Rafinose - em quais alimentos ela pode ser encontrada? Quais seus efeitos no organismo?
O que é rafinose?
A rafinose é um açucar trissacarídeo (C18H32O16), branco e cristalino1, composto de galactose2, frutose3 e glicose4, que pode ser encontrado no feijão, repolho, couve, couve de Bruxelas, brócolis, aspargos, uvas, soja e outras plantas. A rafinose é ligeiramente doce, possuindo apenas 20% da intensidade adoçante da sacarose.
Saiba mais sobre "Frutose3" e "Glicose4".
Qual é o mecanismo de atuação da rafinose no corpo humano5?
A rafinose pode ser hidrolisada em sacarose e galactose2 pela enzima6 α-galactosidase. Como os humanos não possuem essa enzima6 no intestino delgado7 para quebrar o trissacarídeo, ele passa sem ser digerido e no intestino grosso8 alimenta bactérias da flora intestinal que realizam sua decomposição. Esse metabolismo9 produz gás carbônico e metano (O2 e CH4) e causa flatulência, estufamento do abdome10, plenitude, dor abdominal e arrotos. Devido à sua decomposição mais difícil, a rafinose é por vezes utilizada em alimentos para reduzir calorias11 em dietas de emagrecimento.
A família rafinose de oligossacarídeos (um grupo de açúcares trissacarídicos não redutores e solúveis como, por exemplo, rafinose, stachilose, verbascose e ajugose) está quase que onipresente no reino vegetal, sendo encontrada em uma grande variedade de sementes diferentes, ficando em segundo lugar em abundância de carboidratos solúveis apenas em relação à sacarose.
Em algumas famílias de plantas, o amido armazenado também é substituído por oligossacarídeos como a rafinose. Tecnicamente, a sacarina12 da beterraba produz uma rafinose anticongelante, que se adiciona aos líquidos para reduzir o ponto de solidificação deles, conseguindo desta forma que a mistura resultante se congele a uma temperatura mais baixa. Isto é usado para evitar o congelamento e para a criopreservação de preparações médicas. As sementes de leguminosas (ervilhas, feijões, lentilhas, etc.), depois de secas, contêm de 5 a 15% de rafinose. Durante a produção de açúcar13 de beterraba, grandes quantidades de rafinose se acumulam no melaço, que pode ser usado para produzir alguns tipos de açúcares.
Quais são os efeitos da rafinose no organismo humano?
A estimulação adequada da pele14 produzida pela rafinose é considerada essencial para melhorar a função da barreira epidérmica e, assim, manter uma homeostase saudável da pele14. A epiderme15 é uma barreira mecânica e de permeabilidade16 essencial entre o meio externo e o meio interno da pele14. Além dessas, os oligossacarídeos bioativos exibem várias outras atividades biológicas: influenciar as propriedades de retenção de água do estrato córneo, efeito anti-inflamatório, funções reguladoras do sebo e ação antibacteriana. Atuam ainda como cosméticos, com função hidratante da pele14 seca.
O feijão, um dos alimentos mais populares entre os brasileiros, é uma leguminosa rica em rafinose e estaquiose, um trissacarídeo e um tetrassacarídeo, respectivamente; além de ser também fonte de aminoácidos essenciais. O motivo do feijão causar flatulência é exatamente que esses dois oligossacarídeos, ao chegarem ao intestino grosso8, são utilizados como alimento por bactérias intestinais que realizam fermentação e produzem gases. Esta fermentação pode ser amenizada pelo consumo de feijão azuki, que possui menor quantidade de rafinose, ou deixando o feijão de molho na geladeira por uma noite.
Algumas especiarias como sálvia, alecrim, tomilho e funcho podem ajudar a digerir a rafinose e devem ser consumidos em conjunto para amenizar os sintomas17 gastrointestinais da substância.
Leia também sobre "Carboidratos", "Frutas mais consumidas", "Dicas para melhorar a alimentação" e "Intolerância à lactose18".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte do site da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e, em parte, do site da Mayo Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.