Meningites: causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção
O que são meningites1?
Meningites1 são inflamações2 das membranas (chamadas meninges3) que envolvem o encéfalo4 e a medula espinhal5. Essas inflamações2 podem ser causadas por infecções6 de vírus7, bactérias e outros micro-organismos. Ou podem ser não infecciosas, motivadas pela irritação causada por certos agentes, inclusive por certas drogas. Devido à proximidade dessas membranas com o sistema nervoso8 e com centros vitais, a meningite9 pode deixar sequelas10 nervosas graves ou mesmo levar à morte. Os casos mais benignos, contudo, podem curar-se completamente.
Como se adquire a meningite9?
A forma mais comum de contágio11 é através de contato prolongado ou intenso com secreções respiratórias de pessoas infectadas. A meningite9 também pode ser contraída pela saliva, porém compartilhar pratos, copos e talheres não representa um grande risco. No entanto, beijos prolongados podem ser uma via de transmissão. As bactérias causadoras de meningite9 não sobrevivem no ambiente e por isso não é necessário o isolamento do lugar onde o doente tenha estado.
Algumas pessoas, mesmo não tendo uma meningite9, podem ser portadoras do meningococo (geralmente na orofaringe12) e transmiti-lo a outras pessoas que, então, adoecem. A meningite9 pode também estar associada a uma infecção13 respiratória, a otites14, a amigdalites, a tumores ou traumas cranioencefálicos, etc.
Os estados de imunossupressão15 e, portanto, de maior vulnerabilidade às infecções6, tornam o indivíduo mais propenso a apresentar este tipo de doença.
As pessoas em contato com o doente também estão mais sujeitas à infecção13 e por isso devem usar máscaras e fazer profilaxia com antibióticos - quando necessário e orientado por um médico.
Quais os sintomas16 da meningite9?
Os sintomas16 mais comuns e mais chamativos da meningite9 são dor de cabeça17, rigidez da nuca e febre18. A dor de cabeça17 é intensa e está praticamente presente em todos os casos; a rigidez da nuca se expressa pela impossibilidade de flexionar o pescoço19; a febre18 geralmente é alta e persistente.
Vômitos20 intensos são de ocorrência frequente. Em crianças abaixo de seis meses pode haver abaulamento21 das fontanelas22, alterações do estado mental com confusão mental, alteração do nível de consciência, intolerância à luz e aos sons altos. Em crianças pequenas podem estar presentes apenas sintomas16 inespecíficos, como irritabilidade e sonolência.
Na meningite9 por meningococo comumente há a presença de erupções cutâneas23.
É possível e frequente que ocorram problemas adicionais que passem a exigir tratamentos específicos e que indiquem um prognóstico24 pior, tais como septicemia25, queda da pressão arterial26, ritmo cardíaco acelerado, temperatura corporal baixa, respiração rápida, coagulação27 intravascular28 e aumento paradoxal29 de risco de sangramento. Pode ocorrer também inchaço30 do tecido31 cerebral, ocasionando aumento de pressão dentro do crânio32, o que pode ter graves consequências, às vezes letais. As convulsões focais, que envolvem partes do corpo, podem ser de difícil controle.
Sintomas16 visuais ou perda da audição podem persistir após o episódio de meningite9. A inflamação33 do cérebro34 ou de seus vasos sanguíneos35, bem como a formação de coágulos sanguíneos, pode levar a fraqueza muscular, perda de sensibilidade ou movimentos anormais em partes do corpo.
Como se diagnostica a meningite9?
Três sinais36 clínicos são classicamente relevantes: rigidez de nuca, febre18 alta e alteração do estado mental. No entanto, as três características só estão conjuntamente presentes em menos da metade dos casos, mas se nenhum desses sinais36 estiver presente é muito improvável que se trate de meningite9. Em crianças muito pequenas, o diagnóstico37 pode ser mais difícil, porque não há queixas de dor de cabeça17 e a rigidez da nuca nem sempre ocorre.
Em primeiro lugar, portanto, os dados do exame clínico ajudam a levantar a suspeita diagnóstica. A cultura ou os exames de sangue38, como o hemograma completo e a dosagem da proteína C-reativa, também pode indicar uma suspeição. Em seguida, uma punção lombar pode ser usada para excluir ou confirmar o diagnóstico37, através do exame e cultura do líquor39. Nos casos em que ela seja inexequível ou não recomendada pode-se recorrer a uma tomografia computadorizada40 ou a uma ressonância magnética41, mas esses exames quase nunca são de primeira escolha.
Como se trata a meningite9?
O tratamento depende do agente que está causando a doença.
Algumas formas de meningite9 podem ser prevenidas por meio de vacinas. Uma vez instalada a doença ela constitui-se numa emergência42 médica. Quanto mais cedo o tratamento for instituído, melhor o prognóstico24, tanto em relação a possíveis sequelas10 como em relação à mortalidade43.
O tratamento das meningites1 infecciosas é feito pela administração de antibióticos ou de antivirais, conforme o caso. Em algumas situações podem ser usados corticoides para prevenir complicações da inflamação33.
Devem ser adotados também os cuidados gerais requeridos por cada caso clínico, considerando as características individualmente.
A meningite9 pode ter complicações de longo prazo, como epilepsia44, hidrocefalia45 e déficit cognitivo46, as quais demandam providências terapêuticas específicas posteriores.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.