Fitoterápicos - o que são? Quando são usados? Quais os cuidados necessários?
O que são fitoterápicos?
Fitoterápicos, ou produtos botânicos, são produtos feitos a partir de plantas e usados para manter a saúde1 ou tratar doenças. Muitos dos medicamentos usualmente prescritos pelos médicos também são feitos a partir de vegetais, mas estes produtos contêm apenas ingredientes purificados das plantas. Os fitoterápicos podem conter, e geralmente contêm, plantas inteiras ou partes significativas delas. Se o produto feito de plantas for usado apenas para uso interno, é chamado de suplemento à base de plantas.
A prática de usar suplementos de ervas remonta há milhares de anos. Hoje, o uso continua comum, muitas vezes como remédios caseiros. Os suplementos de ervas existem em forma de plantas secas, picadas, em pó, cápsula ou líquido e podem ser engolidos como comprimidos, pós ou tinturas, fabricados como chá, aplicados à pele2 como géis, loções ou cremes, ou adicionados à água do banho. No entanto, como eles não são considerados drogas, não são submetidos às mesmas exigências que a ANVISA faz sobre os medicamentos oficiais e, assim, a validade científica deles é questionável e seu uso permanece controverso.
Leia sobre "Suplementos que previnem doenças neurológicas" e "Suplementos que previnem doenças do trato gastrointestinal".
Para que são usados os fitoterápicos?
Em geral, são os rótulos dos produtos que indicam como as ervas podem influenciar diferentes ações no corpo. No entanto, eles só podem se referir a indicações gerais e não ao tratamento de condições médicas específicas, porque não foram sujeitos a testes clínicos e aos mesmos padrões de fabricação dos medicamentos tradicionais. Além disso, os suplementos de ervas, ao contrário dos medicamentos, não são padronizados de lote para lote e nada garante que sejam sempre exatamente iguais.
A seguir, listamos alguns dos fitoterápicos mais comuns e suas supostas ações e efeitos sobre o organismo. Antes de usar qualquer um deles, a pessoa deve conversar com seu médico para discutir suas condições médicas ou sintomas3 específicos e se deve ou não tomá-los.
- Equinácea: visa fortalecer o sistema imunológico4 do corpo. Geralmente aconselhada como prevenção contra gripes e resfriados.
- Prímula: diz-se que o óleo desta planta pode ser útil na redução dos sintomas3 da artrite5 e da síndrome6 pré-menstrual (TPM).
- Matricária: as propriedades de alívio da dor dessa planta levaram ao uso para enxaquecas7 e cólicas8 menstruais.
- Alho: o alho é usado para condições cardiovasculares, incluindo níveis elevados de colesterol9 e triglicérides10 associados ao risco de aterosclerose11.
- Gingko biloba: esta erva é usada para muitas condições associadas ao envelhecimento, incluindo má circulação12 e perda de memória.
- Ginseng: usado como um tônico para aumentar o bem-estar geral do corpo; o ginseng é considerado útil para elevar os níveis de energia e melhorar a resistência ao estresse.
- Chá verde: erva usada para combater a fadiga13, prevenir arteriosclerose14 e certos tipos de câncer15, diminuir o colesterol9 e ajudar na perda de peso.
- Espinheiro: popularmente usado para várias doenças relacionadas ao coração16, é favorável no tratamento da angina17, aterosclerose11, insuficiência cardíaca18 e pressão alta.
- Palmeto: usado em casos de aumento da próstata19, uma condição comum em homens com mais de 50 anos.
- Erva de São João: usada durante séculos no tratamento de transtornos mentais. Hoje, é uma recomendação popular para depressão leve a moderada.
É importante lembrar que estes usos não foram oficialmente testados em um estudo clínico e que as ações e efeitos anunciados devem-se, principalmente, à cultura popular. Contudo, isso não quer dizer que estejam necessariamente errados.
Leia sobre "Perda de memória" e "Alimentos e medidas que aliviam a TPM".
Cuidados ao usar fitoterápicos
- Os suplementos de ervas podem interagir com medicamentos convencionais ou ter fortes efeitos colaterais20.
- Procure estudar sobre as ervas que você deseja tomar.
- Se você resolver usar suplementos de ervas, siga cuidadosamente as instruções do rótulo e não ultrapasse as doses recomentadas.
- Procure sempre a orientação de um fitoterapeuta que tenha treinamento extensivo nessa área.
- Procure observar os efeitos das ervas no seu organismo, principalmente os efeitos colaterais20. Se eles forem intensos, reduza a dose ou pare de tomar o suplemento.
- Esteja alerta também para possíveis reações alérgicas.
- Só use produtos de empresas confiáveis.
Veja também sobre "Estresse e como aliviá-lo", "Suplementos que previnem doenças psiquiátricas" e "Envelhecimento saudável".
Referências:
As informações veiculadas neste texto reproduzem muitas das que foram expendidas nos sites do Johns Hopkins Medicine, MedlinePlus e Ministério da Saúde.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.