Atalho: 66RR9WU
Gostou do artigo? Compartilhe!

Lentes de contato. O que devo saber sobre elas?

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que são lentes de contato?

Assim como os óculos, as lentes de contato são lentes que visam corrigir problemas de refração ocular. Enquanto os óculos, em geral, são lentes de vidro presas por uma armação suportada pelo nariz1 e pelas orelhas2, as lentes de contato são próteses feitas de materiais mais leves e virtualmente invisíveis, aplicadas diretamente sobre a córnea3.

Elas podem ser preferidas aos óculos por sua função corretiva, cosmética, corretivo-cosmética ou terapêutica4. As pessoas podem preferir lentes de contato aos óculos por diversas razões:

  • Umas se adaptam melhor a elas que aos óculos.
  • Outras consideram que sua aparência fica mais atraente.
  • Para a prática de certas modalidades esportivas elas se adaptam melhor que os óculos.
  • Algumas condições oftalmológicas são melhor corrigidas pelo uso de lentes de contato que de óculos.

As lentes de contato fornecem uma visão5 mais próxima à visão5 natural do que os óculos. O inconveniente delas pode ser alguma dificuldade para colocá-las e retirá-las. No entanto, depois que as pessoas se acostumam isso se torna muito simples.

Quais os tipos de lentes de contato que existem?

Há diversos tipos de lentes de contato: rígidas (gás-permeáveis ou não) ou gelatinosas; esféricas ou asféricas; de uso diário, estendido ou contínuo; corretivas, cosmética, corretivo-cosméticas ou terapêuticas, etc.

O ideal é que você defina junto com o seu oftalmologista6 qual o tipo que melhor se adapta ao seu caso.

Como cuidar de suas lentes de contato?

Quanto à higiene das mãos7:

"Antes de tocar nas lentes de contato (LC), recomenda-se lavar as mãos7 com sabonete neutro para remover dos dedos restos de nicotina, perfume, oleosidade ou corpos estranhos, que podem danificá-las. Devem ser evitados sabonetes com creme antisséptico8, desodorante químico ou fragrância pesada porque pequenas porções dessas substâncias podem ser transferidas para os olhos9. Recomenda-se ainda secar as mãos7 em toalhas que não soltem fiapo e manter as unhas10 sempre aparadas e limpas. É preciso também não se esquecer de remover as LC antes de utilizar cremes de limpeza para a higiene das bordas palpebrais e cílios11".

Quanto à limpeza das lentes:

"Iniciar o manuseio sempre pela mesma LC, direita ou esquerda, para evitar a inversão. Para a limpeza pode-se utilizar soluções limpadoras surfactantes, limpadores enzimáticos ou soluções multiuso".

Quanto à limpeza do estojo:

“Deve ser feita pelo menos uma vez por semana com água quente sem sabão, com utensílio tipo escova de dente12. Deixar o estojo secar naturalmente e, depois de seco, guardá-lo fechado. Recomenda-se usar estojo descartável ou trocá-lo, pelo menos, a cada seis meses, porque nutrientes que desenvolvem microrganismos provenientes dos dedos ou da própria LC suja podem se acumular no estojo”.

Estas são as recomendações da Sociedade Brasileira de Lentes de Contato.

Quando usar e quando não usar lentes de contato?

Em geral as lentes de contato, assim como os óculos, são usadas para corrigir problemas de refração dos olhos9 (miopia13, hipermetropia14, astigmatismo15 e presbiopia16). Em algumas ocasiões elas são usadas para encobrir alterações da córnea3 e podem ser usadas apenas por razões estéticas, modificando a cor dos olhos9.

A opção entre usar óculos ou lentes de contato pertence ao usuário, mas o oftalmologista6 deve sempre ser ouvido porque há condições em que um ou outro é mais bem indicado ou contraindicado. Além disso, ele definirá o grau (que em geral não é o mesmo dos óculos) e a curvatura das lentes, bem como as características do material a ser utilizado.

Nem todas as pessoas podem, a qualquer momento, usar lentes de contato. Elas não devem ser utilizadas em casos de alergia17 ocular, olhos9 excessivamente secos, infecções18 oculares crônicas ou alguma outra doença da córnea3.

Quais complicações podem decorrer do uso de lentes de contato?

As lentes de contato são bastante seguras e se usadas corretamente não causam danos. No entanto, como elas são um elemento estranho aderido aos olhos9 podem causar reações importantes. As mais temidas são as infecções18.

Outras complicações que podem decorrer de um mau uso das lentes de contato em geral incidem sobre a córnea3: edema19, úlcera20, neovascularização21 e deformidades. Outra complicação frequente do uso de lentes de contato é a conjuntivite22. Pode ainda acontecer que as lentes se desloquem involuntariamente sendo, no entanto, geralmente fácil retirá-las manualmente. Se isso não acontecer, consulte um oftalmologista6.

Quais cuidados devem ser observados por quem usa lentes de contato?

  • As lentes de contato podem ser usadas em qualquer idade, desde um recém-nascido operado de uma catarata23 congênita24 até uma pessoa muito idosa.
  • Se o usuário optar por conservar as lentes de contato durante a natação, deve usar óculos protetores para diminuir o risco de infecções18 bacterianas, porque os ambientes aquáticos geralmente são contaminados. Além disso, no caso de piscinas, o cloro colocado na água pode alterar a cor de algumas lentes de contato e pequenos detritos que podem aderir a elas podem provocar irritação.
  • As lentes de contato devem ser limpas diariamente, podendo-se usar para esse fim vários tipos de produtos existentes no mercado. Consulte seu oftalmologista6 a respeito.
  • Algumas lentes de contato podem ser mantidas durante o sono; outras não. Consulte seu oftalmologista6 a respeito.
  • As lentes de contato devem ser colocadas ANTES da aplicação da maquiagem e retiradas ANTES da remoção dela.
  • Não aplique delineador de pálpebras25 em locais que possam atingir as lentes de contato.
ABCMED, 2011. Lentes de contato. O que devo saber sobre elas?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-dos-olhos/246650/lentes-de-contato-o-que-devo-saber-sobre-elas.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Nariz: Estrutura especializada que funciona como um órgão do sentido do olfato e que também pertence ao sistema respiratório; o termo inclui tanto o nariz externo como a cavidade nasal.
2 Orelhas: Sistema auditivo e de equilíbrio do corpo. Consiste em três partes
3 Córnea: Membrana fibrosa e transparente presa à esclera, constituindo a parte anterior do olho.
4 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
5 Visão: 1. Ato ou efeito de ver. 2. Percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista; sentido da vista. 3. Algo visto, percebido. 4. Imagem ou representação que aparece aos olhos ou ao espírito, causada por delírio, ilusão, sonho; fantasma, visagem. 5. No sentido figurado, concepção ou representação, em espírito, de situações, questões etc.; interpretação, ponto de vista. 6. Percepção de fatos futuros ou distantes, como profecia ou advertência divina.
6 Oftalmologista: Médico especializado em diagnosticar e tratar as doenças que acometem os olhos. Podem prescrever óculos de grau e lentes de contato.
7 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
8 Antisséptico: Que ou o que impede a contaminação e combate a infecção.
9 Olhos:
10 Unhas: São anexos cutâneos formados por células corneificadas (queratina) que formam lâminas de consistência endurecida. Esta consistência dura, confere proteção à extremidade dos dedos das mãos e dos pés. As unhas têm também função estética. Apresentam crescimento contínuo e recebem estímulos hormonais e nutricionais diversos.
11 Cílios: Populações de processos móveis e delgados que são encontrados revestindo a superfície dos ciliados (CILIÓFOROS) ou a superfície livre das células e que constroem o EPITÉLIO ciliado. Cada cílio nasce de um grânulo básico na camada superficial do CITOPLASMA. O movimento dos cílios propele os ciliados através do líquido no qual vivem. O movimento dos cílios em um epitélio ciliado serve para propelir uma camada superficial de muco ou fluido.
12 Dente: Uma das estruturas cônicas duras situadas nos alvéolos da maxila e mandíbula, utilizadas na mastigação e que auxiliam a articulação. O dente é uma estrutura dérmica composta de dentina e revestida por cemento na raiz anatômica e por esmalte na coroa anatômica. Consiste numa raiz mergulhada no alvéolo, um colo recoberto pela gengiva e uma coroa, a parte exposta. No centro encontra-se a cavidade bulbar preenchida com retículo de tecido conjuntivo contendo uma substância gelatinosa (polpa do dente) e vasos sangüíneos e nervos que penetram através de uma abertura ou aberturas no ápice da raiz. Os 20 dentes decíduos ou dentes primários surgem entre o sexto e o nono e o vigésimo quarto mês de vida; sofrem esfoliação e são substituídos pelos 32 dentes permanentes, que aparecem entre o quinto e sétimo e entre o décimo sétimo e vigésimo terceiro anos. Existem quatro tipos de dentes
13 Miopia: Incapacidade para ver de forma clara objetos que se encontram distantes do olho.Origina-se de uma alteração dos meios de refração do olho, alteração esta que pode ser corrigida com o uso de lentes especiais, e mais recentemente com o uso de cirurgia a laser.
14 Hipermetropia: Transtorno ocular em que existe uma dificuldade para ver objetos de perto. Origina-se de uma alteração dos meios de refração do olho, alteração esta que pode ser corrigida com o uso de lentes especiais e, mais recentemente, com o uso de cirurgia a laser.
15 Astigmatismo: Defeito de curvatura nas superfícies de refração do olho que produz transtornos de acuidade visual.
16 Presbiopia: Alteração da visão associada ao envelhecimento. Neste distúrbio existe uma maior rigidez do cristalino (órgão do olho que é responsável pela acomodação visual, ou seja, a propriedade que nos permite enxergar objetos próximos e distantes), que produz dificuldade para ver objetos próximos.
17 Alergia: Reação inflamatória anormal, perante substâncias (alérgenos) que habitualmente não deveriam produzi-la. Entre estas substâncias encontram-se poeiras ambientais, medicamentos, alimentos etc.
18 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
19 Edema: 1. Inchaço causado pelo excesso de fluidos no organismo. 2. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo, especialmente no tecido conjuntivo.
20 Úlcera: Ferida superficial em tecido cutâneo ou mucoso que pode ocorrer em diversas partes do organismo. Uma afta é, por exemplo, uma úlcera na boca. A úlcera péptica ocorre no estômago ou no duodeno (mais freqüente). Pessoas que sofrem de estresse são mais susceptíveis a úlcera.
21 Neovascularização: Crescimento de novos e pequenos vasos sangüíneos. Na retina, pode estar associado à perda de visão.
22 Conjuntivite: Inflamação da conjuntiva ocular. Pode ser produzida por alergias, infecções virais, bacterianas, etc. Produz vermelhidão ocular, aumento da secreção e ardor.
23 Catarata: Opacificação das lentes dos olhos (opacificação do cristalino).
24 Congênita: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
25 Pálpebras:
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.