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Depressão na gravidez

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A depressão pode ocorrer durante a gravidez1?

A gravidez1 é vista como o período que protege as mulheres das doenças psiquiátricas, mas nem sempre isso é verdade. Cerca de uma em cada dez gestantes apresenta depressão. E das que ficam deprimidas durante a gestação, 50% apresentam depressão no pós-parto.

O aumento dos níveis hormonais no início da gravidez1 pode alterar a bioquímica cerebral e estar associado ao desencadeamento da depressão nesta fase de vida. Estas alterações hormonais podem aumentar a ansiedade nas mulheres grávidas, o que precisa ser observado e tratado quando necessário.


Existem fatores que aumentam o risco de depressão em grávidas?

Algumas situações podem aumentar o risco de depressão em grávidas. São elas:

  • História prévia de depressão, ansiedade ou desordem disfórica pré-menstrual (DDPM)
  • Idade da gestação – quanto mais jovem, maior o risco de depressão na gravidez1
  • Morar sozinha ou ser mãe solteira
  • Apoio social deficiente
  • Conflitos de relacionamentos com os companheiros, amigos ou familiares
  • Incertezas sobre a gravidez1
  • Gravidez1 não planejada
  • Uso de tratamentos para infertilidade2
  • História pregressa de abortos
  • Problemas durante a gestação, principalmente se for necessário repouso na cama por várias semanas
  • Eventos estressantes da vida como dificuldades financeiras, mudanças na rotina do trabalho, perda de controle em relação às mudanças corporais durante a gestação
  • História passada de abusos sexuais, físicos ou verbais


Quais os sintomas3 da depressão na gravidez1?

Caso você esteja apresentando três ou mais desses sintomas3 por pelo menos duas semanas, procure ajuda médica.

  • Sensação de que nada está agradável ou traz alegria
  • Sensação de vazio a maior parte do dia, todos os dias
  • Dificuldade de concentração
  • Irritabilidade extrema, agitação ou choro fácil
  • Problemas para dormir ou sonolência excessiva
  • Fadiga4 crônica
  • Desejo de comer o tempo todo ou ausência de apetite
  • Sentimentos de culpa, desesperança ou inutilidade


Qual o impacto da depressão na gestação?

O impacto potencial da depressão em grávidas inclui:

  • A depressão pode interferir na habilidade da mulher cuidar de si mesma durante a gestação. Ela pode ser menos capaz de seguir as recomendações médicas do pré-natal e também não dormir ou comer de maneira adequada.
  • A depressão pode levar as mulheres a abusarem do álcool, cigarro ou drogas ilícitas5; todas elas substâncias que podem prejudicar o feto6 e a mãe.
  • A depressão, quando não tratada, pode prejudicar a ligação da mãe com o filho e dificultar a amamentação7 dos recém-nascidos.
  • As pesquisas mostram que a depressão e a ansiedade podem aumentar o risco de parto prematuro.

O impacto da gravidez1 na depressão é:

  • O estresse da gestação pode causar depressão, recorrência8 ou piora dos sintomas3 depressivos.
  • Depressão durante a gravidez1 pode aumentar o risco de apresentar depressão no pós-parto.


Quais são as opções para uma mulher que apresenta depressão na gravidez1?

Preparar-se para o nascimento de um bebê demanda trabalho, mas a gestante deve ter em mente que a sua saúde9 e de seu bebê devem vir em primeiro lugar.

Por isso as gestantes devem:

  • Resistir a querer fazer tudo e deixar tudo pronto para a chegada do bebê.
  • Tentar reduzir suas obrigações rotineiras.
  • Fazer atividades que sejam relaxantes. Se possível, tirar férias.
  • Falar sobre as coisas que a preocupam é muito importante. Fale com amigos, companheiros e familiares.
  • Não permitir que os sentimentos de frustração tomem conta da vida, tentar pensar positivo.
  • Dormir bem.
  • Fazer exercícios físcos com a orientação de um médico.
  • Procurar por ajuda, caso precise.

Se essas tentativas falharem e você ainda estiver se sentindo triste ou ansiosa, considere a possibilidade de procurar uma terapia. Pergunte ao seu médico uma referência para procurar um profissional de saúde9 mental.

Existem medicamentos que podem ser usados para tratar a depressão em grávidas. Procure ajuda médica. Não use medicamentos por conta própria. Eles podem causar mal a você e ao seu bebê.


Como a depressão é tratada em mulheres grávidas?
 
Algumas evidências sugerem que existem antidepressivos que são seguros para uso durante a gestação. Pelo menos em termos dos efeitos potenciais de curto prazo para o bebê. Os efeitos no longo prazo ainda não foram corretamente estudados.

Toda gestante deve discutir os possíveis riscos e benefícios com o seu médico.


Como a depressão pós-parto é tratada?

Depressão pós-parto, ou depressão após o nascimento de um bebê, pode ser tratada como as outras formas de depressão. Ou seja, com medicação e/ou psicoterapia. Se a mãe está amamentando, a decisão de usar antidepressivos deve ser criteriosamente avaliada por um médico.

 

Fontes consultadas:
National Institute of Mental Health
National Institutes of Health

ABCMED, 2009. Depressão na gravidez. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/gravidez/52603/depressao-na-gravidez.htm>. Acesso em: 18 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
2 Infertilidade: Capacidade diminuída ou ausente de gerar uma prole. O termo não implica a completa inabilidade para ter filhos e não deve ser confundido com esterilidade. Os clínicos introduziram elementos físicos e temporais na definição. Infertilidade é, portanto, freqüentemente diagnosticada quando, após um ano de relações sexuais não protegidas, não ocorre a concepção.
3 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
4 Fadiga: 1. Sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. 2. Trabalho cansativo. 3. Redução gradual da resistência de um material ou da sensibilidade de um equipamento devido ao uso continuado.
5 Ilícitas: 1. Condenadas pela lei e/ou pela moral; proibidas, ilegais. 2. Qualidade das que não são legais ou moralmente aceitáveis; ilicitude.
6 Feto: Filhote por nascer de um mamífero vivíparo no período pós-embrionário, depois que as principais estruturas foram delineadas. Em humanos, do filhote por nascer vai do final da oitava semana após a CONCEPÇÃO até o NASCIMENTO, diferente do EMBRIÃO DE MAMÍFERO prematuro.
7 Amamentação: Ato da nutriz dar o peito e o lactente mamá-lo diretamente. É um fenômeno psico-sócio-cultural. Dar de mamar a; criar ao peito; aleitar; lactar... A amamentação é uma forma de aleitamento, mas há outras formas.
8 Recorrência: 1. Retorno, repetição. 2. Em medicina, é o reaparecimento dos sintomas característicos de uma doença, após a sua completa remissão. 3. Em informática, é a repetição continuada da mesma operação ou grupo de operações. 4. Em psicologia, é a volta à memória.
9 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.

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Comentários

26/04/2013 - Comentário feito por hellen
Re: Depressão na gravidez
ola. já sou mãe de um menino de 4 anos, e como tive ele muito cedo,com 17 anos tive depressão pós-parto e não o aceitava, mais agora tenho ele como uma benção em minha vida...
superei tudo, e hoje estou com o pai dele casada oficialmente. Bem está tudo bem e estou com uma nova suspeita que posso esta novamente grávida, me veio outra angustia de mudar minha vida novamente com um bebê...e estou com medo de me sentir depressiva, afinal como minha primeira gravidez essa também não foi planejada.Mais espero que se for uma gravidez espero estar preparada e que aconteça tudo bem.Agradeço a esse site bastante esclarecedor. obrigado!

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