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Seis passos essenciais para prevenir a depressão e evitar consequências graves

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A depressão não é apenas tristeza ou desânimo passageiro – é um problema sério que pode ter consequências fatais. Nos Estados Unidos, 19,4 milhões de adultos enfrentaram pelo menos um episódio depressivo em 2019, segundo a US Preventive Services Task Force (USPSTF).

No Brasil, os números são igualmente preocupantes. O impacto da depressão vai muito além da saúde1 mental, comprometendo a vida profissional, os relacionamentos e até a longevidade. O suicídio continua sendo uma das dez principais causas de morte entre adultos. O número de suicídios aumentou 43% entre 2010 e 2019, com um crescimento ainda mais expressivo entre adolescentes, que registraram um aumento de 81% no período. Entre 2011 e 2022, a taxa de suicídio entre jovens cresceu 6% ao ano, e os casos de autolesão aumentaram 29% anualmente. Em 2023, o Sistema Único de Saúde1 registrou mais de 11 mil internações por lesões2 autoprovocadas, evidenciando a gravidade do problema.

Felizmente, a prevenção é possível. A seguir destacamos seis passos essenciais para reduzir os riscos da depressão e proteger sua saúde1 mental.

  1. Faça triagens regulares
  2. Esteja atento aos sinais3 precoces
  3. Busque apoio profissional
  4. Adote hábitos saudáveis
  5. Fortaleça seus laços sociais
  6. Combata o estigma

1. Faça triagens regulares

A triagem para depressão deve fazer parte dos cuidados preventivos de saúde1. A USPSTF recomenda que todos os adultos acima de 19 anos sejam avaliados, com atenção especial para gestantes, puérperas4, idosos e indivíduos com histórico familiar da doença ou que tenham enfrentado eventos traumáticos.

A identificação precoce é essencial, pois possibilita o encaminhamento para tratamento antes que os sintomas5 se agravem. Embora não haja evidência suficiente para recomendar a triagem universal para risco de suicídio, pessoas com fatores de risco específicos, como tentativas prévias, abuso de substâncias ou transtornos mentais, devem ser avaliadas individualmente.

2. Esteja atento aos sinais3 precoces

Desânimo persistente, tristeza persistente por mais de duas semanas, perda de interesse em atividades diárias, alterações no sono e apetite, dificuldades de concentração e pensamentos negativos recorrentes são sinais3 de alerta. Quanto antes forem identificados, maiores são as chances de tratamento eficaz.

3. Busque apoio profissional

A avaliação pode ser realizada em ambientes de atenção primária por meio de questionários validados, como o Patient Health Questionnaire (PHQ-9, PHQ-2), a Geriatric Depression Scale (GDS) para idosos e a Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS) para gestantes e puérperas4. Para indivíduos sem fatores de risco, a triagem pode ocorrer a cada dois anos, enquanto aqueles com maior vulnerabilidade devem ser avaliados anualmente.

4. Adote hábitos saudáveis

Exercícios físicos regulares, uma alimentação equilibrada e uma rotina de sono adequada desempenham um papel fundamental na regulação do humor e na prevenção da depressão.

5. Fortaleça seus laços sociais

O isolamento pode agravar os sintomas5 depressivos. Manter contato com amigos e familiares, compartilhar sentimentos e buscar apoio emocional são formas eficazes de proteção.

6. Combata o estigma

Muitas pessoas evitam procurar ajuda por medo do julgamento. A depressão é uma condição médica séria e deve ser tratada sem preconceitos. Informar-se e incentivar a discussão sobre saúde1 mental são passos importantes para quebrar essa barreira.

O tratamento da depressão é acessível e eficaz. Psicoterapia, medicação e cuidados integrados são estratégias que podem salvar vidas. No entanto, muitas pessoas ainda enfrentam desafios para obter suporte adequado devido a barreiras financeiras e sociais.

A depressão não é apenas um problema individual – é uma questão de saúde1 pública que exige atenção e ação imediata. A triagem regular e o tratamento adequado podem reduzir significativamente sua incidência6 e prevenir desfechos graves. Buscar ajuda não é fraqueza, mas um passo essencial para a recuperação e para garantir qualidade de vida.

 

Referências:

  • US Preventive Services Task Force (USPSTF).
  • JAMA (2023). Screening for Depression and Suicide Risk in Adults - US Preventive Services Task Force Recommendation Statement.

ABCMED, 2025. Seis passos essenciais para prevenir a depressão e evitar consequências graves. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/prevencao-em-saude/1481185/seis-passos-essenciais-para-prevenir-a-depressao-e-evitar-consequencias-graves.htm>. Acesso em: 18 fev. 2025.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
2 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
3 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
4 Puérperas: Parturientes. Mulheres que estão prestes a dar à luz ou deram à luz há pouco tempo.
5 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
6 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.

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