O que é a febre oropouche?
A febre1 oropouche é uma arbovirose emergente na América Latina, especialmente no Brasil, causada pelo vírus2 Oropouche (OROV), um membro da família Peribunyaviridae. Este vírus2 é transmitido principalmente pela picada do mosquito Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Além disso, já foi relatada transmissão por outros vetores, como mosquitos do gênero Culex.
Apesar de ser relativamente desconhecida por grande parte da população, a febre1 oropouche apresenta um potencial significativo para surtos em áreas urbanas. A conscientização sobre a doença, juntamente com medidas eficazes de controle de vetores, é fundamental para prevenir a disseminação e proteger a saúde3 da população.
Como a febre1 oropouche é transmitida?
A transmissão do vírus2 ocorre quando um mosquito infectado pica uma pessoa, introduzindo o vírus2 na corrente sanguínea. As principais causas associadas à disseminação do vírus2 incluem:
- Variações climáticas: aumento da temperatura e mudanças nos padrões de precipitação favorecem a proliferação dos vetores, especialmente em regiões tropicais e subtropicais.
- Urbanização e desmatamento: a expansão das áreas urbanas e a alteração de ecossistemas naturais criam condições favoráveis para a adaptação dos vetores em ambientes urbanos.
- Movimentação humana: migrações e deslocamentos humanos podem introduzir o vírus2 em novas áreas, onde os vetores estão presentes, facilitando surtos em regiões anteriormente não afetadas.
- Vulnerabilidade ambiental: áreas com baixa infraestrutura de saneamento e alta densidade populacional oferecem um ambiente propício para a proliferação dos mosquitos vetores.
Esses fatores, combinados, criam um cenário ideal para a transmissão do vírus2, especialmente em áreas onde as condições para a proliferação do vetor são favoráveis.
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Quais os sintomas4 e manifestações clínicas da febre1 oropouche?
Os sintomas4 da febre1 oropouche são bastante semelhantes aos de outras arboviroses, como dengue5 e zika, o que pode dificultar o diagnóstico6 clínico inicial. Os principais sinais7 e sintomas4 incluem:
- Cefaleia8 intensa
- Mialgia9 (dores musculares)
- Náuseas10 e vômitos11
- Diarreia12
- Febre1 alta e de início súbito
- Artralgia13 (dores nas articulações14)
- Fotofobia15 (sensibilidade à luz)
- Erupção16 cutânea17 (exantema18)
O período de incubação19 geralmente varia de 3 a 8 dias após a picada do mosquito infectado. Após a infecção20, o vírus2 permanece no sangue21 dos indivíduos infectados por 2-5 dias após o início dos primeiros sintomas4. Em alguns casos, os sintomas4 podem persistir por até duas semanas, mas a doença raramente evolui para formas graves.
Como o médico diagnostica a febre1 oropouche?
O diagnóstico6 da febre1 oropouche é desafiador devido à semelhança com outras doenças virais. É essencial a realização de exames laboratoriais específicos, como a detecção do RNA viral por RT-PCR22, isolamento viral e sorologia (detecção de anticorpos23 IgM e IgG). É importante que o diagnóstico6 seja feito em laboratórios especializados, pois a febre1 oropouche não é amplamente conhecida, e a infecção20 pode passar despercebida em regiões onde não há histórico de surtos.
Todo caso com diagnóstico6 de infecção20 pelo OROV deve ser notificado, em função do potencial epidêmico e da alta capacidade de mutação24 do vírus2.
Como o médico trata a febre1 oropouche?
Até o momento, não existe um tratamento antiviral específico para a febre1 oropouche. O manejo clínico é sintomático25, focando no alívio dos sintomas4, como febre1 e dores. Analgésicos26, antipiréticos27 e repouso são recomendados. É importante evitar o uso de medicamentos como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), especialmente em casos onde a dengue5 não foi descartada, devido ao risco de hemorragias28.
Como prevenir a febre1 oropouche?
Como não há vacina29 disponível contra o vírus2 Oropouche, a prevenção depende principalmente do controle dos vetores e da proteção individual contra picadas de mosquitos. Medidas preventivas incluem:
- Uso de repelentes.
- Instalação de telas em portas e janelas.
- Uso de roupas de manga longa e calças compridas.
- Eliminação de criadouros de mosquitos nas proximidades de áreas residenciais.
Além disso, campanhas de conscientização sobre a doença e os métodos de prevenção são essenciais, especialmente em áreas endêmicas.
Qual a atual situação epidemiológica da febre1 oropouche no Brasil?
A febre1 oropouche tem sido reconhecida como uma doença emergente, com surtos registrados em várias regiões do Brasil, principalmente na região Norte. Em 2023, foram confirmados 831 casos da doença no Brasil. Em 2024, até o mês de agosto, já havia mais de 7.600 casos confirmados.
O aumento dos casos diagnosticados de febre1 oropouche no Brasil em 2024 se deve à descentralização do diagnóstico6 biomolecular para laboratórios estaduais, promovida pelo Ministério da Saúde3. Essa medida, junto com uma estratégia de busca ativa de casos usando amostras negativas para dengue5, chikungunya e Zika, permitiu identificar mais casos de febre1 oropouche, especialmente em áreas da Amazônia. Isso levou à descoberta de que muitos casos suspeitos de dengue5 eram, na verdade, febre1 oropouche.
Também a urbanização crescente, a expansão de áreas habitadas e as mudanças climáticas contribuem para a disseminação do vetor e, consequentemente, para a expansão da doença. É importante que as autoridades de saúde3 monitorem e respondam rapidamente a surtos para prevenir a propagação da febre1 oropouche, minimizando o impacto na saúde3 pública.
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Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana da Saúde.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.