Síndrome pós-Covid
O que é a síndrome1 pós-Covid?
Síndrome1 pós-Covid, também conhecida como Covid longo, Covid tardio, Covid pós-agudo2 ou Covid crônico3, é o nome dado para um conjunto de problemas de saúde4, recorrentes ou contínuos, que têm sido apontados por grande número de pacientes que tiveram Covid-19. Agora que estamos saindo da fase maior da pandemia5 causada pelo coronavírus, as manifestações clínicas da síndrome1 pós-Covid passam a receber uma maior atenção.
Nem todas as pessoas que tiveram uma fase aguda da infecção6 têm sintomas7 pós-Covid. Muitas delas se curaram completamente após duas ou três semanas de doença. No entanto, cerca de até 80% dos recuperados sentem ao menos um sintoma8 até quatro meses depois do fim da infecção6. Casos graves da doença, que exigiram internação e terapia intensiva9, tendem a abalar ainda mais o organismo a longo prazo e deixar mais alterações pós doença.
Até o momento, tudo o que se afirma com relação à Covid-19 deve ser tomado como provisório. Em razão da pequena duração da enfermidade (cerca de dois anos), ainda não houve tempo para estudos aprofundados nem para se saber as consequências da doença no longuíssimo prazo de tempo. A profusão de denominações para as condições pós infecção6 demonstra ainda não se ter absoluta certeza sobre a natureza delas.
Leia sobre "Eventos trombóticos10 na Covid-19", "Covid-19, gravidez11 e parto" e "Covid-19, gravidez11 e amamentação12".
Quais são as causas da síndrome1 pós-Covid?
A síndrome1 pós-covid é devida às alterações definitivas ou transitórias causadas pelo coronavírus em vários tecidos e órgãos do corpo, cuja completa recuperação, quando possível, demanda algum tempo. Assim, por exemplo, a fibrose13 pulmonar corresponde a cicatrizes14 de uma área pulmonar que tenha previamente experimentado uma infecção6 pelo coronavírus e as alterações do cheiro e do paladar15 se devem às infecções16 das papilas olfativas do nariz17 que levam secundariamente a alterações do paladar15.
Um dano celular generalizado, uma forte resposta imune inata, com produção de citocinas18 inflamatórias, e um estado pró-coagulante induzido pela infecção6 pelo coronavírus podem contribuir para a formação de sequelas19.
Os quadros psicológicos talvez tanto se devam às afetações do sistema nervoso central20 quanto às reações emocionais às condições incomuns impostas pela doença e ao risco de vida que ela implicou.
Quais são as características clínicas da síndrome1 pós-Covid?
As sequelas19 da Covid-19 variam muito de um paciente para outro, porque o coronavírus atinge de forma diferenciada a muitos órgãos do corpo humano21, especialmente os pulmões22, o coração23 e os vasos sanguíneos24.
Entre as complicações crônicas mais graves ligadas ao pulmão25 está a fibrose13 pulmonar. Ela é mais facilmente observada em pacientes que apresentaram quadros graves da Covid-19, já que está ligada a infecções16 mais severas no pulmão25. A fibrose13 pulmonar é uma alteração crônica em qualquer área que tenha tido uma inflamação26 e que pode ser preenchida por cicatrizes14 que tornam o órgão mais rígido e dificultam a execução de suas funções normais, provocando hipoxemia27 (queda do nível de oxigênio no sangue28).
O coração23 também pode a longo prazo sofrer arritmias29, miocardite30 e fibrose13 miocárdica, que por vezes podem se manifestar por falta de ar e ser confundidas com problemas pulmonares.
Cerca de 40% dos pacientes recuperados da Covid-19 desenvolvem transtornos de ansiedade e/ou depressão, além de estresse pós-traumático. Se esses casos já eram pré-existentes, podem inclusive ser agravados.
Outros sintomas7, por vezes sutis, são dificuldade em se concentrar, insônia, perda de memória, dores de cabeça31, fadiga32, tontura33 e perda de olfato e de paladar15. Além desses, podem ocorrer também como efeitos residuais da Covid-19: dispneia34, dor torácica, distúrbios cognitivos35, artralgia36 e declínio na qualidade de vida.
De todas as sequelas19 da Covid-19, as mais conhecidas são a alteração ou perda do olfato e paladar15. As alterações do olfato e, consequentemente, do paladar15, são chamadas de hiposmia, quando se trata apenas de uma diminuição, ou anosmia quando a perda é total. Quando o paciente começa a sentir cheiros e sabores estranhos, fala-se em parosmia. A parosmia parece ser um sinal37 de recuperação desse sentido.
Outras questões, como fibrose13 nos rins38, dores de cabeça31 e até tosse persistente têm sido relatadas por um número considerável de pacientes.
Como o médico trata a síndrome1 pós-Covid?
Até o momento não existe nenhum tratamento específico para a síndrome1 pós-Covid, embora vários estudos estejam em andamento. Felizmente, a síndrome1 é autorresolutiva com o tempo. Os sintomas7 são tratados com os meios médicos tradicionais adequados a cada um.
Como prevenir a síndrome1 pós-Covid?
A melhor maneira de prevenir a síndrome1 pós-Covid é prevenir-se da Covid-19. A vacinação contra a doença é a melhor maneira de evitá-la. Além de proteger a própria pessoa, ela também pode ajudar a proteger as demais pessoas ao redor.
Veja também sobre "Reações às vacinas contra a covid-19", "Eficácia das vacinas em uso contra a COVID-19" e "Anticorpos39 anti-SARS-COV-2".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do CDC – Centers for Disease Control and Prevention e do NHS – National Health Service.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.