Livedo reticular
O que é livedo reticular1?
O livedo reticular1 é um achado dermatológico extremamente comum constituído por uma aparência malhada e rendilhada da pele2. É denominado livedo reticular1 quando a trama reticulada ocorre de forma completa, que se delimita internamente com áreas de aspecto normal. Quando a trama reticulada não é constituída por linhas que confluem e fecham é denominado de livedo racemoso, o qual, em geral, vem acompanhado de estados patológicos.
Quais são as causas do livedo reticular1?
O livedo reticular1 pode ser uma condição autônoma ou um sintoma3 de outro distúrbio. Às vezes, o livedo reticular1 é simplesmente o resultado de o clima estar muito frio, mas pode ser um sintoma3 de uma condição subjacente grave, como doença vascular4, por exemplo.
Também pode ser um efeito colateral5 de certos medicamentos. Estima-se que o livedo reticular1 seja devido a espasmos6 dos vasos sanguíneos7 ou a outras anormalidades da circulação8 superficial da pele2, incluindo lúpus9, circulação8 pobre, artrite reumatoide10, síndrome11 antifosfolípide, hipotireoidismo12, pancreatite13 e choque14.
Quando o livedo reticular1 ocorre como uma condição autônoma, não há causa conhecida.
Veja sobre "Hipotireoidismo12", "Hipotireoidismo12 subclínico" e "Doenças autoimunes15".
Qual é o substrato fisiológico16 do livedo reticular1?
Unna, em 1896, postulou que o suprimento sanguíneo da pele2 normal é arranjado em cones ou hexágonos onde o ápice (ponto inferior, mais interno) é constituído pela arteríola17 cutânea18, e a base (porção superior, mais externa) é o território da pele2 com área de 1 a 4 cm, dependente da sua irrigação sanguínea. Nas bordas do cone o plexo venoso é proeminente e o arterial é diminuído. O distúrbio primário circulatório localizar-se-ia nas arteríolas19 que nutrem as áreas da pele2 suprajacente, no entanto, qualquer processo que diminua tanto o fluxo arterial quanto a drenagem20 venosa pode levar à aparência clínica de livedo reticular1.
A descoloração cianótica21 do livedo reticular1 ocorre mais comumente nas pernas, mas os braços e o tronco podem ser afetados. Ulceração22 ocorre em alguns casos. Descoloração ou descamação23 sugerem alguma causa externa, como calor ou outra dermatose24 de base. O frio irá intensificar a cianose25, a qual é inicialmente reversível se o fator causal for removido, ou com o aquecimento do local, porém com o tempo os vasos se tornam permanentemente dilatados e telangiectásicos.
Quais são as principais características clínicas do livedo reticular1?
O livedo reticular1 como condição independente afeta mais frequentemente mulheres de meia idade, mas também pode afetar pessoas mais jovens e mesmo bebês26 recém-nascidos. A pele2 manchada é caracterizada por manchas roxas ou avermelhadas que cobrem as pernas, braços ou parte superior do corpo, riscadas por sinais27 vasculares28 que emprestam à pele2 um aspecto reticular1. A aparência do livedo pode ter um padrão de rede, de uma teia violeta sob a pele2 e de manchas avermelhadas, assumindo um aspecto rendilhado.
Como o médico diagnostica o livedo reticular1?
O diagnóstico29 pode ser feito por uma simples inspeção30 da pele2. Não há exames específicos que confirmem o diagnóstico29. Às vezes, o médico pode precisar de exames para diagnosticar outras possíveis condições que manifestem sinais27 parecidos.
Como o médico trata o livedo reticular1?
Não existe um tratamento específico para o livelo reticular1. O plano de tratamento para ele dependerá da causa subjacente.
Ele geralmente desaparece sem tratamento, mas o médico deve ser consultado se a pele2 malhada e manchada não desaparecer com o aquecimento, se for acompanhada por outros sinais27 e sintomas31, se desenvolverem-se nódulos dolorosos ou úlceras32 na pele2 afetada, se a pessoa tem doenças vasculares28 periféricas e se este é um desenvolvimento novo.
Como prevenir o livedo reticular1?
Temperaturas frias devem ser evitadas, porque podem piorar o quadro. Pessoas com tendência ao livedo reticular1 devem manter-se aquecidas. Comer bem e fazer exercícios regulares podem reduzir o risco de desenvolver problemas vasculares28. Evitar fumar também reduz o risco de má circulação8.
Leia também sobre "Cianose25", "Telangiectasias33", "Má circulação8 nos membros inferiores", "Úlceras32 de pernas", "Úlceras32 de decúbito34 ou escaras35".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites da Mayo Clinic e da Acta Reumatológica Portuguesa.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.