Jovens, magros e diabéticos: o novo tipo de diabetes reconhecido em 2025
O que é diabetes1 tipo 5?
Muito recentemente (8 de abril de 2025, durante o Congresso Mundial de Diabetes1 em Bangkok, na Tailândia), a Federação Internacional de Diabetes1 (IDF) reconheceu uma nova modalidade de diabetes1, chamada diabetes1 tipo 5. O histórico dessa forma de diabetes1, também conhecida como “diabetes relacionado à desnutrição”, remonta a quase 70 anos, quando foi descrita pela primeira vez em 1955.
A Organização Mundial da Saúde2 (OMS) chegou a reconhecê-la como uma categoria distinta de diabetes1 em 1985, mas essa designação foi retirada em 1999, devido à falta de evidências científicas robustas que a sustentassem. Recentemente, a condição tem sido melhor caracterizada, com aumento das publicações científicas e estudos clínicos, o que culminou no reconhecimento oficial como diabetes1 tipo 5 em 2025.
Essa forma de diabetes1 é fundamentalmente diferente dos tipos 1 e 2. O termo “diabetes tipo 3” refere-se a uma condição ainda hipotética, que associa a doença de Alzheimer3 à resistência à insulina4 e disfunção do fator de crescimento semelhante à insulina5 (IGF). Já o conceito de “diabetes tipo 4” também não é formalmente reconhecido, sendo ocasionalmente usado de forma informal para se referir ao diabetes1 em indivíduos de peso normal, sem os fatores clássicos de risco para diabetes tipo 26.
Existem, ainda, outras formas de diabetes1 bem estabelecidas, como o diabetes gestacional7, o diabetes1 neonatal, o LADA (Latent Autoimmune Diabetes1 in Adults) e o MODY8 (Maturity-Onset Diabetes1 of the Young), além do diabetes1 induzido por medicamentos.
Na prática, o diabetes1 tipo 5 é uma reclassificação do antigo “diabetes relacionado à desnutrição”, também conhecido como “diabetes tropical” ou “diabetes tipo J” (em referência ao primeiro caso descrito na Jamaica, em 1955). Trata-se de uma condição historicamente negligenciada, mal compreendida e frequentemente confundida com outras formas de diabetes1.
Estima-se que essa forma de diabetes1 afete cerca de 25 milhões de pessoas em todo o mundo, sobretudo em regiões tropicais e países em desenvolvimento. A IDF anunciou a criação de um grupo de trabalho internacional para desenvolver critérios diagnósticos e diretrizes terapêuticas formais nos próximos dois anos.
Qual é a causa do diabetes1 tipo 5?
No diabetes tipo 19, há destruição autoimune10 das células beta pancreáticas11, levando à ausência de produção de insulina5. No tipo 2, há resistência periférica12 à insulina5 com secreção variável do hormônio13.
Já no diabetes1 tipo 5, o fator causal primário é a desnutrição14 proteico-calórica grave e precoce, que danifica as células beta pancreáticas11, prejudicando sua formação, diferenciação ou funcionalidade. Esses insultos podem ocorrer ainda na vida intrauterina ou nos primeiros anos de vida.
Relatórios indicam que a principal causa é a produção reduzida de insulina5 induzida pela desnutrição14 severa. Acomete sobretudo adolescentes e jovens adultos magros, desnutridos, em situação de pobreza, sendo mais comum em países como Índia, Tailândia, Uganda, Etiópia e Nigéria.
Leia sobre "Diabetes mellitus15", "Hipoglicemia16", "Comportamento da glicose17" e "Prevenção do Diabetes1".
Qual é o substrato fisiopatológico do diabetes1 tipo 5?
O substrato fisiopatológico central é a diminuição funcional e quantitativa das células beta pancreáticas11, secundária à desnutrição14 precoce. A capacidade secretora de insulina5 é reduzida, embora não totalmente ausente, o que evita a cetoacidose (ao contrário do DM1), mas não é suficiente para manter a normoglicemia.
Ocorre, portanto, uma produção insuficiente de insulina5 em um organismo geralmente sem resistência insulínica significativa.
Quais são as características clínicas do diabetes1 tipo 5?
Clinicamente, manifesta-se em jovens adultos ou adolescentes desnutridos, com IMC18 geralmente abaixo de 18,5, predominantemente em países de baixa renda. Os sintomas19 clássicos de hiperglicemia20 – poliúria21, polidipsia22 e polifagia23 – estão presentes.
Não há cetose significativa, pois a produção residual de insulina5 é preservada. Isso diferencia o tipo 5 do tipo 1. Em relação ao tipo 2, a principal diferença é o perfil clínico e epidemiológico, já que o DM2 está associado à obesidade24 e ao início mais tardio (após os 35-40 anos).
Essa forma de diabetes1 foi historicamente subdiagnosticada ou mal classificada, o que reforça a importância de sua reconhecimento formal pela IDF como novo subtipo.
Como o médico diagnostica o diabetes1 tipo 5?
O diagnóstico25 é fundamentalmente clínico e epidemiológico, baseado na presença de hiperglicemia20 persistente em indivíduos magros, jovens e desnutridos, sem cetoacidose e com baixa resposta à insulinoterapia convencional.
Os exames laboratoriais básicos para diagnóstico25 de diabetes1 (glicemia de jejum26, HbA1c27, TOTG28) permanecem válidos, mas a ausência de autoanticorpos pancreáticos e o perfil clínico específico orientam o diagnóstico25 diferencial.
Ainda não há critérios formais validados, mas a IDF anunciou que estes estão em desenvolvimento.
Como o médico trata o diabetes1 tipo 5?
O tratamento requer abordagem multiprofissional, com foco em:
- Reabilitação nutricional agressiva, com reposição de proteínas29, carboidratos, micronutrientes30 e eletrólitos31.
- Terapia hipoglicemiante32 individualizada – a insulina5 pode ser usada com cautela, considerando a maior sensibilidade desses pacientes e o risco de hipoglicemias graves.
- Acompanhamento contínuo, com educação em saúde2 e apoio social.
Como a resistência insulínica não está presente, antidiabéticos orais33 não são, em geral, eficazes.
Como evolui o diabetes1 tipo 5?
Historicamente, a mortalidade34 tem sido elevada, com relatos de sobrevida35 inferior a um ano após o diagnóstico25, especialmente na ausência de suporte nutricional adequado.
Com abordagem precoce e individualizada, há potencial para reversão parcial da disfunção pancreática e melhora clínica significativa, especialmente nos casos diagnosticados antes de complicações crônicas.
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As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.