Depressão bipolar e unipolar: semelhanças e diferenças
O que é depressão bipolar?
O transtorno bipolar, também chamado de depressão bipolar e anteriormente conhecido como doença maníaco-depressiva, é um distúrbio cerebral que causa alterações incomuns no humor, na energia, nos níveis de atividade e na capacidade de realizar tarefas cotidianas.
Esses estados de humor variam desde períodos muito tristes ou sem esperança (conhecidos como episódios depressivos) até outros extremamente exaltados e energizados (conhecidos como episódios maníacos ou, se menos graves, hipomaníacos), mediando entre eles (às vezes por anos) um período de relativa normalidade.
O que é depressão unipolar?
Algumas pessoas têm episódios depressivos recorrentes, sem nunca apresentarem um episódio maníaco. São as depressões monopolares ou unipolares. Quando se fala simplesmente de depressão, frequentemente está-se referindo à depressão unipolar.
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Quais são as causas orgânicas das depressões?
Parece haver uma correlação entre as depressões e certas alterações genéticas. Os distúrbios do humor têm uma maior incidência1 em indivíduos com história familiar destas perturbações. Tanto a depressão unipolar como a bipolar estão presentes em familiares de doentes com Doença Bipolar, o que sugere algum grau de sobreposição genética entre elas.
No entanto, e considerando que ambas as depressões são distintas, alguma diferença na predisposição genética dos dois distúrbios deve existir. A fisiopatologia2 da depressão unipolar e da depressão bipolar tem também como chave a regulação do circuito emocional que envolve o córtex pré-frontal medial e suas ligações com a amígdala3 cerebral, hipocampo4 e gânglios5 da base. Também os neurotransmissores cerebrais têm a sua importância. Um déficit da dopamina6 e da norepinefrina parece estar implicado no processo das depressões.
Depressão bipolar e unipolar: semelhanças e diferenças
Serão as duas depressões a mesma doença ou doenças diferentes? No transtorno bipolar, a depressão e a mania foram vistas como parte de uma doença unitária, refletindo uma desregulação ao longo de uma única dimensão clínica. Para muitos, essa visão7 unitarista do transtorno bipolar possibilitou uma distinção entre depressão bipolar e depressão unipolar.
Essa distinção foi estabelecida há mais de 30 anos e parece sensato questionar se ela continua a valer. De fato, as depressões bipolar e unipolar parecem ter uma mesma base biológica, no entanto, têm cursos desencadeantes, antecedentes psicossociais e correlatos dos episódios diferentes.
As duas formas de depressão muitas vezes parecem semelhantes. Elas compartilham os sintomas8 de tristeza, desesperança, pessimismo, ansiedade e problemas de sono, mas, em algum momento, a depressão unipolar e a depressão bipolar partem em direções muito diferentes.
Assim, as diferenças principais são:
- A depressão bipolar é mais endógena do que a depressão unipolar.
- A contribuição genética é mais forte na depressão bipolar do que na depressão unipolar.
- O curso do transtorno é diferente entre depressão bipolar e unipolar.
- Os desencadeantes psicossociais da depressão são mais pronunciados na depressão unipolar do que na bipolar.
- As depressões bipolares tem uma duração espontânea de cerca de 6 meses, enquanto as unipolares em geral têm uma duração maior.
- A depressão unipolar pode ser um episódio único ou mais de um episódio ao longo da vida e na depressão bipolar o indivíduo apresenta episódios maníacos que se alternam com os episódios depressivos, geralmente ambos recorrentes.
- Quanto ao tratamento, ambas são tributárias dos antidepressivos, mas nas depressões bipolares pode ocorrer uma “virada maníaca”, o que não acontece nas depressões unipolares.
O autoconhecimento e a aceitação de si mesmo são passos fundamentais para a resolução de conflitos internos. Procure ajuda médica e/ou psicológica sempre que sentir que não está conseguindo resolver sozinho algumas questões internas que todos nós temos.
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As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.