Conhecendo os sinais vitais e suas funções
O que são sinais vitais1?
Os sinais vitais1 são um grupo de sinais2 indicadores do desempenho das funções vitais, medidos para estabelecer seus padrões basais, orientar o diagnóstico3 inicial de uma enfermidade, observar tendências dos processos fisiológicos, fazer o acompanhamento da evolução do quadro clínico e monitorar a resposta do paciente ao tratamento. Chama-se funções vitais às funções orgânicas diretamente responsáveis pela manutenção da vida.
Os sinais vitais1 são quatro: (1) pressão arterial4, (2) pulsação, (3) frequência respiratória e (4) temperatura corporal. Eles são quantificados mediante avaliações numéricas e comparados a parâmetros tidos como normais, que variam de acordo com a idade, peso, sexo e saúde5 geral do paciente e servem para indicar seu estado geral atual e fornecer pistas para possíveis doenças e para a evolução do tratamento.
1 - Pressão arterial4
A pressão sanguínea é a força do sangue6 que atua sobre as paredes das artérias7, fazendo pressão sobre elas. Essa pressão é maior durante a sístole8 (contração do coração9) e menor durante a diástole10 (relaxamento do coração9). Cada vez que o coração9 se contrai (bate), bombeia sangue6 para as artérias7, resultando na pressão arterial4 mais alta. Quando o coração9 relaxa, a pressão arterial4 cai.
Assim, dois números são registrados ao medir a pressão arterial4: o maior deles acontece durante a sístole8 cardíaca e é chamado de pressão sistólica11; o menor deles se verifica no momento de diástase, sendo chamado de pressão diastólica12.
A hipertensão arterial13 (ou elevação da pressão arterial4) aumenta diretamente o risco de ataque cardíaco, insuficiência cardíaca14 e acidente vascular cerebral15. Com a hipertensão arterial13, as artérias7 podem ter uma resistência aumentada contra o fluxo de sangue6, fazendo com que o coração9 bombeie com mais força para o sangue6 circular.
A pressão arterial sistólica16 normal deve ser de, no máximo, 120 mmHg (milímetros de mercúrio) e a pressão diastólica12 deve ficar igual ou inferior a 80 mmHg. No entanto, esses números devem ser usados apenas como guia. Uma única medida da pressão arterial4 elevada não é necessariamente uma indicação de um problema. O médico precisa ver várias medições da pressão arterial4 durante vários dias ou semanas antes de fazer um diagnóstico3 e iniciar um tratamento.
Em crianças de até 1 ano de idade, a pressão arterial4 normal pode atingir 100/80 mmHg; aos 11 anos ela pode ser de 110/75 mmHg e em adolescentes ela já é próxima aos valores da pressão arterial4 adulta.
Saiba mais sobre "Hipertensão arterial13", "Insuficiência cardíaca14" e "Acidente vascular cerebral15".
2 - Pulsação
Quando o coração9 força o sangue6 através das artérias7, a pessoa sente os batimentos pressionando firmemente as artérias7 que estão localizadas perto da superfície da pele17 em certos pontos do corpo. A pulsação pode ser tomada mais facilmente na lateral do pescoço18, na parte interior do cotovelo ou no pulso. Para a maioria das pessoas, é mais fácil tomar a pulsação no pulso.
A pulsação é uma medida da frequência cardíaca (número de vezes que o coração9 bate por minuto), mas também indica o ritmo do coração9 e a força do pulso, que corresponde à força de ejeção de sangue6 pelo coração9. Uma pulsação normal para adultos saudáveis varia de 60 a 100 batimentos por minuto.
A taxa de pulsação aumenta fisiologicamente com exercícios e com emoções ou, patologicamente, devido a lesões19 ou doenças. Adolescentes acima dos 12 anos e mulheres adultas tendem a ter batimentos cardíacos mais rápidos que os adolescentes meninos e homens adultos. Pessoas com alto condicionamento cardiovascular (como atletas e corredores, por exemplo) podem ter frequência cardíaca próxima a 40 batimentos por minuto, sem apresentarem problemas.
Em crianças até 1 ano de idade a frequência cardíaca varia entre 100 e 160 batimentos por minuto (bpm); até os 11 anos, varia de 70 a 120 bpm.
3 - Frequência respiratória
A frequência respiratória é o número de respirações que uma pessoa realiza por minuto. A taxa é medida quando uma pessoa está em repouso e simplesmente envolve a contagem do número de respirações por minuto, contando quantas vezes o peito20 se expande. As taxas de respiração normal para uma pessoa adulta em repouso variam de 12 a 16 respirações por minuto, mas podem aumentar com exercícios físicos, febre21, doenças e outras condições médicas. Ao verificar a respiração, é importante observar também se a pessoa tem dificuldades de respirar e, se for o caso, de que tipo ela é.
Em crianças até 2 a 6 meses de idade, a frequência respiratória varia entre 30 e 60 incursões respiratórias por minuto; de 6 meses a 11 meses de idade varia de 24 a 50 incursões por minuto; de 1 até os 5 anos pode atingir até 40 incursões por minuto. De 6 a 8 anos pode chegar a 30 incursões por minuto; de 8 a 12 anos varia entre 18 a 20 incursões por minuto e em adolescentes e pré-adolescentes varia entre 12 e 18 incursões por minuto. Deve sempre ser avaliada com a criança calma, na ausência de choro ou agitação.
4 - Temperatura corporal
A temperatura corporal normal de uma pessoa varia dependendo do sexo, atividade recente, consumo de alimentos e líquidos, horário do dia e, nas mulheres, com o estágio do ciclo menstrual. A temperatura corporal normal, em todas as idades, pode variar de 36,1 a 37,2 graus Celsius, com média de 36,5º C. A temperatura corporal de uma pessoa pode ser tomada por várias vias: (a) oralmente, medida na boca22; (b) por via retal, tomada no ânus23; (c) axilar, tomada sob o braço; (d) no ouvido, obtida no tímpano24 e (e) na pele17, tomada na testa.
A temperatura corporal pode ser anormal devido à febre21 (temperatura alta) ou hipotermia25 (temperatura baixa). É considerada uma febre21 quando a temperatura do corpo fica acima de 37,8 graus centígrados. A hipotermia25 é definida como uma queda na temperatura corporal abaixo de 35,1 graus centígrados.
A causa mais comum de elevação sustentada da temperatura é a presença de processos infecciosos, mas ela pode também surgir em função de outras causas, como exercícios físicos intensos, absorção de líquidos orgânicos, exposição a temperaturas ambientais extremamente altas, etc. A hipotermia25, por seu turno, tem dois tipos principais de causas: exposição ao frio extremo ou qualquer condição que diminua a produção de calor ou aumente a perda de calor corporal.
Leia mais sobre "Febre21", "Hipotermia25", "Diferenças entre inflamação26 e infecção27" e "Infecção27 hospitalar".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.