguir. 3. Grupo de pessoas que seguem o interesse de alguém; bando. 4. Efeito de uma causa; consequência, resultado. 5. Ato ou efeito de dar seguimento a algo que foi iniciado; sequência, continuação. 6. Sequência ou cadeia de fatos, coisas, objetos; série, sucessão. 7. Possibilidade de acompanhar a coisa onerada nas mãos de qualquer detentor e exercer sobre ela as prerrogativas de seu direito.
5 Visão: 1. Ato ou efeito de ver. 2. Percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista; sentido da vista. 3. Algo visto, percebido. 4. Imagem ou representação que aparece aos olhos ou ao espírito, causada por delírio, ilusão, sonho; fantasma, visagem. 5. No sentido figurado, concepção ou representação, em espírito, de situações, questões etc.; interpretação, ponto de vista. 6. Percepção de fatos futuros ou distantes, como profecia ou advertência divina.
6 Olhos:
7 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
8 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
9 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
10 Conjuntiva: Membrana mucosa que reveste a superfície posterior das pálpebras e a superfície pericorneal anterior do globo ocular.
11 Íris: Membrana arredondada, retrátil, diversamente pigmentada, com um orifício central, a pupila, que se situa na parte anterior do olho, por trás da córnea e à frente do cristalino. A íris é a estrutura que dá a cor ao olho. Ela controla a abertura da pupila, regulando a quantidade de luz que entra no olho.
12 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
13 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
14 Fotofobia: Dor ocular ou cefaléia produzida perante estímulos visuais. É um sintoma freqüente na meningite, hemorragia subaracnóidea, enxaqueca, etc.
15 Fundo de olho: Fundoscopia, oftalmoscopia ou exame de fundo de olho é o exame em que se visualizam as estruturas do segmento posterior do olho (cabeça do nervo óptico, retina, vasos retinianos e coroide), dando atenção especialmente a região central da retina, denominada mácula. O principal aparelho utilizado pelo clínico para realização do exame de fundo de olho é o oftalmoscópio direto. O oftalmologista usa o oftalmoscópio indireto e a lâmpada de fenda.
16 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
17 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
18 Córnea: Membrana fibrosa e transparente presa à esclera, constituindo a parte anterior do olho.
19 Globo ocular: O globo ocular recebe este nome por ter a forma de um globo, que por sua vez fica acondicionado dentro de uma cavidade óssea e protegido pelas pálpebras. Ele possui em seu exterior seis músculos, que são responsáveis pelos movimentos oculares, e por três camadas concêntricas aderidas entre si com a função de visão, nutrição e proteção. A camada externa (protetora) é constituída pela córnea e a esclera. A camada média (vascular) é formada pela íris, a coroide e o corpo ciliar. A camada interna (nervosa) é constituída pela retina.
20 Analgésicos: Grupo de medicamentos usados para aliviar a dor. As drogas analgésicas incluem os antiinflamatórios não-esteróides (AINE), tais como os salicilatos, drogas narcóticas como a morfina e drogas sintéticas com propriedades narcóticas, como o tramadol.
21 Pressão intraocular: É a medida da pressão dos olhos. É a pressão do líquido dentro do olho.
22 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
23 Soro: Chama-se assim qualquer líquido de características cristalinas e incolor.
24 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
25 Colírio: Preparação farmacológica líquida na qual se encontram dissolvidas diferentes drogas que atuam na conjuntiva ocular.
26 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
27 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
28 Cicatrizes: Formação de um novo tecido durante o processo de cicatrização de um ferimento.
29 Úlceras: Feridas superficiais em tecido cutâneo ou mucoso que podem ocorrer em diversas partes do organismo. Uma afta é, por exemplo, uma úlcera na boca. A úlcera péptica ocorre no estômago ou no duodeno (mais freqüente). Pessoas que sofrem de estresse são mais susceptíveis a úlcera.
30 Abscessos: Acumulação de pus em uma cavidade formada acidentalmente nos tecidos orgânicos, ou mesmo em órgão cavitário, em consequência de inflamação seguida de infecção.
31 Conjuntivite: Inflamação da conjuntiva ocular. Pode ser produzida por alergias, infecções virais, bacterianas, etc. Produz vermelhidão ocular, aumento da secreção e ardor.
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