Litíase das glândulas salivares
O que é litíase1 das glândulas salivares2?
A litíase1 das glândulas salivares2, também chamada cálculo3 salivar ou sialolitíase, ocorre devido ao entupimento dos ductos das glândulas salivares2, que é provocado por pedras (sialólitos) que podem se formar devido à cristalização de substâncias da saliva, como o fosfato ou carbonato de cálcio, fazendo com que a saliva fique represada nas glândulas4 e provoque dor e inchaço5.
Os cálculos salivares se formam geralmente dentro do ducto da glândula submandibular6 (ducto de Wharton), menos comumente na glândula parótida7, e raramente na glândula sublingual8 ou numa glândula9 salivar menor.
Quais são as causas da litíase1 das glândulas salivares2?
Não se sabe ao certo o que provoca a formação destas pedras, mas pensa-se que é devido a anormalidades no metabolismo10 do fosfato ou carbonato de cálcio, desidratação11, taxa de fluxo salivar reduzida, acidez alterada da saliva causada por infecções12 orofaríngeas e solubilidade alterada de cristaloides, ou mesmo por se ter uma alimentação insuficiente, o que leva a uma redução da produção de saliva. Além disso, pessoas com gota13 têm mais probabilidade de sofrer de sialolitíase, devido à formação de pedras pela cristalização do ácido úrico.
Outras fontes sugerem uma teoria retrógrada para explicar a formação dos cálculos, em que restos de comida, bactérias ou corpos estranhos da boca14 entram nos dutos de uma glândula9 salivar e são presos por anormalidades no mecanismo do esfíncter15 da abertura do ducto. Os cálculos salivares podem ainda estar associados a outras doenças salivares como, por exemplo, sialadenite (inflamação16 das glândulas salivares2), embora, ao inverso, a sialadenite obstrutiva seja frequentemente uma consequência da sialolitíase (cálculo3 das glândulas salivares2). Alguns cálculos podem ser devidos a traumatismos das glândulas4 ou dos canais de excreção delas.
Leia mais sobre "As funções da saliva", "O que é Papeira", "Síndrome17 de Sjogren" e "Caxumba18".
Qual é o substrato fisiológico19 da litíase1 das glândulas salivares2?
Por vários motivos, a formação de cálculos ocorre mais comumente na glândula submandibular6:
- a concentração de cálcio na saliva produzida pela glândula submandibular6 é o dobro daquela da saliva produzida pela glândula parótida7;
- a saliva da glândula submandibular6 também é relativamente mais alcalina e mucosa20;
- o ducto submandibular é longo, o que significa que as secreções de saliva devem viajar mais antes de serem vertidas na boca14;
- o ducto possui duas curvas, a primeira na borda posterior do músculo milo-hioideo e a segunda próxima ao orifício do ducto;
- o fluxo de saliva da glândula submandibular6 costuma ser contra a gravidade devido a variações na localização do orifício do ducto;
- o orifício de descarga da saliva é menor que o da parótida21.
Todos esses fatores promovem lentidão e estase22 de saliva no ducto submandibular, tornando mais provável a formação de uma obstrução com subsequente calcificação23.
Quais são as características clínicas da litíase1 das glândulas salivares2?
A litíase1 das glândulas salivares2 é comum, sendo responsável por cerca de 50% de todas as doenças que ocorrem nas glândulas salivares2 principais. Cerca de 80% de todos os cálculos das glândulas salivares2 se formam nas glândulas4 submandibulares, mas podem se formar em qualquer uma das demais glândulas salivares2. Pessoas entre 30 e 60 anos têm maior probabilidade de desenvolver sialolitíase, que é mais comum em homens que em mulheres.
Os sintomas24 usuais são dor e inchaço5 da glândula9 salivar afetada, os quais pioram quando o fluxo salivar é estimulado com a visão25, pensamento, cheiro ou sabor da comida, fome ou mastigação e com o ato de engolir, o que é denominado "síndrome17 da hora das refeições". Os sintomas24 podem aparecer e desaparecer ou serem persistentes.
Como o médico diagnostica a litíase1 das glândulas salivares2?
A litíase1 das glândulas salivares2 pode ser diagnosticada através de avaliação clínica, de exame físico e de exames de imagens como tomografia computadorizada26, ultrassonografia27 e sialografia (estudo radiológico das glândulas salivares2 e seus dutos de excreção por meio de contraste iodado).
Como o médico trata a litíase1 das glândulas salivares2?
Se os cálculos forem pequenos, pode ser feito um tratamento conservador, não invasivo e constante de hidratação, compressas de calor úmido, anti-inflamatórios e ingestão de alimentos ou bebidas amargas e/ou azedas pelo paciente para que seja possível aumentar a salivação e promover a expulsão espontânea da pedra em alguns casos.
Se forem maiores, os cálculos têm de ser retirados por cirurgia, por meio de várias técnicas diferentes. Raramente, a remoção da glândula9 pode ser necessária. Isso só é feito em casos de formação recorrente de cálculos ou de suspeita de lesão28 maligna da glândula9. Para prevenir a infecção29 enquanto a pedra está alojada no duto, às vezes são usados antibióticos.
Quais são as complicações possíveis com a litíase1 das glândulas salivares2?
Se o cálculo3 se mover ou crescer de forma a bloquear o ducto da glândula9, os sintomas24 podem piorar, sendo um sinal30 de que a glândula9 está infectando, uma condição chamada sialadenite.
Veja também sobre "Halitose31 ou mau hálito", "Língua32 saburrosa" e "Amígdalas33 hipertrofiadas".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Johns Hopkins Medicine e da U.S. National Library of Medicine.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.