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Pólipos da vesícula biliar

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O que são pólipos1 da vesícula biliar2?

Os pólipos1 da vesícula biliar2 são protuberâncias na mucosa3, projetadas para dentro da vesícula4. Em geral eles não dão sintomas5 e, quase sempre, são um achado incidental de uma ultrassonografia6 abdominal feita por outro motivo.

Quais são as causas dos pólipos1 da vesícula biliar2?

Pouco se sabe sobre os fatores associados à ocorrência de pólipos1 da vesícula biliar2, mas a sua formação parece estar associada ao metabolismo7 das gorduras. A história familiar de alguns casos sugere a presença de um fator genético. Não parece haver qualquer relação consistente entre a formação de pólipos1 e idade, sexo, obesidade8 ou outras condições médicas, como diabetes9, por exemplo. Pacientes com síndromes poliposas congênitas10 também podem desenvolver pólipos1 na vesícula biliar2.

Qual é o mecanismo fisiológico11 dos pólipos1 da vesícula biliar2?

Sugere-se que haja uma relação inversa entre pólipos1 e cálculos da vesícula biliar2. Hipotetiza-se que os pólipos1 possam interromper mecanicamente a formação de pedras ou então que sejam mais difíceis de serem diagnosticados radiograficamente quando as pedras estejam presentes.

Saiba mais sobre "Pedras na vesícula biliar2".

Quais são as principais características clínicas dos pólipos1 da vesícula biliar2?

O câncer12 da vesícula biliar2 é bastante raro, embora pólipos1 da vesícula biliar2 sejam comuns. A maioria dos pólipos1 da vesícula biliar2 é benigna, no entanto, a detecção precoce dos raros pólipos1 malignos é importante para o tratamento curativo. Os pólipos1 da vesícula biliar2 podem ser divididos em benignos e malignos e ambos são, em geral, assintomáticos.

A maioria deles, não malignos, constitui apenas alterações estruturais ou depósitos de gordura13 na mucosa3. Os pólipos1 benignos mais comuns são os de colesterol14, os inflamatórios e os adenomas, os quais têm a capacidade de se tornarem tumores malignos. Os pólipos1 malignos mais comuns são os adenocarcinomas.

Pólipos da vesícula biliar

A ultrassonografia6 abdominal, contudo, não pode afirmar com segurança se a lesão15 é sem risco, pré-maligna ou maligna. O médico tem que se valer de algumas considerações de acordo as características dos pólipos1, como número e tamanho deles, para que se decida entre o acompanhamento ultrassonográfico periódico e a cirurgia.

Os pólipos1 maiores de 2 centímetros quase sempre são malignos e mesmo aqueles entre 1 e 2 cm também já apresentam mais remotamente esta possibilidade. Os cálculos de colesterol14 costumam ser múltiplos e têm menos de 1 cm.

Em geral, os pólipos1 de vesícula biliar2 têm sintomatologia pobre ou inexistente, inespecífica e vaga. No entanto, alguns pacientes podem sofrer náuseas16 e vômitos17 e dor ocasional no hipocôndrio18 direito, devido a obstruções intermitentes19 causadas por fragmentos20 de colesterol14 que se destacam da mucosa3 da vesícula biliar2. Alguns pólipos1 se projetam obstruindo o canal cístico ou os ductos biliares21 primários, causando colecistite22 aguda ou icterícia23 obstrutiva, mas estas são complicações muito raras.

Leia sobre "Adenocarcinoma24", "Colecistite22" e "Icterícia23".

Como o médico diagnostica os pólipos1 da vesícula biliar2?

O diagnóstico25 do pólipo26 de vesícula4 costuma ser feito por meio de uma ultrassonografia6 incidental e a conduta terapêutica27 depende basicamente do aspecto do pólipo26 nesse exame. Se o pólipo26 for menor que 1 cm e não associado à presença de cálculos, deve ser acompanhado com ultrassonografia6 periódica.

O aperfeiçoamento de modalidades de imagens, como tomografia computadorizada28 e ressonância magnética29 e sua aplicação mais generalizada, levaram a um aumento no diagnóstico25 coincidente de cálculos da vesícula biliar2 e pólipos1 da vesícula biliar2. No entanto, a ultrassonografia6 abdominal continua sendo vista como o melhor exame disponível para o diagnóstico25, pela sua boa sensibilidade e especificidade.

A ultrassonografia6 abdominal por vezes permite distinguir um pólipo26 de colesterol14 de um adenoma30 ou um adenocarcinoma24. No entanto, a distinção não é fácil e o status de pólipos1 como benigno ou maligno não pode ser determinado com certeza.

Como o médico trata os pólipos1 da vesícula biliar2?

Os pólipos1 de vesícula biliar2 devem ser tratados por meio de cirurgia, ou porque causam sintomas5 ou como prevenção quanto ao câncer12 de vesícula4. Os pacientes que apresentam uma associação entre pólipos1 e cálculos devem ser operados, havendo ou não sintomas5 e independentemente do tamanho dos pólipos1, já que sabidamente esta associação aumenta o risco de câncer12.

O tratamento cirúrgico consiste na retirada da vesícula biliar2, que pode ou não ser feita por laparoscopia31.

Como evoluem os pólipos1 da vesícula biliar2?

Embora na maioria das vezes os pólipos1 sejam benignos, toda atenção deve ser dada ao risco de um câncer12 de vesícula4, já que esta doença tem um prognóstico32 ruim.

Veja também sobre "Colecistectomia", "Colelitíase33" e "Colecistograma oral".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da da Mayo ClinicAmerican Gastroenterological Association e American College of Gastroenterology.

ABCMED, 2016. Pólipos da vesícula biliar. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1281623/polipos-da-vesicula-biliar.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Pólipos: 1. Em patologia, é o crescimento de tecido pediculado que se desenvolve em uma membrana mucosa (por exemplo, no nariz, bexiga, reto, etc.) em resultado da hipertrofia desta membrana ou como um tumor verdadeiro. 2. Em celenterologia, forma individual, séssil, típica dos cnidários, que se caracteriza pelo corpo formado por um tubo ou cilindro, cuja extremidade oral, dotada de boca e tentáculos, é dirigida para cima, e a extremidade oposta, ou aboral, é fixa.
2 Vesícula Biliar: Reservatório para armazenar secreção da BILE. Através do DUCTO CÍSTICO, a vesícula libera para o DUODENO ácidos biliares em alta concentração (e de maneira controlada), que degradam os lipídeos da dieta.
3 Mucosa: Tipo de membrana, umidificada por secreções glandulares, que recobre cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
4 Vesícula: Lesão papular preenchida com líquido claro.
5 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
6 Ultrassonografia: Ultrassonografia ou ecografia é um exame complementar que usa o eco produzido pelo som para observar em tempo real as reflexões produzidas pelas estruturas internas do organismo (órgãos internos). Os aparelhos de ultrassonografia utilizam uma frequência variada, indo de 2 até 14 MHz, emitindo através de uma fonte de cristal que fica em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, os quais são interpretados através de computação gráfica.
7 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
8 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
9 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
10 Congênitas: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
11 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
12 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
13 Gordura: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são: manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
14 Colesterol: Tipo de gordura produzida pelo fígado e encontrada no sangue, músculos, fígado e outros tecidos. O colesterol é usado pelo corpo para a produção de hormônios esteróides (testosterona, estrógeno, cortisol e progesterona). O excesso de colesterol pode causar depósito de gordura nos vasos sangüíneos. Seus componentes são: HDL-Colesterol: tem efeito protetor para as artérias, é considerado o bom colesterol. LDL-Colesterol: relacionado às doenças cardiovasculares, é o mau colesterol. VLDL-Colesterol: representa os triglicérides (um quinto destes).
15 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
16 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
17 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
18 Hipocôndrio: Cada uma das duas partes laterais e superiores do abdome, separadas pelo epigástrio.
19 Intermitentes: Nos quais ou em que ocorrem interrupções; que cessa e recomeça por intervalos; intervalado, descontínuo. Em medicina, diz-se de episódios de febre alta que se alternam com intervalos de temperatura normal ou cujas pulsações têm intervalos desiguais entre si.
20 Fragmentos: 1. Pedaço de coisa que se quebrou, cortou, rasgou etc. É parte de um todo; fração. 2. No sentido figurado, é o resto de uma obra literária ou artística cuja maior parte se perdeu ou foi destruída. Ou um trecho extraído de uma obra.
21 Ductos Biliares: Canais que coletam e transportam a secreção biliar dos CANALÍCULOS BILIARES (o menor ramo do TRATO BILIAR no FÍGADO), através dos pequenos ductos biliares, ductos biliares (externos ao fígado) e para a VESÍCULA BILIAR (para armazenamento).
22 Colecistite: Inflamação aguda da vesícula biliar. Os sintomas mais freqüentes são febre, dor na região abdominal superior direita (hipocôndrio direito), náuseas, vômitos, etc. Seu tratamento é cirúrgico.
23 Icterícia: Coloração amarelada da pele e mucosas devido a uma acumulação de bilirrubina no organismo. Existem dois tipos de icterícia que têm etiologias e sintomas distintos: icterícia por acumulação de bilirrubina conjugada ou direta e icterícia por acumulação de bilirrubina não conjugada ou indireta.
24 Adenocarcinoma: É um câncer (neoplasia maligna) que se origina em tecido glandular. O termo adenocarcinoma é derivado de “adeno”, que significa “pertencente a uma glândula” e “carcinoma”, que descreve um câncer que se desenvolveu em células epiteliais.
25 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
26 Pólipo: 1. Em patologia, é o crescimento de tecido pediculado que se desenvolve em uma membrana mucosa (por exemplo, no nariz, bexiga, reto, etc.) em resultado da hipertrofia desta membrana ou como um tumor verdadeiro. 2. Em celenterologia, forma individual, séssil, típica dos cnidários, que se caracteriza pelo corpo formado por um tubo ou cilindro, cuja extremidade oral, dotada de boca e tentáculos, é dirigida para cima, e a extremidade oposta, ou aboral, é fixa.
27 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
28 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
29 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
30 Adenoma: Tumor do epitélio glandular de características benignas.
31 Laparoscopia: Procedimento cirúrgico mediante o qual se introduz através de uma pequena incisão na parede abdominal, torácica ou pélvica, um instrumento de fibra óptica que permite realizar procedimentos diagnósticos e terapêuticos.
32 Prognóstico: 1. Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, em relação à duração, à evolução e ao termo de uma doença. Em medicina, predição do curso ou do resultado provável de uma doença; prognose. 2. Predição, presságio, profecia relativos a qualquer assunto. 3. Relativo a prognose. 4. Que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo. 5. Que pode indicar acontecimentos futuros (diz-se de sinal, sintoma, indício, etc.). 6. No uso pejorativo, pernóstico, doutoral, professoral; prognóstico.
33 Colelitíase: Formação de cálculos no interior da vesícula biliar.
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