Insulinoma - causa mais comum de hipoglicemia por hiperinsulinismo endógeno
O que é o insulinoma1?
O insulinoma1 é um raro tumor2 no pâncreas3 (1 a 4 novos casos por milhão de pessoas por ano), quase sempre benigno (90-95% dos casos), que produz insulina4 em excesso. O tumor2 resulta de um crescimento anormal das células5 beta das ilhotas pancreáticas6, produtoras de insulina4, que se tornam autônomas em relação ao mecanismo normal de regulação do organismo.
Quais são as causas do insulinoma1?
Como ocorre com a maioria dos crescimentos tumorais, a causa nunca é bem conhecida em sua totalidade. Pessoas com certos distúrbios genéticos, como a neoplasia7 endócrina múltipla tipo I, correm maior risco de terem insulinomas.
Qual é o mecanismo fisiológico8 dos sintomas9 do insulinoma1?
O pâncreas3 é um órgão no abdômen que produz várias enzimas e hormônios, incluindo a insulina4, cuja função é reduzir o nível de açúcar10 no sangue11, ajudando-o a entrar nas células5. Na maioria das vezes, quando o nível de açúcar10 no sangue11 cai um pouco, o pâncreas3 pára de produzir insulina4 até que o açúcar10 no sangue11 volte ao normal. Os insulinomas continuam a produzir insulina4, mesmo quando o açúcar10 no sangue11 cai demais. Assim, um nível elevado de insulina4 no sangue11 provoca hipoglicemia12 (nível baixo de açúcar10 no sangue11).
Leia mais sobre "O papel da insulina4 no corpo", "Neoplasias13 endócrinas múltiplas", "Hipoglicemia12" e "Comportamento da glicemia14".
Quais são as principais características clínicas do insulinoma1?
Os insulinomas são caracterizados clinicamente pela tríade:
- Presença de sintomas9 de hipoglicemia12 (em cerca de 85% dos pacientes).
- Comprovada queda da glicose sanguínea15 durante os sintomas9.
- Reversibilidade dos sintomas9 pela administração de glicose16.
A hipoglicemia12 também pode resultar em diplopia17, visão18 embaçada, palpitações19, fraqueza, confusão mental, inconsciência20 e amnésia21. Os sintomas9 adrenérgicos22, devidos à liberação de adrenalina23 relacionada à hipoglicemia12 são fraqueza, sudorese24, taquicardia25, palpitações19, fome e convulsões.
Os insulinomas são a causa mais comum de hipoglicemia12 resultante do hiperinsulinismo26 endógeno. A hipoglicemia12 leve pode levar a sintomas9 como ansiedade e fome; a hipoglicemia12 grave leva a convulsões, coma27 e até à morte.
Como o médico diagnostica o insulinoma1?
O achado de níveis muito elevados de insulina4 sanguínea é o maior alerta para o diagnóstico28 do insulinoma1, mas também há elevados índices de pró-insulina4 e peptídeo C29. O diagnóstico28 bioquímico do insulinoma1 é estabelecido em 95% dos pacientes quando são encontrados os seguintes resultados, durante o jejum prolongado:
- Níveis séricos de insulina4 de 10 µU/mL ou mais (normal <6 µU/mL).
- Níveis de glicose16 inferiores a 40 m/dl.
- Níveis de peptídeo C29 superiores a 2,5 ng/mL (normal <2 ng/mL).
- Níveis de pró-insulina4 superiores a 25% (até 90%) dos níveis de insulina4 imunorreativa.
Os insulinomas podem ser localizados com uma ultrassonografia30 endoscópica ou transabdominal de alta resolução, em tempo real. Uma ultrassonografia30 intraoperatória detecta mais de 90% dos insulinomas. Além disso, a tomografia computadorizada31, a ressonância magnética32 e a arteriografia combinada com injeções de cálcio são outros meios de detectar os insulinomas.
Como o médico trata o insulinoma1?
A cirurgia é o tratamento radical e definitivo. A via laparoscópica mostrou-se segura e eficaz na ressecção dos tumores. Os tumores que se apresentam sem disseminação podem ser removidos por enucleação33. Se a enucleação33 não for possível, uma ressecção pancreática maior, incluindo pancreaticoduodenectomia (retirada de partes do pâncreas3 e do duodeno34), pode ser necessária. Ressecções maiores podem se tornar necessárias quando o tumor2 é encontrado na cabeça35 do pâncreas3 e a excisão local não é possível.
Se o insulinoma1 está associado à neoplasia7 endócrina múltipla tipo 1 (NEM1), a pancreatectomia subtotal com enucleação33 de tumores da cabeça35 do pâncreas3 e processo uncinado36 é frequentemente recomendada em vez da enucleação33 simples. Mesmo quando há metástases37, a excisão cirúrgica é frequentemente viável antes que qualquer terapia médica seja considerada.
Como evolui em geral o insulinoma1?
A cura a longo prazo, com resolução total dos sintomas9 pré-operatórios, é esperada após a ressecção tumoral completa.
Veja também sobre "Glicemia de jejum38", "Diabetes mellitus39", "Curva glicêmica40" e "Câncer41 de pâncreas3".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.