Poliomielite: causas, sintomas, diagnóstico, prevenção e tratamento
O que é poliomielite1?
A poliomielite1 (polio = cinzenta; mielos = medula2, ite = sufixo que indica inflamação3), também conhecida como paralisia4 infantil, é resultante de uma infecção5 viral que afeta principalmente crianças pequenas, mas que pode também acometer adultos. Em geral transmite-se de pessoa a pessoa, por via fecal-oral, mas pode transmitir-se também por secreções bucais da pessoa contaminada. Quando ataca o sistema nervoso6 pode causar paralisias musculares e deformidades no corpo. A maioria das pessoas infectadas não apresenta sintomas7, mas continua contaminando outras pessoas.
Graças à simplicidade das vacinas atualmente existentes (Salk – 1955; Sabin - 1962) e às eficientes campanhas de vacinação, a poliomielite1 quase foi erradicada em todo o mundo, embora ainda seja comum em certos países da África e da Ásia. Há tempos atrás, anteriormente às vacinas, os hospitais pediátricos viviam repletos de casos graves, muitas vezes dependendo de recursos mecânicos para sobreviver, sobretudo os chamados “pulmões de aço”, recurso a que muitas crianças lúcidas se viam presas para poderem respirar.
Quais são as causas da poliomielite1?
A poliomielite1 é causada pelo enterovírus8 poliovírus. Esse vírus9 é transmitido principalmente por alimentos e pela água contaminados ou pelas fezes e se multiplica na garganta10 e no intestino. Daí passa à corrente sanguínea e chega ao sistema nervoso6, onde destroi as células11 motoras e causa paralisia4 flácida dos músculos12 por elas inervados. Os músculos12 mais afetados são os dos membros inferiores, mas também podem ser outros, inclusive músculos da respiração13 e deglutição14, gerando quadros graves e até mortais. Essa forma de transmissão faz com que os maus hábitos de higiene facilitem a sua propagação. O ser humano é o único hospedeiro da doença.
Quais são os sinais15 e sintomas7 da poliomielite1?
O período de incubação16 do vírus9 (que vai desde a contaminação pelo vírus9 até a eclosão dos primeiros sintomas7) varia de uns poucos dias (dois ou três) até pouco mais de um mês (35 dias). Existem diferentes quadros clínicos de poliomielite1, desde formas assintomáticas (cerca de 90% dos casos) até formas paralíticas graves, (cerca de 0,1-0,2% dos casos).
Nas formas não paralíticas da doença, os sintomas7 mais comuns são febre17, mal-estar, dor de cabeça18, dor de garganta10, dores generalizadas no corpo, vômitos19, diarreia20, constipação21, espasmos22, rigidez da nuca e meningite23. Na forma paralítica, além desses sintomas7, há a flacidez muscular, mais comum em músculos dos membros inferiores24.
A poliomielite1 causa paralisias musculares flácidas, ao contrário de outras paralisias, que são rígidas. A paralisia4 pode afetar um ou vários músculos12 e, em consequência, causar deformações corporais várias. Em geral, a sensibilidade é conservada.
Como o médico diagnostica a poliomielite1?
O diagnóstico25 deve ser suspeitado sempre que houver paralisia4 flácida de surgimento agudo26, com diminuição ou abolição dos reflexos tendinosos. O exame do líquor27 (cultura) e a eletromiografia28 são recursos diagnósticos importantes. O diagnóstico25 de certeza será dado pela detecção do DNA viral ou do próprio vírus9, ao microscópio eletrônico, a partir de fluidos corporais.
Como o médico trata a poliomielite1?
A poliomielite1 não tem tratamento específico. Nos primeiros dias da doença recomenda-se repouso absoluto e tratamento sintomático29 para a febre17, dores, náuseas30, etc. Os pacientes devem ser submetidos a programas fisioterápicos de reforço dos músculos12 atingidos e de outros compensatórios. Pacientes atingidos nos músculos respiratórios31 podem depender de pulmões32 mecânicos para respirar.
Como prevenir a poliomielite1?
A melhor maneira de prevenir a poliomilite é a vacinação. A vacina33 Sabin (“gotinha”) é de fácil aplicação e bastante eficaz. Ela deve ser aplicada aos 2, 4, 6 e 15 meses e a criança deve receber doses de reforço anuais, até os cinco anos. No Brasil, há campanhas anuais de vacinação, atingindo crianças dessa idade, as quais praticamente erradicaram a doença entre nós. No entanto, o fato de não haver novos casos não é motivo para descuidar-se da vacinação, uma vez que no mundo globalizado de hoje em dia o vírus9 continua circulante, muitas vezes de forma assintomática, e só não causa a doença por causa da vacinação.
Como evolui a poliomielite1?
Uma pessoa que contraia o vírus9 pode não desenvolver a doença. A doença estabelecida pode causar paralisia4 flácida (transitória ou mais frequentemente permanente) em um ou em vários músculos12 e mesmo evoluir para a morte. O indivíduo infectado, sintomático29 ou não, elimina o vírus9 pelas fezes e pode contaminar outras pessoas.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.