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Graus de consciência: quais são e como são classificados

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O que são os graus de consciência?

Os graus de consciência indicam diferentes níveis de alerta e percepção de uma pessoa em relação ao ambiente. Eles variam desde o estado máximo de alerta e responsividade até a completa inconsciência1, como no coma2. Quando alguém está completamente alerta, dizemos que está em plena consciência ou consciência vígil. Por outro lado, o grau mais profundo de inconsciência1 é chamado de coma2 profundo.

Como os graus de consciência são classificados?

Os graus de consciência descrevem diferentes níveis de redução da consciência, que podem ser classificados da seguinte forma:

  1. Consciência plena: a pessoa está completamente alerta, acordada e capaz de perceber e responder a estímulos ao seu redor. Ela tem plena consciência de si mesma e do ambiente.
  2. Sonolência: a pessoa ainda está consciente, mas tende a adormecer se não for estimulada. É facilmente despertada por estímulos leves, como um toque ou um som baixo.
  3. Letargia3: a pessoa está menos alerta, pode estar confusa ou desorientada. Pode ser acordada, mas geralmente necessita de estímulos mais fortes ou repetidos.
  4. Obnubilação: A consciência está significativamente comprometida. A pessoa responde lentamente a estímulos e pode ter dificuldade em manter a atenção, parecendo sonolenta e desorientada.
  5. Estupor: a pessoa só responde a estímulos vigorosos e repetidos. Está em um estado de quase inconsciência1 e não reage a estímulos leves. As respostas são limitadas a movimentos básicos ou murmúrios.
  6. Coma2: a pessoa está completamente inconsciente e não responde a nenhum estímulo, nem mesmo à dor. Não há respostas verbais, movimentos ou abertura dos olhos4. O coma2 pode ser dividido em vários graus, dependendo da gravidade.

Em alguns casos, os graus mais leves de alteração da consciência podem ocorrer em indivíduos saudáveis, enquanto os mais graves geralmente resultam de condições neurológicas.

Veja também sobre "Alterações da consciência", "Estado crepuscular", "Mindfulness".

Quais são as causas das alterações nos graus de consciência?

As alterações nos graus de consciência podem ser provocadas por diversos fatores, incluindo:

Além desses fatores, a desidratação18 severa e o choque19 também podem afetar os graus de consciência.

Como as alterações nos graus de consciência ocorrem?

As diferentes causas de alterações na consciência podem estar relacionadas a várias mudanças no cérebro8, como:

  • Hipóxia20: falta de oxigênio no cérebro8.
  • Hematomas21 e edema11 cerebral: acúmulo de sangue22 ou inchaço23 no cérebro8.
  • Disfunção metabólica: problemas no metabolismo24 das células25 cerebrais.
  • Desequilíbrios eletrolíticos: níveis anormais de sódio, potássio, cálcio, entre outros.
  • Substâncias depressoras do sistema nervoso central26: como álcool, drogas e certos medicamentos.
  • Envenenamento por substâncias químicas tóxicas.
  • Aumento da pressão intracraniana: como em casos de meningite12 ou encefalite13.

Essas alterações podem causar danos e até a morte de células25 cerebrais, resultando em diferentes níveis de rebaixamento da consciência.

Como o médico diagnostica as alterações nos graus de consciência?

O diagnóstico27 é feito por meio de:

  • Histórico clínico: incluindo o início e a progressão dos sintomas28.
  • Exame neurológico: avaliação das respostas a estímulos, reflexos e outros indicadores neurológicos.
  • Exames de imagem cerebral: como tomografia computadorizada29 ou ressonância magnética30.
  • Exames laboratoriais: para avaliar níveis de glicose5, eletrólitos31 e outras substâncias no sangue22.

Existem várias escalas para medir o grau de alteração da consciência e guiar o tratamento. As principais são:

  1. Escala de Coma2 de Glasgow: a mais utilizada.
  2. Escala de Ramsay: usada para avaliar o nível de sedação32.
  3. Escala de Coma2 de Jouvet: usada principalmente em crianças.
  4. Escala de FOUR (Full Outline of UnResponsiveness): uma alternativa à Escala de Glasgow, com uma avaliação mais detalhada de aspectos neurológicos específicos.

Como o médico trata as alterações nos graus de consciência?

O tratamento das alterações nos graus de consciência depende da causa subjacente. Por exemplo:

  • Traumas cranianos: podem necessitar de cirurgia ou outras intervenções para aliviar a pressão dentro do crânio33.
  • Alterações metabólicas: como desequilíbrios de eletrólitos31 ou níveis de glicose5, devem ser corrigidos com tratamentos específicos.
  • Intoxicações: podem exigir a administração de antídotos ou outras medidas de suporte para neutralizar as substâncias tóxicas.
  • Infecções34: devem ser tratadas com antibióticos ou antivirais, conforme a natureza da infecção35.

Como evoluem as alterações nos graus de consciência?

O prognóstico36 das alterações nos graus de consciência varia muito, dependendo da causa e da gravidade da condição. Intervenções rápidas e adequadas podem melhorar significativamente as perspectivas de recuperação.

Leia sobre "Alucinose orgânica", "Anestesia37, analgesia e sedação32" e "Amnésia38 global transitória".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente do site da U.S. National Library of Medicine.

ABCMED, 2024. Graus de consciência: quais são e como são classificados. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1476555/graus-de-consciencia-quais-sao-e-como-sao-classificados.htm>. Acesso em: 15 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Inconsciência: Distúrbio no estado de alerta, no qual existe uma incapacidade de reconhecer e reagir perante estímulos externos. Pode apresentar-se em tumores, infecções e infartos do sistema nervoso central, assim como também em intoxicações por substâncias endógenas ou exógenas.
2 Coma: 1. Alteração do estado normal de consciência caracterizado pela falta de abertura ocular e diminuição ou ausência de resposta a estímulos externos. Pode ser reversível ou evoluir para a morte. 2. Presente do subjuntivo ou imperativo do verbo “comer.“
3 Letargia: Em psicopatologia, é o estado de profunda e prolongada inconsciência, semelhante ao sono profundo, do qual a pessoa pode ser despertada, mas ao qual retorna logo a seguir. Por extensão de sentido, é a incapacidade de reagir e de expressar emoções; apatia, inércia e/ou desinteresse.
4 Olhos:
5 Glicose: Uma das formas mais simples de açúcar.
6 Hiperglicemia: Excesso de glicose no sangue. Hiperglicemia de jejum é o nível de glicose acima dos níveis considerados normais após jejum de 8 horas. Hiperglicemia pós-prandial acima de níveis considerados normais após 1 ou 2 horas após alimentação.
7 Hipernatremia: Excesso de sódio no sangue, indicativo de desidratação.
8 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
9 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
10 Hemorragias: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
11 Edema: 1. Inchaço causado pelo excesso de fluidos no organismo. 2. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo, especialmente no tecido conjuntivo.
12 Meningite: Inflamação das meninges, aguda ou crônica, quase sempre de origem infecciosa, com ou sem reação purulenta do líquido cefalorraquidiano. As meninges são três membranas superpostas (dura-máter, aracnoide e pia-máter) que envolvem o encéfalo e a medula espinhal.
13 Encefalite: Inflamação do tecido encefálico produzida por uma infecção viral, bacteriana ou micótica (fungos).
14 Sepse: Infecção produzida por um germe capaz de provocar uma resposta inflamatória em todo o organismo. Os sintomas associados a sepse são febre, hipotermia, taquicardia, taquipnéia e elevação na contagem de glóbulos brancos. Pode levar à morte, se não tratada a tempo e corretamente.
15 Acidente vascular cerebral: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
16 Infarto do miocárdio: Interrupção do suprimento sangüíneo para o coração por estreitamento dos vasos ou bloqueio do fluxo. Também conhecido por ataque cardíaco.
17 Hipotensão: Pressão sanguínea baixa ou queda repentina na pressão sanguínea. A hipotensão pode ocorrer quando uma pessoa muda rapidamente de uma posição sentada ou deitada para a posição de pé, causando vertigem ou desmaio.
18 Desidratação: Perda de líquidos do organismo pelo aumento importante da freqüência urinária, sudorese excessiva, diarréia ou vômito.
19 Choque: 1. Estado de insuficiência circulatória a nível celular, produzido por hemorragias graves, sepse, reações alérgicas graves, etc. Pode ocasionar lesão celular irreversível se a hipóxia persistir por tempo suficiente. 2. Encontro violento, com impacto ou abalo brusco, entre dois corpos. Colisão ou concussão. 3. Perturbação brusca no equilíbrio mental ou emocional. Abalo psíquico devido a uma causa externa.
20 Hipóxia: Estado de baixo teor de oxigênio nos tecidos orgânicos que pode ocorrer por diversos fatores, tais como mudança repentina para um ambiente com ar rarefeito (locais de grande altitude) ou por uma alteração em qualquer mecanismo de transporte de oxigênio, desde as vias respiratórias superiores até os tecidos orgânicos.
21 Hematomas: Acúmulo de sangue em um órgão ou tecido após uma hemorragia.
22 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
23 Inchaço: Inchação, edema.
24 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
25 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
26 Sistema Nervoso Central: Principais órgãos processadores de informação do sistema nervoso, compreendendo cérebro, medula espinhal e meninges.
27 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
28 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
29 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
30 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
31 Eletrólitos: Em eletricidade, é um condutor elétrico de natureza líquida ou sólida, no qual cargas são transportadas por meio de íons. Em química, é uma substância que dissolvida em água se torna condutora de corrente elétrica.
32 Sedação: 1. Ato ou efeito de sedar. 2. Aplicação de sedativo visando aliviar sensação física, por exemplo, de dor. 3. Diminuição de irritabilidade, de nervosismo, como efeito de sedativo. 4. Moderação de hiperatividade orgânica.
33 Crânio: O ESQUELETO da CABEÇA; compreende também os OSSOS FACIAIS e os que recobrem o CÉREBRO. Sinônimos: Calvaria; Calota Craniana
34 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
35 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
36 Prognóstico: 1. Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, em relação à duração, à evolução e ao termo de uma doença. Em medicina, predição do curso ou do resultado provável de uma doença; prognose. 2. Predição, presságio, profecia relativos a qualquer assunto. 3. Relativo a prognose. 4. Que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo. 5. Que pode indicar acontecimentos futuros (diz-se de sinal, sintoma, indício, etc.). 6. No uso pejorativo, pernóstico, doutoral, professoral; prognóstico.
37 Anestesia: Diminuição parcial ou total da sensibilidade dolorosa. Pode ser induzida por diferentes medicamentos ou ser parte de uma doença neurológica.
38 Amnésia: Perda parcial ou total da memória.
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