Moscas volantes - o que são? Como elas surgem? O que fazer para evitar?
O que são moscas volantes?
Moscas volantes (do latim: muscae volitantes = moscas esvoaçantes) são pequenos pontos escuros, manchas, filamentos, círculos ou teias de aranha comuns que parecem mover-se na frente de um ou de ambos os olhos1, mas que não correspondem a objetos externos. Há mais de dois mil anos, na Roma antiga, as pessoas já usavam a expressão "muscae volitantes" para descrever essa condição oftalmológica.
Quais são as causas das moscas volantes?
As moscas volantes são causadas por proteínas2 ou minúsculas partículas do humor vítreo3 (substância gelatinosa viscosa que preenche o olho4 e se encontra entre o cristalino5 e a retina6) condensado, que se movimentam dentro do olho4, que normalmente é transparente e homogêneo. Qualquer lesão7 ocular que permita a entrada de algum material no humor vítreo3 que fique flutuado nele também pode ocasionar moscas volantes.
Elas ocorrem com maior frequência após os 45 anos de idade entre as pessoas que têm miopia8 e as que se submeteram à cirurgia de catarata9 ou a tratamentos oculares com laser e, também, entre as que sofreram inflamação10 no interior do olho4.
Qual é o substrato fisiológico11 das moscas volantes?
À medida que envelhecemos, o vítreo12 se contrai e isso faz surgir pequenas imperfeições que lançam sombras na retina6 ou refratam a luz causando manchas no campo visual13. Entre os 50 e 75 anos, o humor vítreo3 é progressivamente reduzido e de vez em quando traciona a retina6. Esses puxões estimulam a retina6, dando a ilusão de luz ou objetos, conhecidos como pontos flutuantes (ou moscas volantes). Com menor frequência, o humor vítreo3 de afasta totalmente da retina6, provocando um descolamento vítreo12.
As partículas flutuantes no vítreo12 estimulam a retina6, que envia um sinal14 para o cérebro15, que o interpreta como um objeto flutuando no campo de visão16 ou como um repentino flash de luz, semelhante a raios, manchas ou estrelas. Essas fotopsias são semelhantes às que podem ocorrer quando se esfrega os olhos1 fazendo pressão sobre eles.
Saiba mais sobre "Miopia8", "Catarata9", "Fotofobia17" e "Retinopatia diabética18".
Quais são as principais características clínicas das moscas volantes?
Embora pareçam estar na frente dos olhos1, na realidade, as moscas volantes estão flutuando no vítreo12, dentro deles. Nem sempre elas interferem prejudicialmente na visão16. Mas, às vezes, bloqueiam a luz e lançam sombras na retina6, a parte posterior do olho4 onde se forma a imagem.
São percebidas mais facilmente durante a leitura ou quando se olha fixamente para uma parede vazia, por exemplo. Têm a forma de pontos, linhas, ou fragmentos19 de teias de aranhas, que flutuam vagarosamente em frente aos olhos1, como fenômenos endópticos. O desconforto causado pelas moscas volantes é chamado miodesopsia.
A chamada enxaqueca20 visual algumas vezes causa sintomas21 da mesma natureza que as moscas volantes, mas eles se resolvem em cerca de 20 minutos, desaparecendo em seguida. As pessoas que experimentam esse fenômeno podem mesmo não ter dor de cabeça22.
Como o médico diagnostica as moscas volantes?
O diagnóstico23 de moscas volantes se inicia com a descrição do fenômeno pelo paciente. O médico pode vê-las com o uso de um oftalmoscópio ou biomicroscópio, aumentando a iluminação de fundo para diminuir o diâmetro da pupila, o que permite uma melhor visualização delas. Devem ser diferenciadas da neve visual, fenômeno neurológico raro que leva à visualização de imagens como os populares “chuviscos” da TV.
Como o médico trata as moscas volantes?
Atualmente, não há consenso quanto ao tratamento. Muitas vezes elas nem necessitam tratamento porque com o passar do tempo tendem a diminuir e podem se tornar menos incômodas ou até mesmo não mais serem notadas. Mas, se as moscas volantes forem um sintoma24 de rasgo na retina6, ele deve ser selado com laser argônio ou por crioterapia25, a fim de evitar que provoque o descolamento da retina6, o que pode ocasionar cegueira.
Algumas vezes (embora raramente), a vitrectomia, em que o médico usa uma agulha para retirar o humor vítreo3 do olho4 e substitui-lo por uma solução salina, pode ser utilizada. No entanto, o procedimento pode causar descolamento da retina6 ou catarata9 e algumas vezes os pontos flutuantes podem permanecer após o procedimento.
Se o fenômeno for causado por alguma doença de base como, por exemplo, descolamento da retina6 ou inflamações26 do vítreo12, elas devem ser tratadas por meios próprios.
Leia sobre "Deficiência visual", "Retinopatia", "Degeneração macular27", "Fundo de olho28" e "Retinografia29".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos site do CBO – Conselho Brasileiro de Oftalmologia e do MSD Manuals.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.