Como medir os níveis de glicose no sangue
Por que medir os níveis de glicose1 no sangue2?
O principal objetivo de dosar as taxas de glicose1 no sangue2 (glicemia3) é diagnosticar o diabetes4, mas além disso a glicose1 permite acompanhar a evolução do tratamento da doença. Ademais, essa medida pode ser usada como recurso de prevenção da doença em casos de pré-diabetes5. Os atuais métodos de medida contínua em tempo real permitem também traçar mais exatamente o comportamento individual da glicemia3, o que ajuda a tornar os tratamentos mais personalizados.
Os níveis sanguíneos de glicose1 são muito variáveis em função de vários fatores: alimentação, exercícios físicos, obesidade6, etc. Por isso, a medição deve ser feita em horário e condições padronizadas, para serem comparadas com os valores de referência. Assim, a glicemia3 deve ser tomada após um jejum de pelo menos 8 horas e em repouso. Geralmente, a amostra de sangue2 usada para essa medida é feita por uma punção venosa realizada pela manhã, horário em que é mais fácil cumprir esses requisitos. Com a evolução dos métodos de apuração é possível realizar com muito maior facilidade e frequência a medida da glicose1, permitindo avaliações igualmente acuradas.
Leia sobre "Diabetes mellitus7", "Hipoglicemia8", "Comportamento da glicose1" e "Prevenção do Diabetes4".
Como medir os níveis de glicose1 no sangue2?
A maneira mais tradicional e ainda mais usada de apurar a glicemia3 consiste em colher uma amostra de sangue2 venoso com o paciente em jejum de pelo menos 8 horas e encaminhá-lo ao laboratório para realizar a medida da glicose1. Nessas condições, considera-se como normais os valores entre 70 e 100 mg/dl9. Valores entre 101 e 125 mg/dl9 são considerados como pré-diabetes5 e acima de 126 mg/dl9 são considerados diabetes4.
Tão importante quanto conhecer o valor da glicemia de jejum10 é conhecer também como ela se comporta ao longo do tempo. Isso pode ser feito por meio da chamada curva glicêmica11 ou teste oral de tolerância à glicose1 e da glicemia pós-prandial12.
Para obter-se uma curva adequada do comportamento da glicose1 com o tempo, o paciente deve ser mantido em jejum pelo tempo recomendado, sem atividade física e abstendo-se de fumar. Algumas medicações, a critério médico, devem ser suspensas no dia ou dias anteriores ao exame. Uma primeira amostra de sangue2 deve ser tomada com o paciente em jejum. Em seguida, ele deve beber um xarope com cerca de 75 gramas de glicose1 e serem tomadas novas amostras de sangue2 em número e intervalos de tempo determinados pelo médico, num mínimo de 3, durante as primeiras 2 horas. O exame pode durar cerca de 4 horas e as amostras de sangue2 serem tomadas a cada 30 ou 60 minutos. Assim, são obtidos vários valores com os quais é possível traçar um gráfico, conhecido como “curva glicêmica”. Ela ajuda no reconhecimento do diabetes4 e é especialmente útil durante a gravidez13, para prever e prevenir o diabetes gestacional14. Num paciente normal, a glicemia de jejum10 deve estar abaixo de 100 mg/dl9 e, duas horas depois de tomar o xarope açucarado, a glicemia3 deve estar abaixo de 140 mg/dl9. De 141 a 199 mg/dl9 o paciente mostra uma tolerância aumentada à glicose1 e acima de 200 mg/dl9 estará diagnosticado como diabético.
A glicemia pós-prandial12 é aquela medida após uma refeição comum (após o almoço, preferencialmente) e deve ser comparada com a glicemia3 apurada antes da refeição. Ela é usada sobretudo para aviar como anda o controle do açúcar15 sanguíneo na pessoa diabética. A glicose1 começa a ser absorvida em 10 minutos após a ingestão do alimento e a glicemia3 continua subindo até chegar a um máximo de 140 mg/dl9. Depois, segue diminuindo e ao fim de 2 a 3h deve voltar aos valores prévios. Nas pessoas com diabetes4 esses valores ficam muito mais elevados. Naquelas com diabetes tipo 216, ocorre um atraso da secreção de insulina17 e, dessa forma, a glicose1 pós-prandial se apresenta elevada, mas é recomendado que nelas a glicemia pós-prandial12 fique abaixo de 180 mg/dl9.
A hemoglobina glicada18 ou glicosilada (HbA1C19) é um exame de sangue2 muito utilizado para o acompanhamento de pacientes diabéticos, por ser ele uma forma eficaz de avaliar os níveis médios da glicose sanguínea20 nos últimos 2 ou 3 meses. A glicação21 da hemoglobina22 nada mais é do que a ligação das moléculas de glicose1 à hemoglobina22 circulante de algumas hemácias23, formando um complexo que é chamado de hemoglobina glicada18 ou glicosilada. A hemoglobina22 tem uma vida média de 3 meses e após esse tempo ela é destruída junto com as hemácias23, no baço24. O processo de glicação21 da hemoglobina22 é irreversível, uma vez glicada, a hemoglobina22 assim permanecerá até ser destruída. Quanto mais elevada a glicemia3, maior será a formação de hemoglobina glicada18. Sendo assim, os níveis de hemoglobina glicada18 ajudam, de forma indireta, a identificar o comportamento da glicemia3 nos últimos 2 ou 3 meses. O teste de hemoglobina glicada18 conta o número de células25 vermelhas do sangue2 que estão glicadas. Se um paciente tem uma hemoglobina glicada18 de 7%, por exemplo, isso significa que 7 de cada 100 células25 vermelhas do seu sangue2 estão glicadas. Nas pessoas normais, o valor da hemoglobina glicada18 costuma ser menor que 5,6%.
Hoje em dia existem modos mais práticos, ágeis e rápidos de tomar a glicemia3 que permitem ao próprio paciente medi-la, dispensando o laboratório.
Os aparelhos que servem para medir a glicose1 no sangue2 são chamados glicosímetros. Trata-se de pequenos aparelhos facilmente portáteis que podem indicar a taxa de açúcar15 no sangue2 do indivíduo, no exato momento em que são usados. O glicosímetro26 mais comum usa uma gota27 de sangue2 que deve ser retirada da polpa de um dedo perfurada por uma pequena agulha que acompanha o aparelho e que é mecanicamente disparada por um dispositivo semelhante a uma caneta. Uma das extremidades de uma “fita” que acompanha o aparelho deve ser inserida no medidor, do modo indicado na instrução que o acompanha, e a outra deve receber o sangue2 obtido com esse procedimento. Logo em seguida, o aparelho começará a medir o valor da glicemia3 e o expressará digitalmente na tela do aparelho.
Um sistema ainda mais prático é o representado por aparelhos que conseguem fazer a leitura da glicemia3 por meio de “bluetooth” de celulares ou de leitores específicos que conseguem ler a glicemia3 a partir de sensores fixados na pele28. Esses aparelhos permitem, além de ler a glicemia3 em tempo real, registrar memória da glicemia3 dos últimos oito dias, estabelecer um gráfico da evolução da doença e fazer uma estimativa da evolução dela nos próximos oito dias.
Veja também sobre "Glicemia de jejum10", "Hemoglobina glicada18" e "Prevenindo o diabetes4 e suas complicações" e "Glicemia3 média estimada".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic, da Cleveland Clinic e da Harvard Health Publishing.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.