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Ceratite - Ela pode ser evitada!

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O que é ceratite?

A ceratite, ou queratite, é um processo inflamatório da córnea1, a parte transparente do olho2, em forma de cúpula, que cobre a pupila e a íris3, através da qual se vê a cor dos olhos4 de uma pessoa.

Quais são as causas da ceratite?

A ceratite pode ser (1) infecciosa, quando causada por vírus5, bactérias, fungos ou parasitas, ou (2) não infecciosa, geralmente causada por um ferimento relativamente pequeno, como o uso de lentes de contato por muito tempo ou por um corpo estranho no olho2 (“cisco no olho”).

Água contaminada com bactérias, fungos e parasitas, especialmente em oceanos, rios, lagos e banheiras de hidromassagem, é uma causa frequente de ceratite. No entanto, isso acontece mais comumente se a córnea1 tiver sido danificada por uma lesão6 no passado.

Além do uso das lentes de contato, a ceratite é mais comum em pessoas com baixa imunidade7, que estejam em uso de colírios de corticosteroide para tratar algum outro distúrbio ocular.

Leia mais "Lentes de contato", "Descolamento de retina8", "Úlcera9 de córnea1" e "Uveíte10".

Quais são as características clínicas da ceratite?

Geralmente a ceratite é unilateral, mais raramente ela pode ser bilateral. Os sinais11 e sintomas12 mais frequentes são a dor nos olhos4, que pode ir de moderada a forte, a fotofobia13 (sensibilidade aumentada à luz), vermelhidão e ardor14 nos olhos4, lacrimejamento, dificuldade em abrir a pálpebra por causa da dor ou irritação, sensação de corpo estranho no olho2 e visão15 embaçada ou diminuída.

Como o médico diagnostica a ceratite?

Para diagnosticar a ceratite, o médico primeiro conversará com a pessoa sobre a história de seus sintomas12 e, em seguida, observará seus olhos4 e os examinará com uma lâmpada de fenda, a qual funciona ampliando as estruturas dentro do olho2 para que se possa ver mais de perto qualquer dano causado pela ceratite. Uma lanterna pode ser usada para verificar a pupila e ver se há alterações incomuns.

Para descartar uma infecção16, o médico pode solicitar exames de laboratório. Ele coletará uma amostra da córnea1 ou da lágrima para identificar a causa exata da ceratite. O médico também pode testar a visão15 com um gráfico oftalmológico.

Como o médico trata a ceratite?

O tratamento da ceratite depende do que a está causando. Se houver uma infecção16, o paciente precisará tomar medicamentos. O médico pode prescrever colírios, medicamentos orais ou ambos, que incluem antibióticos para infecções17 bacterianas, biocidas para infecções17 parasitárias, antifúngicos para infecções17 fúngicas18 e antivirais para infecções17 virais.

Nem todas as formas de infecções17 por ceratite respondem aos medicamentos da mesma maneira e com os mesmos resultados. A ceratite não infecciosa não precisa de medicação. Um tapa-olho2 pode ajudar a proteger a área afetada e estimular o processo de cicatrização.

Como evolui a ceratite?

Os sintomas12 da ceratite sem tratamento irão progredir e piorar. O momento em que os sintomas12 aparecem pode depender do tipo de ceratite. Por exemplo, os sintomas12 da ceratite bacteriana podem aparecer imediatamente. Outas causas, porém, podem demorar algum tempo a apresentar sintomas12. Adequadamente tratadas, as causas mais comuns de ceratite se curam sem deixar sequelas19.

Como prevenir a ceratite?

Embora a ceratite possa acontecer inesperadamente a qualquer pessoa, existem medidas que a pessoa pode seguir para ajudar a prevenir sua ocorrência, especialmente se usa lentes de contato.

A pessoa deve ter o cuidado de não dormir com suas lentes de contato, só manusear as lentes de contato com as mãos20 limpas, usar sempre os tipos certos de solução de limpeza e substituir as lentes regularmente.

A prevenção de infecções17 virais também pode ajudar a diminuir o risco de ceratite. Importante sempre lavar bem as mãos20 antes de tocar nos olhos4, especialmente se acha que foi exposto a um vírus5.

Quais são as complicações possíveis com a ceratite?

As complicações potenciais da ceratite incluem inflamação21 crônica da córnea1 e cicatrizes22, infecções17 virais crônicas ou recorrentes da córnea1, úlceras23 da córnea1, redução temporária ou permanente da visão15 e cegueira.

Algumas infecções17 podem causar cicatrizes22 na córnea1 e limitar a visão15. Outras podem resultar em perfuração da córnea1, endoftalmite (uma infecção16 dentro do olho2) ou até mesmo perda do olho2. Com atenção médica adequada, as infecções17 podem ser tratadas com sucesso e sem perda de visão15 a longo prazo.

Veja também "Vista embaçada", "Miopia24", "Astigmatismo25" e "Conjuntivite26".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e da Cleveland Clinic.

ABCMED, 2021. Ceratite - Ela pode ser evitada!. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-dos-olhos/1393030/ceratite-ela-pode-ser-evitada.htm>. Acesso em: 18 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Córnea: Membrana fibrosa e transparente presa à esclera, constituindo a parte anterior do olho.
2 Olho: s. m. (fr. oeil; ing. eye). Órgão da visão, constituído pelo globo ocular (V. este termo) e pelos diversos meios que este encerra. Está situado na órbita e ligado ao cérebro pelo nervo óptico. V. ocular, oftalm-. Sinônimos: Olhos
3 Íris: Membrana arredondada, retrátil, diversamente pigmentada, com um orifício central, a pupila, que se situa na parte anterior do olho, por trás da córnea e à frente do cristalino. A íris é a estrutura que dá a cor ao olho. Ela controla a abertura da pupila, regulando a quantidade de luz que entra no olho.
4 Olhos:
5 Vírus: Pequeno microorganismo capaz de infectar uma célula de um organismo superior e replicar-se utilizando os elementos celulares do hospedeiro. São capazes de causar múltiplas doenças, desde um resfriado comum até a AIDS.
6 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
7 Imunidade: Capacidade que um indivíduo tem de defender-se perante uma agressão bacteriana, viral ou perante qualquer tecido anormal (tumores, enxertos, etc.).
8 Retina: Parte do olho responsável pela formação de imagens. É como uma tela onde se projetam as imagens: retém as imagens e as traduz para o cérebro através de impulsos elétricos enviados pelo nervo óptico. Possui duas partes: a retina periférica e a mácula.
9 Úlcera: Ferida superficial em tecido cutâneo ou mucoso que pode ocorrer em diversas partes do organismo. Uma afta é, por exemplo, uma úlcera na boca. A úlcera péptica ocorre no estômago ou no duodeno (mais freqüente). Pessoas que sofrem de estresse são mais susceptíveis a úlcera.
10 Uveíte: Uveíte é uma inflamação intraocular que compromete total ou parcialmente a íris, o corpo ciliar e a coroide (o conjunto dos três forma a úvea), com envolvimento frequente do vítreo, retina e vasos sanguíneos.
11 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
12 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
13 Fotofobia: Dor ocular ou cefaléia produzida perante estímulos visuais. É um sintoma freqüente na meningite, hemorragia subaracnóidea, enxaqueca, etc.
14 Ardor: 1. Calor forte, intenso. 2. Mesmo que ardência. 3. Qualidade daquilo que fulge, que brilha. 4. Amor intenso, desejo concupiscente, paixão.
15 Visão: 1. Ato ou efeito de ver. 2. Percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista; sentido da vista. 3. Algo visto, percebido. 4. Imagem ou representação que aparece aos olhos ou ao espírito, causada por delírio, ilusão, sonho; fantasma, visagem. 5. No sentido figurado, concepção ou representação, em espírito, de situações, questões etc.; interpretação, ponto de vista. 6. Percepção de fatos futuros ou distantes, como profecia ou advertência divina.
16 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
17 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
18 Fúngicas: Relativas à ou produzidas por fungo.
19 Sequelas: 1. Na medicina, é a anomalia consequente a uma moléstia, da qual deriva direta ou indiretamente. 2. Ato ou efeito de seguir. 3. Grupo de pessoas que seguem o interesse de alguém; bando. 4. Efeito de uma causa; consequência, resultado. 5. Ato ou efeito de dar seguimento a algo que foi iniciado; sequência, continuação. 6. Sequência ou cadeia de fatos, coisas, objetos; série, sucessão. 7. Possibilidade de acompanhar a coisa onerada nas mãos de qualquer detentor e exercer sobre ela as prerrogativas de seu direito.
20 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
21 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
22 Cicatrizes: Formação de um novo tecido durante o processo de cicatrização de um ferimento.
23 Úlceras: Feridas superficiais em tecido cutâneo ou mucoso que podem ocorrer em diversas partes do organismo. Uma afta é, por exemplo, uma úlcera na boca. A úlcera péptica ocorre no estômago ou no duodeno (mais freqüente). Pessoas que sofrem de estresse são mais susceptíveis a úlcera.
24 Miopia: Incapacidade para ver de forma clara objetos que se encontram distantes do olho.Origina-se de uma alteração dos meios de refração do olho, alteração esta que pode ser corrigida com o uso de lentes especiais, e mais recentemente com o uso de cirurgia a laser.
25 Astigmatismo: Defeito de curvatura nas superfícies de refração do olho que produz transtornos de acuidade visual.
26 Conjuntivite: Inflamação da conjuntiva ocular. Pode ser produzida por alergias, infecções virais, bacterianas, etc. Produz vermelhidão ocular, aumento da secreção e ardor.
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