O que é parto prematuro?
O que é parto prematuro?
A gestação do bebê humano, da concepção1 ao parto, dura cerca de nove meses (entre 37 e 42 semanas). Esse é o tempo necessário para que todos os órgãos do feto2 estejam adequadamente formados e adquiram um amadurecimento funcional mínimo que os torne viáveis no mundo ambiente, mesmo que ainda dependam de auxílio externo. Ainda assim, ao fim desse tempo muitas estruturas orgânicas ainda não estão acabadas, nem em pleno funcionamento, como os órgãos dos sentidos, a fala, a coordenação neuromuscular e o sistema imunológico3, entre outras, e têm que terminar sua evolução no útero4 social, por assim dizer.
O parto realizado ao término da gestação normal é dito parto a termo. Fala-se em parto prematuro quando o nascimento do bebê se dá entre 22 e 37 semanas, já que um bebê nascido antes de 22 semanas não é viável. O bebê nascido de parto prematuro é também um bebê prematuro e tem suas estruturas e funcionamentos orgânicos ainda precários, necessitando de auxílios maiores para sobreviver. Em certas situações especiais, o apressamento do parto pode ser uma opção médica, no entanto, na maioria dos casos, o parto prematuro ocorre espontaneamente.
O bebê que nasce prematuro após 34 semanas de gestação costuma não ter muitos problemas, mas o que nasce num tempo menor que esse necessita atenções quanto à manutenção da temperatura, respiração, infecções5, alimentação, etc. Os que nascem num tempo de gestação menor de sete meses, em geral necessitam completar seu período de gestação numa UTI neonatal.
Quais são as causas ou os fatores de risco para o parto prematuro?
A maioria dos nascimentos prematuros ocorre espontaneamente, mas há causas que podem precipitar o parto.
As causas de parto prematuro incluem:
- Placenta prévia (placenta cobre parcial ou totalmente o colo do útero6).
- Descolamento prematuro da placenta (placenta se separa do útero4 antes do parto).
- Gravidez7 de gêmeos (dois ou mais).
- Polidrâmnio8 (quantidade excessiva de líquido amniótico9).
- Infecções5 uterinas.
- Estresse psicológico grave.
São fatores de risco para o parto prematuro:
- Parto prematuro anterior.
- Gestação de bi ou trigêmeos (ou mais).
- Cirurgia anterior do colo do útero6 (inclusive biópsia10).
- Anomalias anatômicas do útero4.
- Sangramentos uterinos, sobretudo nos dois últimos terços da gravidez7.
- Uso de drogas, álcool ou tabaco.
- Alguns tipos de infecções5.
- Baixo peso da mãe antes da gestação ou excessivo ganho de peso durante a gestação.
- Líquido amniótico9 em excesso.
- Anemia11 materna moderada ou grave durante a gravidez7.
- Pequeno intervalo entre as gestações (menos de 12 a 18 meses).
- Cirurgia abdominal durante a gravidez7.
A cor negra da mãe e a idade dela (menor de 17 anos ou maior de 35 anos) também parecem favorecer o parto prematuro. No entanto, as mulheres acima de 35 anos são mais propensas a apresentar condições de saúde12 que exigem que o trabalho de parto seja apressado.
Quais são os sinais13 que podem prenunciar uma tendência ao parto prematuro?
- Contrações uterinas a cada dez minutos ou menos.
- Esvaecimento14 e dilatação progressiva do colo15 útero4.
- Dor constante ou irregular na região lombar16.
- Cólicas17 abdominais.
- Pressão na região pélvica18 ou na vagina19.
- Cólicas17 semelhantes às da menstruação20.
- Aumento do corrimento vaginal.
- Perda de líquido pela vagina19.
- Sangramento vaginal.
- Náuseas21, vômitos22 ou diarreias.
- Diminuição dos movimentos fetais.
Na verdade, alguns desses sinais13 são também os sintomas23 que antecedem um parto normal a termo, mas você deve estar atenta a eles se ocorrerem antes da hora prevista. Em um falso trabalho de parto ocorrem apenas contrações irregulares e não há modificações significativas no colo do útero6. Em caso de dúvidas, consulte sempre o seu obstetra para esclarecimentos.
Quais são as medidas que ajudam a evitar o parto prematuro?
- Evite o consumo de álcool. O álcool chega ao feto2 na mesma concentração presente no sangue24 da mãe, mas o organismo dele demora mais para eliminá-lo.
- Siga a dieta recomendada pelo médico que acompanha seu pré-natal. Lembre-se de que durante a gestação certos alimentos devem ser privilegiados e outros evitados.
- Faça exercícios para fortalecer a sua musculatura. Os exercícios bem orientados colaboram para a perda de peso após a gestação e fortalecem a musculatura do assoalho pélvico25, ajudando na hora do nascimento do bebê e evitando lesões26 após o parto.
- Ingira doses adequadas de vitamina27 B12. A vitamina27 B12 é responsável pelo desenvolvimento dos glóbulos vermelhos do feto2. Ela pode ser encontrada em laticínios, carnes magras, ovos e cereais.
- Mantenha sua vacinação em dia. Algumas doenças evitáveis pela vacinação podem fazer adiantar o parto.
- Tome ácido fólico. O ácido fólico atua contra o parto prematuro e dificilmente se consegue a dose ideal dele para o organismo por meio apenas da alimentação.
O que pode ser feito para evitar o parto prematuro?
Uma vez detectada a tendência à prematuridade do parto, podem ser adotadas algumas medidas para adiá-lo.
O tratamento para tentar evitar o parto prematuro inclui:
- Tranquilização da mãe.
- Repouso absoluto na cama (deitada de preferência do lado esquerdo).
- Administração venosa de líquidos e de medicações que relaxem o útero4.
Infelizmente, muitas vezes nem todas essas medidas são suficientes para evitar a prematuridade do parto.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.