Enteroscopia por balão
O que é enteroscopia por balão?
A enteroscopia assistida por balão, ou enteroscopia "profunda” (deep enteroscopy), é uma técnica endoscópica que permite acesso ao intestino delgado1, porção do tubo digestivo inacessível à endoscopia2 digestiva alta e à colonoscopia3. Ela usa endoscópios equipados com balões em suas extremidades, os quais podem ser inflados ou esvaziados para melhor examinar as paredes dessa parte do trato gastrointestinal, possibilitar o diagnóstico4 de múltiplas patologias e a realização de várias intervenções terapêuticas. Ao comprimir as paredes intestinais, o gastroenterologista pode alcançar e tratar áreas menos acessíveis.
Há duas modalidades de enteroscopia por balão: o sistema que usa dois balões e o que emprega balão único. Um terceiro tipo de dispositivo que usa um overtube espiral, sem tecnologia de balão, também pode fornecer acesso profundo ao intestino delgado1.
O endoscópio de balão único é um tubo flexível de fibra óptica com 200 centímetros de comprimento envolto num tubo externo (overtube) igualmente longo que desliza por todo o comprimento do endoscópio. Na ponta desse overtube há um balão que é inflado para ancorá-lo dentro do intestino. Enquanto ele está ancorado, o endoscópio pode ser avançado para ou pelo intestino delgado1. O balão pode então ser desinflado para que o overtube possa ser inserido mais um pouco e o endoscópio avançado novamente. O endoscópio em si é o aparelho padrão, com canais que permitem que o intestino seja inflado com ar, enxaguado com água ou usado para guiar instrumentos de biópsia5 ou o eletrocautério6 até a sua ponta.
O enteroscópio com dois balões é um equipamento semelhante, mas um segundo balão está localizado na ponta do endoscópio. Ambos os balões podem ser alternativamente inflados para ancorar o overtube ou o endoscópio para auxiliar na passagem do endoscópio ou overtube, respectivamente.
Veja mais sobre "Endoscopia2 digestiva alta", "Colonoscopia3", "Pólipos7 intestinais e risco de câncer8" e "Sangue9 oculto nas fezes".
Como se realiza a enteroscopia por balão?
O enteroscópio pode atingir o intestino delgado1 quando inserido pela boca10 (via anterógrada) ou pelo ânus11 (via retrógrada). Se o procedimento for realizado pelo ânus11, a preparação deve ser a mesma de uma colonoscopia3: dieta líquida mais um laxante12 ou enema13 para limpar o intestino. Se o enteroscópio for introduzido pela boca10, o paciente não deve comer ou beber nada nas 12 horas anteriores ao exame, para limpar o trato gastrointestinal alto14 de quaisquer produtos alimentares. O paciente deve informar ao médico se ele tem ou não algum tipo de alergia15 e deve seguir as instruções do profissional de saúde16 sobre se deve ou não continuar os remédios que usa.
A enteroscopia pode ser realizada como procedimento hospitalar ou ambulatorial, na dependência das características do exame e do paciente a ser examinado. A enteroscopia é feita com um enteroscópio, que é um aparelho semelhante a um endoscópio, embora mais longo (cerca de 200 cm) e envolto num tubo (overtube). O enteroscópio é um longo tubo flexível, de pequeno calibre, que tem na sua extremidade uma luz iluminadora, uma pequena câmera filmadora e um balão inflável que adere à parede intestinal, permitindo ao enteroscópio ir mais longe e atingir regiões intestinais de mais difícil acesso.
Esse aparelho transmite imagens a um computador, as quais podem ser analisadas pelo médico. Ao mesmo tempo, permite certos procedimentos diagnósticos (biópsias17) e terapêuticos, como hemostasias18 e retirada de pólipos7, por exemplo. O procedimento requer sedação19 ou mesmo anestesia20 e pode levar várias horas. Em algumas raras ocasiões os raios-X podem ser usados para uma melhor localização do aparelho.
Os efeitos colaterais21 mais comuns são dor de garganta22, náuseas23 ou vômitos24, excesso de gases, inchaço25 ou cólicas26.
Quando fazer uma enteroscopia por balão?
A enteroscopia por balão é indicada para pacientes27 com problemas no intestino delgado1: sangramento, estenoses28, tecidos anormais, pólipos7, tumores, etc. As terapias usando o escopo de enteroscopia assistida por balão incluem o tratamento de lesões29 hemorrágicas30, dilatação de estenoses28, remoção de pólipos7 ou massas, biópsia5 de tecido31 anormal e remoção de objetos estranhos.
A enteroscopia por balão é um procedimento seguro com riscos semelhantes aos da colonoscopia3 ou endoscopia2 digestiva alta, ou seja, muito poucos.
Quais são as complicações possíveis com a enteroscopia por balão?
Os riscos do procedimento são semelhantes aos da colonoscopia3 e endoscopia2 alta: sangramento, perfuração e complicações da sedação19. Os riscos exclusivos da enteroscopia por balão são os riscos de íleo paralítico32 e pancreatite33, que ocorrem em menos de 1% dos procedimentos.
O exame de enteroscopia assistida por balão não deve ser indicado a pacientes que não estejam clinicamente estáveis. Aqueles que passaram por cirurgias abdominais extensas também não são bons candidatos para a enteroscopia assistida por balão, em virtude de terem uma anatomia alterada e aderências que podem impedir o avanço do endoscópio.
Veja também sobre "Flatulência ou excesso de gases", "Sangue9 nas fezes", "Íleo paralítico32" e "Obstrução intestinal".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da American Society for Gastrointestinal Endoscopy e da Mayo Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.