Líquido amniótico: o que é normal? O que não é?
O que é o líquido amniótico1?
O líquido amniótico1 é o fluido que preenche a bolsa amniótica2 e no qual o embrião fica imerso durante a gestação. No início da gravidez3 ele tem aspecto transparente e à medida que ela evolui fica mais espesso e esbranquiçado (leitoso). Envolvendo o bebê, o líquido amniótico1 o protege de choques e movimentos bruscos, não deixa o cordão umbilical4 sofrer compressões e mantém a temperatura adequada dentro do útero5. Além disso, torna menor a energia gasta com os movimentos fetais, tem importantes propriedades bacteriostáticas e ajuda na alimentação do bebê.
O exame do líquido amniótico1 através da amniocentese6 (retirada por punção de certa porção do líquido amniótico1 para análise em laboratório) pode produzir informações sobre doenças e alterações genéticas e cromossômicas do feto7. Quando se fala que "a bolsa rompeu”, significa que o líquido amniótico1 está sendo expulso e isso marca o início do parto.
Como é produzido o líquido amniótico1?
A bolsa amniótica2 normalmente forma-se a partir da segunda semana de gestação e é ela que coleciona em seu interior o líquido amniótico1. Durante os primeiros quatro meses da gravidez3, o líquido amniótico1 é produzido pela placenta e pelas membranas que envolvem a bolsa. Depois disso, é formado também pelas excreções dos rins8 do bebê, que eliminam sódio e concentram a ureia9, modificando assim a sua composição química. O líquido amniótico1 deglutido pelo feto7 é reabsorvido no intestino dele e chega até os rins8, onde é filtrado e novamente excretado para a bolsa amniótica2. O aumento do líquido amniótico1 durante a gestação não é somente devido à excreção urinária, mas também depende da pele10, da placenta, do trato gastrointestinal, do sistema respiratório11 e do cordão umbilical4.
Qual a quantidade ideal do líquido amniótico1?
O líquido amniótico1 é continuamente produzido e reabsorvido pelo organismo durante a gestação. A quantidade total de líquido amniótico1 aumenta com o decorrer da gravidez3 e deve chegar a seu máximo de 800 a 1.000 ml nas 34ª a 36ª semanas de gestação. Depois desse tempo, o volume vai diminuindo aos poucos, até o final da gravidez3.
A avaliação da quantidade do líquido amniótico1 por meio da ultrassonografia12 tornou-se um importante método de acompanhar a vitalidade e o desenvolvimento anatômico fetal e é, hoje em dia, um exame de rotina no acompanhamento pré-natal. Quando esse líquido está em menor ou maior quantidade do que deveria (oligodrâmnio ou polihidrâmnio13, respectivamente) indica problemas para a mãe e para o bebê e requer correção.
Quais as causas conhecidas para o oligodrâmnio?
Nem sempre é possível reconhecer as causas da diminuição do volume do líquido amniótico1, mas alguns fatores intervenientes nesse processo são sabidos:
- Desidratação14 materna, com diminuição geral dos líquidos do corpo da grávida.
- Ruptura parcial da bolsa amniótica2, com perda de líquido amniótico1 pela vagina15.
- Problemas na placenta, que pode não estar produzindo sangue16 e nutrientes em quantidade adequada, fazendo com que bebês17 pequenos produzam uma menor quantidade de urina18.
- Malformações19 interferindo na produção de urina18 pelo bebê.
- Síndrome20 da transfusão21 feto7-fetal: no caso de gravidez3 de gêmeos pode acontecer que um bebê receba menos sangue16 e nutrientes que o outro, ficando com menos líquido amniótico1. Normalmente, cada um dos gêmeos tem a sua própria bolsa.
- Medicamentos: alguns remédios podem causar uma diminuição do líquido amniótico1.
Se a quantidade de líquido estiver muito baixa e a gravidez3 estiver no seu terceiro trimestre, o médico pode optar por antecipar o parto, mas geralmente ele apenas acompanhará mais de perto a gravidez3 para se certificar que não esteja havendo sofrimento fetal, até que o parto se dê espontaneamente.
Quais as causas conhecidas para o polihidrâmnio13?
Geralmente uma quantidade maior que 2.000 ml de líquido no último trimestre da gravidez3, comumente associado com:
- Diabetes mellitus22 da mãe.
- Gravidez3 múltipla (de gêmeos).
- Transtornos cromossômicos do feto7.
- Anormalidades congênitas23.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.