Bulectomia - cirurgia para bolhas de ar nos pulmões
O que é bulectomia?
Chama-se bulectomia à cirurgia realizada para remover grandes áreas de bolsas (bolhas) de ar do pulmão1, sem retirar o tecido2 pulmonar propriamente dito.
Quais são as causas das bolhas pulmonares?
Essas bolhas geralmente resultam de uma doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), como a causada comumente por enfisema3, fumo ou exposição prolongada à fumaça de gases.
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Qual é o substrato fisiológico4 das bolhas pulmonares?
Normalmente, os pulmões5 são constituídos por muitos pequenos sacos aéreos chamados alvéolos6, os quais ajudam a transferir oxigênio do ar aspirado pelos pulmões5 para a corrente sanguínea. Quando os alvéolos6 são danificados, eles formam espaços maiores chamados bolhas. Essas bolhas, por não terem a estrutura citológica dos alvéolos6, não conseguem transferir oxigênio para o sangue7.
Com o tempo essas bolhas vão crescendo, se aglutinando e tomando cada vez mais espaço nos pulmões5. Elas, que geralmente têm o tamanho de um centímetro, podem em casos extremos atingir até 20 centímetros (bolha8 gigante). As bolhas aumentam o espaço fisiologicamente morto do tecido2 pulmonar normal e comprimem o tecido2 circundante, ocasionando maiores dificuldades respiratórias ou outros problemas de saúde9 para os pacientes.
Para quem deve ser recomendada a bulectomia?
A bulectomia deve ser recomendada para pacientes10 com bolhas gigantes, tomando grandes espaços do volume torácico e comprimindo o parênquima11 adjacente relativamente normal. Também está indicada em casos de dispneia12 grave, infecções13 respiratórias repetidas e pneumotórax14 espontâneo. O tamanho e o volume de bolhas é o fator mais importante em relação à capacidade de ventilação15 após a bulectomia.
Em que consiste a bulectomia?
Com as bolhas, os pulmões5 se dilatam, aumentam de tamanho e forçam o tórax16. A pessoa pode ficar com o peito17 estufado e com falta de ar. O objetivo da cirurgia é reduzir o tamanho dos pulmões5 para permitir que eles se encaixem melhor na cavidade torácica, melhorando a sensação de falta de ar. A bulectomia é um procedimento no qual são removidos 20 a 30% das partes mais alteradas dos pulmões5.
A cirurgia remove as bolhas, permitindo que o tecido2 pulmonar saudável ao redor se expanda e exerça suas funções com mais eficiência. A retirada da bolha8 permite a re-expansão pulmonar, melhorando assim a respiração do paciente.
Numa técnica mais tradicional, o cirurgião de tórax16 praticará uma incisão18 (corte) no esterno19 (esternotomia), as áreas mais danificadas dos pulmões5 são removidas e o tórax16 é novamente fechado. Ou, então, a bulectomia, mesmo de bolhas gigantes, pode ser feita por uma bulectomia torácica videoassistida (VATS). Nela o cirurgião faz um pequeno corte próximo à axila ou vários pequenos cortes no peito17, nos quais ele irá inserir instrumentos cirúrgicos para ver o interior do pulmão1 em uma tela de vídeo. Assim, ele removerá as bolhas e outras partes afetadas do pulmão1 do paciente e, por fim, fechará os cortes com suturas20. O tempo de duração de uma bulectomia é de cerca de 3 horas e o tempo de permanência no hospital varia de 3 a 5 dias.
Após a cirurgia haverá dor, de moderada a severa, mas uma variedade de métodos é usada para controlar a dor. A própria anestesia21 epidural22 que o paciente receberá pode administrar analgésicos23 diretamente na medula espinhal24, mas o paciente receberá outros analgésicos23 ainda na sala de operações para ajudar a reduzir a dor quando acordar.
Como em todas as grandes cirurgias torácicas, existem riscos de sangramento, infecção25, vazamentos de ar, insuficiência respiratória26, ataque cardíaco, batimentos cardíacos irregulares, derrame27, coágulos sanguíneos no pulmão1 e, às vezes, morte.
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Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites do LHSC - London Health Sciences Center e do Michigan Medicine – University of Michigan.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.