Depressão em idosos
O que é depressão em idosos?
A depressão é um transtorno mental que pode ocorrer em qualquer faixa etária, inclusive na infância, mas tem, em cada fase, características próprias. Ela afeta a maneira como uma pessoa sente, pensa e age. É uma condição de saúde1 mental séria que pode causar sofrimento significativo e interferir nas atividades diárias da pessoa.
É importante entender que a depressão não é apenas uma reação normal de tristeza ou desânimo, mas sim uma condição médica que requer tratamento adequado.
Há casos em que os idosos apresentam um histórico depressivo ao longo da vida, mas também existem aqueles em que a doença se manifesta pela primeira vez nesta fase da vida, depois dos 60 anos. A depressão em idoso apresenta-se com alguns aspectos específicos, em comparação com outras faixas etárias. E nem todos os idosos deprimidos apresentarão as mesmas características, porque cada pessoa é única e envelhece de um modo particular.
Quais são as causas de depressão em idosos?
A depressão em geral pode ser causada por uma combinação de causas físicas, como fatores genéticos ou químicos, e psíquicas, incluindo eventos estressantes da vida e traumas. Os idosos que vivem junto ou perto de familiares e amigos desenvolvem depressão com uma frequência bem mais baixa que os outros, dado o apoio emocional e os cuidados recebidos e, inclusive, uma atenção preventiva.
Num sentido contrário, os idosos contam com um maior número de perdas significativas de parceiros que as pessoas de menor idade, como a morte de cônjuges, amigos ou familiares, bem como a perda da independência, da saúde1 ou de papéis sociais, perdas essas que podem desencadear ou agravar sintomas2 depressivos.
O isolamento social e a solidão próprias do idoso também podem contribuir para a depressão.
Quais são as características clínicas da depressão em idosos?
Em adultos, os sintomas2 da depressão podem variar de leves a graves e podem incluir:
- tristeza persistente;
- falta de interesse ou de prazer em atividades;
- sentimentos de inutilidade e culpa;
- alterações no apetite e no sono;
- fadiga3;
- baixa autoestima;
- dificuldade de concentração;
- e pensamentos suicidas.
Embora esses sintomas2 principais da depressão sejam semelhantes nos jovens e nos idosos, nestes últimos existem algumas particularidades e fatores de risco que são mais comuns. Em vez de expressar os sintomas2 depressivos predominantemente na esfera emocional, os idosos podem manifestá-los por via física, através de dores crônicas, fadiga3, problemas digestivos, alterações no apetite e no sono. Isso pode dificultar o reconhecimento da depressão, pois esses sintomas2 podem ser atribuídos ao envelhecimento ou a outras condições médicas.
Os idosos costumam ter também mais condições médicas crônicas que os mais novos, como doenças cardíacas, diabetes4, doença de Parkinson5, artrite6, entre outras. A presença dessas comorbidades7 pode tornar mais difícil o diagnóstico8 da depressão, pois os sintomas2 de ambas as condições podem se confundir ou se sobrepor, tornando mais difícil reconhecer o transtorno depressivo.
Os sintomas2 duram por um período prolongado, geralmente por semanas, meses ou até anos, e interferem na capacidade da pessoa de funcionar normalmente.
Veja também sobre "Depressão em crianças", "Depressão na gravidez9" e "Depressão pós-parto".
Como o médico diagnostica a depressão em idosos?
O diagnóstico8 da depressão é eminentemente10 clínico e depende da avaliação dos sintomas2. O diagnóstico8 correto da depressão em idosos pode ser desafiador, pois os sintomas2 podem ser atribuídos ao envelhecimento ou a condições médicas próprias dele.
Existem depressões muito bem demarcadas que, por assim dizer, saltam aos olhos11 de profissionais experientes, e outras mais leves e mais difíceis de serem reconhecidas. É essencial que os profissionais de saúde1 estejam atentos aos sinais12 e sintomas2 da depressão em idosos e realizem uma avaliação adequada para um diagnóstico8 preciso. Muitas vezes, esse diagnóstico8 será estabelecido por exclusão de outras patologias.
Como o médico trata a depressão em idosos?
O tratamento da depressão deve ser conduzido por um psiquiatra e por outros profissionais, como psicólogo, enfermeiro, fisioterapeuta, educador físico entre outros. Em idosos, o tratamento deve basear-se em três pilares:
- Acompanhamento médico que faça a orientação dos medicamentos.
- Psicoterapias ou terapias complementares, como arte terapia, musicoterapia, dança terapia, etc.
- Mudanças no estilo de vida do paciente, com a adoção de novos hábitos, como fazer atividade física, alimentação mais saudável, ter mais relações sociais e novos interesses.
A família é de fundamental importância para o cuidado do idoso, pois é nela que o paciente encontra apoio e conforto emocional. Algumas dicas para a família são:
- A família deve entender que a depressão é uma doença e não simplesmente uma manha, e por isso precisa de acompanhamento do médico e de outros profissionais de saúde1.
- Deve saber ouvir e não confrontar o idoso, por mais difícil que isso seja.
- Deve ser paciente, embora a convivência com uma pessoa deprimida nem sempre seja fácil.
- E, por último, deve sempre estimular o idoso a uma maior interação com a sociedade, com atividades leves como um passeio em uma praça, caminhadas ao ar livre, etc.
Como prevenir a depressão em idosos?
É importante que a família não deixe o idoso “de lado” e continue a interagir com ele, mantendo conversas, jogos ou brincadeiras que interessem a ele. A família deve mantê-lo a par dos assuntos correntes, sem procurar poupá-lo de alguns temas. O apoio da família é indispensável tanto para tratar como para prevenir a depressão.
Quais são as complicações possíveis com a depressão em idosos?
Os idosos têm um risco maior de suicídio em comparação com outras faixas etárias. Isso pode estar relacionado a fatores como a sensação de isolamento, a perda de papéis sociais, o enfrentamento de doenças crônicas e a falta de suporte emocional.
Leia sobre "Depressões bipolar e unipolar", "Depressão psicótica versus depressão maior" e "Depressões típica e atípica".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, do Instituto de Psiquiatria do Paraná e da SPDM - Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.