Gêmeos siameses ou xifópagos
O que são gêmeos siameses ou xifópagos?
Os gêmeos siameses, também chamados de xifópagos, são irmãos gêmeos que compartilham uma parte do corpo e que, por isso, nascem anatomicamente ligados um ao outro. O nascimento de gêmeos siameses é uma ocorrência extremamente rara, um pouco mais comum no sudoeste da Ásia e na África.
Os bebês1 costumam ser ligados pelo tórax2, pela pelve3, pela cabeça4 ou pelas nádegas5. Os gêmeos podem compartilhar órgãos de importância vital, como fígado6 e coração7, por exemplo.
O termo siamês teve sua origem devido à região de Sião, hoje Tailândia, onde nasceram os gêmeos Chang e Eng Bunker em 1811. Esses siameses vieram ao mundo unidos pelo esterno8, um osso plano, alongado, situado na parte anterior e média do tórax2, e viveram assim até 1874.
Quais são as causas da ocorrência de gêmeos siameses ou xifópagos?
Existem duas teorias para explicar as origens dos gêmeos siameses. A teoria mais aceita é a da fissão, que postula que os gêmeos siameses se desenvolvem quando um embrião que deveria se separar precoce e completamente para dar origem a dois gêmeos idênticos só se separa parcialmente, formando dois indivíduos ligados entre si.
A outra teoria, menos acreditada, é a da fusão, segundo a qual um óvulo fertilizado9 se separa completamente, mas as células-tronco10 (que procuram por células11 semelhantes) encontram células-tronco10 semelhantes no outro gêmeo e fundem os gêmeos entre si.
Saiba mais sobre "Gravidez12 gemelar", "Irmãos gêmeos" e "Prematuridade".
Quais são as características clínicas dos gêmeos siameses ou xifópagos?
Os gêmeos siameses compartilham um único córion13, placenta e saco amniótico. Essas características, contudo, não são uma exclusividade dos gêmeos siameses, pois existem alguns gêmeos monozigóticos não siameses que também compartilham essas estruturas no útero14.
Aproximadamente metade dos gêmeos siameses nascem mortos e um terço adicional morre em 24 horas. A maioria dos nascidos vivos é do sexo feminino, com uma proporção de 3:1. Os gêmeos siameses podem ter cada um os seus próprios órgãos, mas também podem compartilhar órgãos e terem, por exemplo, um só coração7 ou um só fígado6.
Como o médico diagnostica em exames pré-natais a ocorrência de gêmeos siameses ou xifópagos?
Não há sinais15 ou sintomas16 clínicos específicos que indiquem a ocorrência de uma gravidez12 de gêmeos siameses. Tal como acontece com outras gestações de gêmeos, o útero14 pode crescer mais rápido do que com um único feto17, e pode haver mais fadiga18, náuseas19 e vômitos20 no início da gravidez12.
Gêmeos siameses podem ser diagnosticados já no final do primeiro trimestre da gravidez12 usando ultrassonografia21 padrão. Exames mais detalhados, ultrassonografias e ecocardiogramas podem ser feitos na metade da gravidez12 para determinar melhor a extensão da conexão dos gêmeos e o funcionamento de seus órgãos. Uma ressonância magnética22 poderá fornecer mais detalhes sobre os gêmeos siameses. Esses exames auxiliam no planejamento dos cuidados durante e após a gravidez12.
Como gerenciar a questão da ocorrência de gêmeos siameses ou xifópagos?
Pode ser feita uma tentativa de separação por cirurgia dos gêmeos que sobrevivem, mas a cirurgia para separar gêmeos siameses pode variar de muito fácil a muito difícil ou impossível, dependendo do local e dos órgãos pelos quais eles estão unidos. Em um bom número de casos, a separação implica em altos ricos de vida e em muitos a cirurgia resulta na morte de um ou ambos os gêmeos, principalmente se eles estiverem unidos por um órgão vital.
Isso torna muito controversa a ética da separação cirúrgica, já que os gêmeos unidos podem sobreviver se não forem separados. Afinal, em alguns casos, a qualidade de vida de gêmeos que permanecem unidos é maior do que se supõe.
O primeiro registro de separação de gêmeos siameses ocorreu no Império Bizantino, nos anos 900. Um dos gêmeos siameses já havia morrido, então os médicos tentaram separar o gêmeo morto do gêmeo sobrevivente, mas o gêmeo restante só viveu por três dias após a separação. O próximo caso de separação de gêmeos siameses só foi registrado em 1689, na Alemanha, vários séculos depois do primeiro relato. A primeira separação bem-sucedida registrada de gêmeos siameses foi realizada em 1689 por Johannes Fatio. Daí para cá, tem-se registrado casos de sucesso ou insucesso da cirurgia, mas quase sempre com prejuízos significativos para um ou para ambos os gêmeos.
Como se passa a evolução dos gêmeos siameses ou xifópagos?
Os cuidados com gêmeos siameses dependem de suas circunstâncias únicas, a começar pela gestação. A gestante de gêmeos siameses deve ser monitorada ainda mais de perto durante toda a gravidez12, preferentemente por um médico especializado em gravidez12 de alto risco. Outros profissionais também podem ser chamados a atuar, como cirurgião pediátrico, cirurgião plástico, neonatologista e outros.
Os membros da equipe de saúde23 buscam estar cientes o máximo possível sobre a anatomia, capacidades funcionais e prognóstico24 dos gêmeos para elaborar um plano de tratamento para eles. Para que nasçam, uma cesariana é planejada, geralmente duas a quatro semanas antes da data prevista. Depois que nascem, os gêmeos siameses são avaliados mais totalmente.
A cirurgia de separação, quando possível, deve ser feita um ano ou mais após o nascimento para permitir tempo para planejamento e preparação para a cirurgia. Às vezes, uma separação de emergência25 pode ser necessária se um dos gêmeos morrer, desenvolver uma condição com risco de vida ou ameaçar a sobrevivência26 do outro gêmeo.
Leia também sobre "Teste de gravidez12", "Diagnóstico27 precoce de gravidez12" e "Sintomas16 precoces de gravidez12".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic, da Encyclopedia Britannica e do Stanford Children's Health.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.