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Quociente de inteligência (QI)

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O que é a inteligência?

A inteligência é uma capacidade cognitiva1 complexa que permite a uma pessoa aprender, compreender, raciocinar, resolver problemas, adaptar-se a novas situações e tomar decisões. É uma habilidade que permite ao indivíduo compreender e utilizar conceitos abstratos, aprender com a experiência e a observação, e aplicar o conhecimento de forma criativa.

Existe a ideia de uma inteligência geral, que sugere que a inteligência é uma habilidade que influencia o desempenho em uma ampla variedade de tarefas cognitivas, e a ideia das inteligências múltiplas, que sugere que a inteligência é composta por várias habilidades distintas, como habilidades linguísticas, lógico-matemáticas, espaciais, musicais, corporais-cinestésicas, interpessoais e intrapessoais, não necessariamente relacionadas entre si.

O que é o quociente de inteligência2 (QI3)?

O quociente de inteligência2 (QI3) é uma medida numérica padronizada, a fim de avaliar a capacidade cognitiva1 de uma pessoa. O QI3 é determinado por meio dos chamados “testes de inteligência”, que são ferramentas psicológicas que avaliam habilidades mentais, como raciocínio lógico, resolução de problemas, habilidades verbais, capacidade visuoespacial e memória.

As “medidas” de inteligência são, na verdade, estimativas, já que a inteligência não pode ser medida de forma concreta como as medidas de distância ou de massa, dada a natureza abstrata do conceito.

O QI3 é uma medida de inteligência limitada, que não pode capturar completamente as habilidades e talentos individuais, nem as diferenças culturais e sociais que podem afetar o desempenho nos testes de inteligência. O conceito de QI3 foi criado em 1912 pelo psicólogo alemão Wilhelm Stern (1871-1938), na Universidade de Breslau.

Leia sobre "Testes de Personalidade", "Testes psicológicos", "Inteligência emocional" e "Exercite seu cérebro4 todos os dias".

Como se realiza o teste de inteligência de uma pessoa?

Existem diversos testes de inteligência. Aqui falaremos apenas do teste do QI3, que é o mais conhecido deles. O teste de QI3 consta de avaliações padronizadas que buscam medir a capacidade cognitiva1 e o potencial mental de uma pessoa. Ele é usado para avaliar habilidades como: raciocínio lógico, habilidades verbais, habilidades visuais e espaciais, habilidades numéricas, memória e velocidade de processamento. Ele consiste de uma série de perguntas ou problemas que devem ser resolvidos dentro de um tempo específico.

Os resultados do teste são usados para comparar o desempenho do indivíduo com a média da população em geral e podem ser usados para ajudar a identificar possíveis deficiências ou áreas em que a pessoa tem habilidades excepcionais. O exame de QI3, assim como os testes de inteligência em geral, são apenas uma medida da capacidade cognitiva1 e não devem ser usados como uma medida definitiva do valor de uma pessoa.

O teste de QI3 costuma ser realizado por um psicólogo ou psiquiatra treinado em testes de inteligência. O teste deve ser administrado num ambiente calmo e tranquilo. Ele é dividido em várias seções que avaliam diferentes habilidades, como raciocínio verbal, habilidades matemáticas, raciocínio espacial e outras habilidades cognitivas. Durante o teste, a pessoa que está sendo testada responderá a uma série de perguntas e realizará uma variedade de tarefas, como completar sequências de números ou palavras, resolver quebra-cabeças, ou outras atividades que exigem habilidades cognitivas específicas. O teste é cronometrado, e o tempo dado para cada seção pode variar.

Uma vez que o teste é concluído, o psicólogo ou psiquiatra analisará os resultados e determinará o quociente de inteligência2 (QI3) da pessoa testada, com base nas pontuações obtidas em diferentes seções do teste. O QI3, no entanto, não é uma medida definitiva da inteligência de uma pessoa.

Como se calcula o quociente de inteligência2 (QI3) de uma pessoa?

O QI3 é calculado usando uma fórmula que leva em consideração a pontuação obtida no teste de inteligência em relação à pontuação média obtida por pessoas da mesma idade. A pontuação média é definida como 100 e, a partir daí, as pontuações são classificadas em faixas como abaixo da média, média, acima da média, superior, etc.

Embora o QI3 possa ser uma medida útil para avaliar algumas habilidades cognitivas, ele não é a única medida de inteligência e não deve ser usado como a única forma de avaliar as habilidades ou o potencial de uma pessoa. Há muitos tipos diferentes de inteligência, como emocional, criativa, prática e social, que não são avaliados por testes de QI3. Além disso, ter um QI3 superior, digamos, de 130, nada diz sobre o que o indivíduo faz com ele. Ele tanto pode ser usado para obter um conhecimento intelectual sofisticado, quanto para cometer crimes.

Stern introduziu na psicologia os termos "idade mental" e "idade cronológica", e propôs que o QI3 de pessoas com menos de 16 anos fosse determinado pelo resultado da divisão da idade mental pela idade cronológica, multiplicado por 100. A “idade mental” se refere ao equivalente em meses da idade média das pessoas consideradas normais que obtiveram o mesmo desempenho na solução do chamado teste de inteligência. “Idade cronológica” é a idade efetivamente alcançada pela pessoa, contada em meses. Assim, uma pessoa de 16 anos que só tenha conseguido resolver problemas que lhe foram apresentados pelo teste de inteligência equivalentes aos que são normalmente resolvidos por uma pessoa de 10 anos terão um QI3 de 10 dividido por 16 e multiplicado por 100, igual a 62,5.

Na população geral, as pessoas tendem a ter o QI3 em torno de 100 (idade mental igual à idade cronológica). Resultados abaixo de 70 configuram deficiência intelectual, que pode ser classificada como leve (QI3 50-70), moderada (QI3 35-50) e grave/profunda (QI3 <35).

De que dependem os valores do quociente de inteligência2 (QI3)?

Existem muitos fatores que podem afetar o desempenho em um teste de QI3. Os níveis do QI3 parecem depender tanto de fatores genéticos, quanto de outros fatores ambientais, tais como nutrição5, status socioeconômico, doenças físicas ou mentais, bem como do desenvolvimento pré-natal e perinatal.

Embora a herdabilidade do QI3 tenha sido muito estudada até aqui, ainda não há um consenso a respeito. Além disso, fatores momentâneos, como a ansiedade, a fadiga6 ou a falta de familiaridade com as tarefas do teste, por exemplo, exercem influência sobre os resultados dele. Ademais, a inteligência é uma característica complexa e multifacetada que não pode ser completamente medida por um único teste.

Veja também sobre "Névoa cerebral", "Distúrbios de aprendizagem escolar", "Quando a perda de memória não é normal" e "Retardo mental".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site da UNISC - Universidade de Santa Cruz do Sul.

ABCMED, 2023. Quociente de inteligência (QI). Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/psicologia-e-psiquiatria/1435160/quociente-de-inteligencia-qi.htm>. Acesso em: 18 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Cognitiva: 1. Relativa ao conhecimento, à cognição. 2. Relativa ao processo mental de percepção, memória, juízo e/ou raciocínio. 3. Diz-se de estados e processos relativos à identificação de um saber dedutível e à resolução de tarefas e problemas determinados. 4. Diz-se dos princípios classificatórios derivados de constatações, percepções e/ou ações que norteiam a passagem das representações simbólicas à experiência, e também da organização hierárquica e da utilização no pensamento e linguagem daqueles mesmos princípios.
2 Quociente de inteligência: O QI é utilizado para dimensionar a inteligência humana em relação à faixa etária a que um sujeito pertence. Em 1905, os franceses Alfred Binet e Theodore Simon desenvolveram uma ferramenta para avaliar os potenciais cognitivos dos estudantes, tentando detectar entre eles aqueles que precisavam de um auxílio maior de seus mestres, criando a Escala de Binet-Simon. Outros estudiosos aperfeiçoaram esta metodologia. William Stern foi quem, em 1912, propôs o termo QI. O Quociente de Inteligência é a razão entre a Idade Mental e a Cronológica, multiplicada por 100 para se evitar a utilização dos decimais. Seguindo-se este indicador, é possível avaliar se um infante é precoce ou se apresenta algum retardamento no aprendizado. Os que apresentam o quociente em torno de 100 são considerados normais, os acima deste resultado revelam-se precoces e os que alcançam um valor mais inferior (cerca de 70) são classificados como retardados. Uma alta taxa de QI não indica que o indivíduo seja mentalmente são, ou mesmo feliz, e também não avalia outros potenciais e capacidades, tais como as artísticas e as de natureza espiritual. O QI mede bem os talentos linguísticos, os pensamentos lógicos, matemáticos e analíticos, a facilidade de abstração em construções teóricas, o desenvolvimento escolar, o saber acadêmico acumulado ao longo do tempo. Os grandes gênios do passado, avaliados dessa forma, apresentavam uma taxa de aproximadamente 180, o que caracteriza um superdotado.
3 QI: O QI é utilizado para dimensionar a inteligência humana em relação à faixa etária a que um sujeito pertence. Em 1905, os franceses Alfred Binet e Theodore Simon desenvolveram uma ferramenta para avaliar os potenciais cognitivos dos estudantes, tentando detectar entre eles aqueles que precisavam de um auxílio maior de seus mestres, criando a Escala de Binet-Simon. Outros estudiosos aperfeiçoaram esta metodologia. William Stern foi quem, em 1912, propôs o termo “QI“. O Quociente de Inteligência é a razão entre a Idade Mental e a Cronológica, multiplicada por 100 para se evitar a utilização dos decimais. Seguindo-se este indicador, é possível avaliar se um infante é precoce ou se apresenta algum retardamento no aprendizado. Os que apresentam o quociente em torno de 100 são considerados normais, os acima deste resultado revelam-se precoces e os que alcançam um valor mais inferior (cerca de 70) são classificados como retardados. Uma alta taxa de QI não indica que o indivíduo seja mentalmente são, ou mesmo feliz, e também não avalia outros potenciais e capacidades, tais como as artísticas e as de natureza espiritual. O QI mede bem os talentos linguísticos, os pensamentos lógicos, matemáticos e analíticos, a facilidade de abstração em construções teóricas, o desenvolvimento escolar, o saber acadêmico acumulado ao longo do tempo. Os grandes gênios do passado, avaliados dessa forma, apresentavam uma taxa de aproximadamente 180, o que caracteriza um superdotado.
4 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
5 Nutrição: Incorporação de vitaminas, minerais, proteínas, lipídios, carboidratos, oligoelementos, etc. indispensáveis para o desenvolvimento e manutenção de um indivíduo normal.
6 Fadiga: 1. Sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. 2. Trabalho cansativo. 3. Redução gradual da resistência de um material ou da sensibilidade de um equipamento devido ao uso continuado.
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