Cólicas menstruais em adolescentes
O que são cólicas1 menstruais em adolescentes?
Muitas adolescentes têm cólicas1 (fortes dores intermitentes2) durante os primeiros dias dos seus períodos menstruais. Essas dores são sentidas na parte baixa do abdome3, podendo se estender às costas4. Muitas vezes elas impedem a adolescente de frequentar a escola regularmente e a limitam no esporte e na vida social. Se isso acontece regularmente, acaba tendo uma grande repercussão na escola, na profissão, na família e na vida como um todo.
Quais são as causas das cólicas1 menstruais em adolescentes?
As cólicas1 menstruais acontecem em decorrência das contrações do útero5 na tentativa de expulsar o endométrio6 espessado para receber uma gravidez7 que não aconteceu. Isto é devido à alteração dos níveis hormonais durante o ciclo menstrual. Em adolescentes, soma-se o fato de que o colo do útero8 ainda está muito fechado, levando a um maior esforço das contrações para promover a saída da menstruação9.
Leia sobre “Ciclo menstrual”, “Dismenorreia10 membranosa”, “Sintomas11 Precoces de Gravidez7” e “Aborto”.
Qual é o substrato fisiológico12 das cólicas1 menstruais em adolescentes?
Pensa-se que as cólicas1 sejam causadas pela libertação de prostaglandinas13, um produto químico natural do corpo que também é responsável pelos demais sintomas11 da dismenorreia10 primária. As prostaglandinas13 são produzidas pelo revestimento do útero5. São elas que fazem a contração do músculo e dos vasos sanguíneos14 do útero5 e causam a dor.
Quando o músculo e os vasos sanguíneos14 se contraem, o fluxo sanguíneo para o útero5 diminui temporariamente, causando uma isquemia15 relativa. No útero5, essa isquemia15 é transitória e ocorre em ondas, à medida que o útero5 se contrai. A contração muscular e a diminuição do fluxo sanguíneo para o útero5 fazem parte do que causa a dor da dismenorreia10 primária.
A quantidade de prostaglandinas13 produzidas pelo revestimento do útero5 é maior um dia antes e um ou dois dias depois do início do ciclo, período em que o fluxo menstrual é mais intenso e, por isso, os sintomas11 são piores nesses dias.
Quais são as principais características clínicas das cólicas1 menstruais em adolescentes?
O termo médico usado para descrever as menstruações dolorosas é dismenorreia10. Existem dois tipos de dismenorreia10: (1) dismenorreia10 primária, que são cólicas1 que ocorrem sem que haja outra condição que possa causá-las. Normalmente, a dismenorreia10 primária começa nos dois primeiros anos após a adolescente começar a menstruar regularmente. E a (2) dismenorreia10 secundária, em que a dor é causada por alguma condição pélvica16 subjacente, como miomas ou adenomiose17, por exemplo. Esse tipo de menstruação9 dolorosa se desenvolve após anos de ciclos menstruais sem dor ou de dor relativamente leve e é próprio de mulheres mais velhas.
A dor da dismenorreia10 primária costuma ser bastante típica. Ela precede à menstruação9 ou ocorre imediatamente em seguida a ela e têm uma curta duração, mas em algumas mulheres jovens a dor pode durar até 3 dias. A dor dessa dismenorreia10 se manifesta como um desconforto constante ou latejante e se repete da mesma forma em cada ciclo menstrual. Quase sempre começa no meio da parte inferior do abdome3 e pode se espalhar para a região lombar18 e para a parte superior da coxa19. Pode vir acompanhada de diarreia20, náuseas21 e vômitos22, sensação de fadiga23, tonturas24 e/ou desmaios, dores de cabeça25 e febre26 baixa.
Como o médico diagnostica as cólicas1 menstruais em adolescentes?
Dependendo das informações que a paciente fornece ao médico, talvez ele nem precise fazer um exame pélvico27 para diagnosticar a dismenorreia10 primária, principalmente se a paciente for adolescente e os sintomas11 forem típicos. Se a paciente já iniciou sua atividade sexual, o médico provavelmente realizará um exame pélvico27 para certificar-se de não haver uma infecção28 pélvica16 que possa estar tornando as menstruações dolorosas.
Nenhum teste adicional e imagem pélvica16 são necessários para diagnosticar a dismenorreia10 primária. No entanto, se houver a suspeita de que as dores sejam causadas por alguma condição pélvica16 subjacente, o médico provavelmente sugerirá exames adicionais.
Como o médico trata as cólicas1 menstruais em adolescentes?
Essas cólicas1 podem melhorar com o tempo, independentemente de qualquer tratamento. O objetivo do tratamento médico é diminuir a produção de prostaglandinas13 no revestimento do útero5. Existem dois tipos de medicamentos que fazem isso: (1) os anti-inflamatórios não esteroides e (2) os anticoncepcionais hormonais. Mas deve-se ter muito cuidado ao usar os anti-inflamatórios não esteroides, pois eles podem causar danos ao revestimento do estômago29, o que pode levar a gastrite30 e úlceras31 gástricas. Os anticonceptivos hormonais afinam o revestimento do útero5 e, assim, reduzem a produção de prostaglandinas13. Eles têm sido a maneira mais eficaz de tratar as menstruações dolorosas.
Além dos medicamentos, existem algumas mudanças no estilo de vida que podem ajudar a reduzir a dor menstrual. O exercício aeróbico adequado e regular reduz as menstruações dolorosas. Alimentos como salmão, nozes e abacate (ricos em ômega-3), e alimentos ricos em vitamina32 B demonstraram ajudar a reduzir as cólicas1 menstruais.
Como evoluem em geral as cólicas1 menstruais em adolescentes?
Com o passar do tempo e com possíveis gravidezes, as cólicas1 menstruais tendem a ceder ou, pelo menos, diminuir muito.
Veja também sobre “Cuidados ao tomar anti-inflamatórios não esteroides”, “Pílulas anticoncepcionais” e “Vulvovaginite33”.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites do University of Rochester Medical Center e do Blog da Saúde – Ministério da Saúde – Brasil.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.