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Tumor de Pancoast - causas, quadro clínico, diagnóstico, tratamento e complicações possíveis

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O que é o tumor1 de Pancoast?

O tumor1 de Pancoast é um câncer2 pulmonar raro (5 em cada 100 casos de câncer2 do pulmão3), definido em função da sua localização e não da sua etiologia4 ou característica histopatológica. Ele é um tumor1 situado na extremidade superior do pulmão3 direito ou esquerdo.

Os tumores de Pancoast foram assim nomeados em homenagem a Henry Pancoast, um radiologista dos EUA, que os descreveu em 1924.

Quais são as causas do tumor1 de Pancoast?

Assim como na maioria dos cânceres, não se conhece a etiologia4 exata do tumor1 de Pancoast, nem a razão de sua especial predileção pelo ápice pulmonar. Como os demais cânceres pulmonares, ele guarda uma nítida relação com o tabagismo.

Saiba mais sobre "Parar de fumar", "Fumante passivo" e "Câncer2 de pulmão3".

Quais são as principais características clínicas do tumor1 de Pancoast?

Além de sintomas5 gerais de câncer2, como mal-estar, febre6, perda de peso e fadiga7, o tumor1 de Pancoast pode incluir outros sintomas5 específicos. Ele normalmente se espalha para tecidos próximos, como as costelas8 e vértebras, corroendo-as e enfraquecendo-as.

O tumor1 em crescimento pode causar compressão de estruturas anatômicas importantes, como a veia braquiocefálica, artéria9 subclávia, nervo frênico10, nervo laríngeo recorrente, nervo vago ou, caracteristicamente, compressão de um gânglio11 simpático12 (o gânglio11 estrelado), resultando em uma série dos sintomas5 da síndrome13 de Horner (uma rara combinação de sinais14 e sintomas5 causada quando um grupo de nervos conhecido como tronco simpático12 é comprimido).

Em casos progressivos, o plexo braquial15 também é afetado, causando dor e fraqueza nos músculos16 do braço e mão17, com uma sintomatologia típica da síndrome13 do desfiladeiro torácico. O tumor1 também pode comprimir o nervo laríngeo recorrente e, a partir disso, uma voz rouca e tosse "bovina" (não explosiva) podem ocorrer.

O tumor1 de Pancoast é um tumor1 apical que é tipicamente encontrado em conjunto com um histórico de tabagismo e pode originar tanto a síndrome13 de Pancoast (envolvimento das raízes do plexo braquial15) quanto a síndrome13 de Horner (clinicamente manifestada por (1) miose18 - constrição19 das pupilas; (2) anidrose - falta de suor; (3) ptose20 - queda da pálpebra e (4) enoftalmia - globo ocular21 afundado).

Os sinais14 e sintomas5 clínicos podem ser confundidos com comprometimento neurovascular no nível da abertura torácica superior. O histórico de tabagismo do paciente, o rápido início dos sinais14 e sintomas5 clínicos e a dor pleurítica podem sugerir um tumor1 apical.

Como o médico diagnostica o tumor1 de Pancoast?

O diagnóstico22 de tumor1 de Pancoast é feito após a avaliação dos sintomas5 clínicos e de imagens. A radiografia de tórax23 é um bom exame de triagem, embora a tomografia computadorizada24 de tórax23 possa fornecer uma melhor resolução e extensão em que os órgãos internos estão sendo comprimidos.

Como o médico trata o tumor1 de Pancoast?

O tratamento do tumor1 de Pancoast pode diferir de outros tipos de câncer2 de pulmão3. O tratamento mais radical é a cirurgia, pois a posição e proximidade do tumor1 com estruturas vitais pode dificultá-la. Dependendo do estágio do câncer2, o tratamento pode exigir radiação e quimioterapia25, antes da cirurgia. A cirurgia pode consistir na remoção do lobo superior de um pulmão3 juntamente com suas estruturas associadas, como artéria9 subclávia, veia, ramos do plexo braquial15, costelas8 e corpos vertebrais, bem como deve ser feita linfadenectomia mediastinal.

Quais são as complicações possíveis do tumor1 de Pancoast?

O tumor1 de Pancoast pode levar à corrosão dos arcos costais próximos, a derrame26 pleural, compressão de estruturas adjacentes, como veia braquiocefálica, artéria9 subclávia, nervo frênico10, nervo laríngeo recorrente, nervo vago ou a cadeia simpática cervical, além de dor e fraqueza no ombro do mesmo lado.

Veja também sobre "Prevenção do câncer2", "Marcadores tumorais" e "Limitar o consumo de álcool reduz o risco de câncer2".

 

ABCMED, 2019. Tumor de Pancoast - causas, quadro clínico, diagnóstico, tratamento e complicações possíveis. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/cancer/1337718/tumor-de-pancoast-causas-quadro-clinico-diagnostico-tratamento-e-complicacoes-possiveis.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
2 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
3 Pulmão: Cada um dos órgãos pareados que ocupam a cavidade torácica que tem como função a oxigenação do sangue.
4 Etiologia: 1. Ramo do conhecimento cujo objeto é a pesquisa e a determinação das causas e origens de um determinado fenômeno. 2. Estudo das causas das doenças.
5 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
6 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
7 Fadiga: 1. Sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. 2. Trabalho cansativo. 3. Redução gradual da resistência de um material ou da sensibilidade de um equipamento devido ao uso continuado.
8 Costelas:
9 Artéria: Vaso sangüíneo de grande calibre que leva sangue oxigenado do coração a todas as partes do corpo.
10 Nervo Frênico: O nervo motor do diafragma. As fibras do nervo frênico se originam na medula espinhal cervical (a maioria na C4) e correm através do plexo cervical até o diafragma.
11 Gânglio: 1. Na anatomia geral, é um corpo arredondado de tamanho e estrutura variável; nodo, nódulo. 2. Em patologia, é um pequeno tumor cístico localizado em uma bainha tendinosa ou em uma cápsula articular, especialmente nas mãos, punhos e pés.
12 Simpático: 1. Relativo à simpatia. 2. Que agrada aos sentidos; aprazível, atraente. 3. Em fisiologia, diz-se da parte do sistema nervoso vegetativo que põe o corpo em estado de alerta e o prepara para a ação.
13 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
14 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
15 Plexo Braquial: A maior rede de fibras nervosas que inervam a extremidade superior. O plexo braquial estende-se do pescoço até a axila. Em humanos, os nervos deste plexo usualmente se originam dos segmentos inferior cervival e primeiro torácico da medula espinhal (C5-C8 e T1), porém variações não são incomuns.
16 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
17 Mão: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
18 Miose: Contração da pupila, que pode ser fisiológica, patológica ou terapêutica.
19 Constrição: 1. Ação ou efeito de constringir, mesmo que constrangimento (ato ou efeito de reduzir). 2. Pressão circular que faz diminuir o diâmetro de um objeto; estreitamento. 3. Em medicina, é o estreitamento patológico de qualquer canal ou esfíncter; estenose.
20 Ptose: Literalmente significa “queda” e aplica-se em distintas situações para significar uma localização inferior de um órgão ou parte dele (ptose renal, ptose palpebral, etc.).
21 Globo ocular: O globo ocular recebe este nome por ter a forma de um globo, que por sua vez fica acondicionado dentro de uma cavidade óssea e protegido pelas pálpebras. Ele possui em seu exterior seis músculos, que são responsáveis pelos movimentos oculares, e por três camadas concêntricas aderidas entre si com a função de visão, nutrição e proteção. A camada externa (protetora) é constituída pela córnea e a esclera. A camada média (vascular) é formada pela íris, a coroide e o corpo ciliar. A camada interna (nervosa) é constituída pela retina.
22 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
23 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
24 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
25 Quimioterapia: Método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
26 Derrame: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
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