Sobre a segurança da vacina contra a febre amarela
Como é a vacina1 contra a febre amarela2?
A vacina1 contra a febre amarela2 é feita com o vírus3 vivo atenuado e aplicada por injeção subcutânea4 ou intramuscular na região deltoidea (braço). Em 95% dos casos, uma única dose confere imunidade5 por toda a vida, a partir de 7 a 10 dias após a aplicação (99% após um mês).
Até há algum tempo, a dose considerada ideal consistia em tomar 0,5 ml da vacina1. Atualmente, descobriu-se que uma dose de apenas 0,1 ml (que passou a ser chamada “dose fracionada”, em comparação com a outra, dita “dose integral”) imuniza igualmente à dose integral por, pelo menos, 8 anos.
Algumas considerações a respeito da segurança da vacina1 contra a febre amarela2
A vacina1 que vem sendo usada atualmente existe desde a década de 1930 e tem se mostrado bastante segura, mas há raros casos em que pessoas chegam a morrer após a aplicação dela. No entanto, isso sempre aconteceu a pessoas que tomaram a vacina1 fora das recomendações médicas: pessoas idosas ou sofrendo de outras doenças.
Os casos de adoecer de febre amarela2 após ter sido vacinado são excepcionalmente raros: apenas 12 casos conhecidos em mais de 600 milhões de pessoas em que a vacina1 foi aplicada desde 1930. Todos esses casos foram registrados dentro dos primeiros cinco anos após terem tomado a vacina1, o que demonstra que isso não se deveu ao “vencimento” da vacina1. De qualquer forma, é de toda conveniência desenvolver-se uma nova vacina1 contra a doença, com menos risco de efeitos adversos.
Saiba mais sobre "Febre amarela2" e "Vacina1 contra febre amarela2".
Quem deve tomar a vacina1 contra a febre amarela2?
A vacina1 da febre amarela2 é recomendada de rotina para pessoas entre 9 e 12 meses de idade que vivem em áreas com risco de transmissão do vírus3 ou que viajem para elas.
Pode ser utilizada em massa para imunizar toda a população, quando há um surto da doença, como o que ocorre nesse momento no Brasil. Para poder vacinar a maior percentagem possível de pessoas, alguns estados estão aplicando a dose fracionada, advertindo às pessoas que só estão protegidas por oito anos. No entanto, as pessoas que precisem do Certificado Internacional de Vacinação para viajar a países que exigem esse documento têm de tomar a dose integral com 10 dias de antecedência com relação à viagem.
A vacina1 parece segura também durante a gravidez6, mas deve-se seguir a regra geral de não usar nesse período nenhuma medicação estranha à gravidez6. No entanto, ela é recomendada para aquelas grávidas expostas a um alto risco de contrair a doença.
Quem não deve tomar a vacina1 contra a febre amarela2?
Para decidir entre tomar ou não a vacina1, deve-se considerar os riscos da imunização7 e da aquisição da doença. Como regra geral, salvo orientações médicas em contrário, a vacina1 não deve ser aplicada a crianças abaixo de 9 meses de idade e a mulheres que estejam amamentando, porque o vírus3 pode ser eliminado pelo leite.
A vacina1 também não deve ser aplicada a pessoas com baixa imunidade5 ou que estejam tomando remédios imunossupressores. Deve-se adiar a vacinação de pessoas com febre8, até que esta desapareça, e nos casos de doenças agudas ainda sem diagnóstico9. Pessoas com doenças crônicas descompensadas devem consultar um médico sobre a conveniência ou não de vacinar-se.
Deve-se postergar a aplicação dessa vacina1 em pessoas que fizeram uso recente de qualquer outra vacina1 com vírus3 atenuado (sarampo10, rubéola11, varicela12, cólera13, etc). O intervalo a ser respeitado deve ser de 4 semanas, no mínimo. Recomenda-se também que as mulheres que tenham sido vacinadas evitem a gravidez6 por no mínimo 30 dias.
Quais são os efeitos colaterais14 da vacina1 contra a febre amarela2?
A vacina1 contra a febre amarela2 produz poucos efeitos colaterais14. Efeitos colaterais14 graves (incluindo óbitos) são raríssimos. Cerca de 5% das pessoas podem desenvolver sintomas15 leves como febre8, dor de cabeça16 e dor muscular. A ocorrência de reações no local de aplicação é muito infrequente. Reações de hipersensibilidade são muito raras (cerca de 8 por milhão) e geralmente atribuídas às proteínas17 do ovo18 contidas na vacina1. A ocorrência de encefalite19 também é raríssima (cerca de 8 por milhão) e a maioria dos casos registrados ocorreu em crianças que foram vacinadas com menos de seis meses de idade.
Leia sobre "Febre8", "Encefalite19" e "Icterícia20 em adultos".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.