Cisto de Tarlov
O que é o cisto de Tarlov?
Os cistos de Tarlov, também chamados de cistos perineurais, são dilatações cheias de líquido cefalorraquidiano1, geralmente localizados no sacro2, entre as vértebras S1, S2 e S3, mais especificamente nas raízes nervosas3 posteriores da coluna, nos tecidos que revestem a medula4.
São cistos meníngeos espinhais extradurais, mas contêm também tecido5 neural. São encontrados em até 4,6% da população, mais comumente em mulheres. Os cistos de Tarlov foram descritos inicialmente pela neurocirurgiã norte americana Isadora Max Tarlov (1905-1977) em 1938.
Quais são as causas do cisto de Tarlov?
As causas dos cistos de Tarlov são desconhecidas. Embora os primeiros cistos tenham sido identificados em 1938, o conhecimento científico a esse respeito continua limitado. Algumas condições que aumentam a pressão do líquido cefalorraquidiano1 aumentam a probabilidade de a pessoa desenvolver cistos em geral e também os cistos de Tarlov. Assim, eles podem ser devidos, por exemplo, a fatores congênitos6 como defeitos no desenvolvimento das meninges7 ou fragilidade em algumas das camadas que a compõem.
Leia sobre "Cisto sinovial", "Dormência8 ou formigamento" e "Dor lombar".
Qual é o substrato fisiopatológico dos cistos de Tarlov?
Os cistos de Tarlov têm sido ocasionalmente associados a distúrbios do tecido conjuntivo9 e em geral estão presentes na síndrome10 de Marfan, síndrome10 de Ehlers-Danlos, síndrome10 de Sjögren e síndrome10 de Loeys-Dietz.
Quais são as características clínicas do cisto de Tarlov?
A prevalência11 e gravidade dos sintomas12 em pacientes com cistos de Tarlov são controversas. A visão13 dominante parece ser a de que, como outros cistos meníngeos espinhais, a grande maioria dos cistos de Tarlov é encontrada incidentalmente e é totalmente assintomática.
No entanto, cistos grandes podem causar efeitos de pressão local e remodelar os ossos, e com isso levar a disfunção neurológica e dor. Em tais casos, os cistos foram denominados cistos de Tarlov sintomáticos sacrais. Os sintomas12, porém, não parecem se correlacionar bem com o tamanho dos cistos.
Quando os cistos geram sintomas12, esses são: dor/desconforto pélvico14 ou perineal; disfunção esfincteriana/sexual; dor/dormência8 radicular; claudicação15 neurogênica.
Como o médico diagnostica o cisto de Tarlov?
Os exames de imagens mostram que, embora os cistos de Tarlov sejam mais comuns na coluna lombar inferior e no sacro2 (85% dos casos), podem ocorrer em qualquer parte da coluna. Aparecem como estruturas císticas simples de paredes muito finas, de intensidade liquórica intimamente relacionadas aos nervos sacrais e lombares inferiores. O forame16 sacral pode estar alargado. A morfologia pode variar de um simples cisto arredondado a uma massa cística loculada complexa com septações.
Normalmente, o diagnóstico17 é autoevidente, mas ocasionalmente, as aparências podem ser atípicas e possíveis considerações diferenciais incluem:
- Ectasia dural
- Cisto sinovial espinhal
- Meningocele
- Tumor18 da bainha do nervo
- Metástases19 espinhais
Como o médico trata o cisto de Tarlov?
Em indivíduos assintomáticos, nenhum tratamento é necessário. Contudo, em pacientes com sintomas12 neurológicos inexplicáveis, potencialmente atribuíveis aos cistos, investigação e/ou tratamentos adicionais podem ser necessários.
Cistos considerados sintomáticos podem ser aspirados, de forma guiada por tomografia computadorizada20, usando uma técnica de duas agulhas e fibrina21 (uma proteína fibrosa envolvida no processo de coagulação22), que pode ser injetada como selante. Abordagens cirúrgicas também têm sido descritas.
Saiba mais sobre "Síndrome10 de Ehlers-Danlos", "Síndrome10 de Sjogren" e "Síndrome10 de Marfan".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Cleveland Clinic e da Mayo Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.